Mensagem 11: Somos de Deus e o Mundo Jaz no Maligno

Palavra ministrada pelo ir. Pedro Dong, transmitida pelo Instituto Vida para Todos, diretamente do auditório Pérola na Estância Árvore da Vida, em 05/09/2024. Texto não revisado pelo autor.

Encorajamos você a assistir a mensagem completa no canal do IVPT no Youtube.

 

 

  1. É muito importante conhecer o contexto da época e a preocupação de João ao escrever suas cartas: que os irmãos não fossem contaminados e influenciados pelas heresias e o gnosticismo que surgia no séc. I de modo que não fossem levados a viver na lógica e racionalidade da sabedoria humana nem se apartassem da árvore da vida. A árvore do conhecimento do bem e do mal nos leva à morte. Especialmente o lado bom dessa desse conhecimento pode confundir os filhos de Deus e levá-los a pensar que isso venha da árvore da vida. Somente a árvore da vida nos conduz à vida! 
  2. Em vários trechos, João insiste nessa questão por causa da preocupação com as heresias, mas acredito que seu encargo principal é nos fazer entender que somos nascidos de Deus e não precisamos nos preocupar tanto com as regras de conduta, e sim que nossa atenção se volte para a palavra da vida, para a vida eterna, especialmente para a palavra anunciada por ele, a qual vinha de Deus e produzia a comunhão da vida. Quem vive na comunhão da vida não precisa ser regido pelas leis do certo e do errado que pertencem à árvore do conhecimento do bem e do mal. 
  3. O gnosticismo levava as pessoas a buscar ser uma elite dos que conseguem chegar ao autoconhecimento, ao saber espiritual, que pouquíssimos alcançam, a ser pessoas que conseguem viver como homens espirituais. Na verdade, isso é engano. A única coisa que nos faz viver no padrão que Deus requer a vida. Vamos escolher a vida! A vida é simples; a morte é complicada. Escolher a morte é escolher uma linha complicada. Vamos escolher a linha mais simples: crer na palavra da vida. Deus deu para o homem tudo que é mais simples. Ele não queria que somente uma elite conseguisse alcançar a maturidade e a espiritualidade requeridas; antes, que isso fosse disponível e possível a todos os filhos de Deus. Sejamos simples como os adolescentes. Pela simplicidade deles, Deus tem nos dado exemplo de bênção. Nós, adultos, escolhamos a vida também. Não confiemos no conhecimento bíblico adquirido nem na espiritualidade que julgamos ter; sejamos simples. 
  4. Nosso espírito humano nasceu de Deus quando cremos no Senhor Jesus; temos esse ser divino, o homem interior, que Deus “gerou” em nós. Devemos cultivar a vida divina em nosso ser, alimentá-la e fortalecê-la. Por meio da comunhão da vida, da circulação da vida, fortalecemos o homem interior e assim nossa conduta será resultado espontâneo da vida divina em nós. Assim como a vida e a natureza de um pato lhe dão a capacidade de nadar e a vida e a natureza da laranjeira lhe dão a capacidade de produzir laranja, nós que somos nascidos de Deus temos a capacidade expressar Deus, que é amor! Quem é nascido de Deus ama! Não é esforço humano ou ensinamento que nos fazem amar. Podemos amar por o que é nascido de Deus que está em nós! Vamos viver por ele e fortalece-lo. Pela comunhão da vida, vamos ser de fato filhos de Deus, discípulos de Jesus.

1 Jo 5:1-2; Jo 1:12-13

  1. Somente quem é nascido de Deus tem as habilidades apresentadas em 1 João. Graças a Deus, há um caminho tão simples para nascer de Deus! Não é preciso buscaria saber espiritual, ir para o Himalaia ou mesmo subir uma escada de joelhos. Tudo o que Deus tem para o homem é muito simples porque Cristo fez a parte difícil. Basta-nos crer no nome de Jesus, e nascemos de Deus! Ele nos deu poder de ser feitos Seus filhos. Não é pela vontade do homem, nem pela carne, mas por Deus. Quando cremos, a vida divina entrou em nós e com ela recebemos a natureza e a essência divina, que é o amor.

1 Jo 5:1-2

  1. Deus é amor! Essa é Sua essência e constituição. Como reação dessa vida, nós amamos a Deus. Quem é nascido de Deus O ama porque foi Ele quem o gerou. Você não ama quem gerou você? Amamos quem nos gerou. E não apenas quem nos gerou, mas também os demais filhos de Deus. Isso é mais difícil. Amar a Deus parece ser lógico: somos nascidos de Deus, logo, amamos a Deus. Mas quem ama a Deus ama ao que Dele é gerado. Isso é o que prova que somos nascidos de Deus. Como amar os filhos de Deus, os irmãos cheios de defeitos e falhas, aqueles com quem convivemos, com quem temos atritos e conflitos quando servimos juntos? Quando amamos a Deus e praticamos Seus mandamentos, conhecemos que amamos os irmãos. Deus gera nosso amor por Ele porque Ele nos gerou. Um vez que amamos a Deus, recebemos e praticamos a Sua palavra, mandamentos e voz de comando, e isso nos dá poder para amar os irmãos. Apesar de vermos os defeitos uns dos outros, nós nos amamos porque não estamos na árvore do conhecimento do bem e do mal com os olhos bem abertos, mas na linha da árvore da vida. Essa vida nos faz amar uns aos outros! 
  2. Nesse sentido, o ditado popular: “o amor é cego” é correto. Se de fato amamos a Deus, fechamos os olhos para os defeitos dos irmãos. Uma vez fortalecidos pela palavra de Deus e pela pratica, não olhamos para os defeitos dos irmãos nem os julgamos; antes, Deus nos enche de amor e nos faz ver como são amáveis! Isso é comprovado pela prática. O amor a Deus nos faz amar a Sua Palavra; ao fazer a imersão na palavra, nós a inculcamos no coração por repetições seguidas1, conforme ensina o apóstolo Paulo. O segredo de amar os irmãos é nos encher do Espírito! Não fiquemos na árvore do conhecimento do bem e do mal, nem busquemos ter os olhos abertos para enxergar os defeitos e problemas nos irmãos, sentir raiva ou rancor quando somos machucados ou ofendidos por eles, ou ter ressentimentos guardados no coração. Mas vamos nos encher do Espírito! De que maneira podemos nos encher do Espírito? Falando entre nós com salmos, hinos e cânticos espirituais, que para nós hoje é falar a palavra do Senhor!

    1Inculcar – gravar, imprimir (algo) no espírito de alguém; repetir seguidamente (algo) a (alguém).

Cl 3:16

  1. Como fazer a palavra de Cristo habitar em nós? Por toda a minha vida escolar e em todo o tempo que trabalhei com a palavra do Senhor, fazendo anotações, ouvindo novamente a palavra, tomando notas, aprendi que ensinar é a melhor maneira de aprender. Quando ainda era estudante, ao ensinar à alguns colegas que não entendiam algumas matérias e me pediam ajuda, percebi que enquanto ensinava eu aprendia mais. O mesmo ocorreu quando, um ano depois que me formei pela escola de engenharia, fui convidado por um dos professores para dar aula numa faculdade de engenharia, na qual lecionei por volta de catorze anos. Quando falamos entre nós, fazendo imersão refinada e profunda e falando uns aos outros o que o Senhor nos falou, isso nos traz mais luz e aprendemos mais ainda! Por isso, façamos habitar ricamente em nós a palavra de Cristo. Ricamente significa não deixar passar superficialmente. Vamos ganhar todo o conteúdo que há na palavra instruindo, ensinando, admoestando e advertindo mutuamente. Assim, ao fazer circular a palavra da vida entre nós, ganhamos os seus nutrientes e temos saúde espiritual. Certamente ganhamos a essência do amor e conseguimos, de forma espontânea, amar uns aos outros. É isso o que Deus quer de nós!

1 Jo 5:3-5

  1. João quer nos mostrar que não é por esforço próprio e capacidade humana que somos cristãos espirituais e maduros, mas é pela vida divina!, Até hoje os judeus têm dificuldade de guardar os mandamentos de Deus. Para eles, são mandamentos penosos, porque o homem não consegue guardar toda a Lei. Mas por que João está falando para nós que os mandamentos de Deus não são penosos? Porque não os guardamos por lógica, sabedoria e esforço humanos, mas por fé! Essa é a diferença. Não é segundo a nossa força, mas segundo o poder da vida, que está na palavra! Para ativá-lo é preciso usar a fé.

Ef 1:19; 1 Jo 5:4-5

  1. Deus tem um poder tremendo, máximo, que é tão grande que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, O fez assentar à direita de Deus e O colocou acima de todas as outras autoridades, principado, potestade, domínio, poder e de todo o nome que se possa mencionar. Esse poder está a nossa disposição! Se não conseguimos amar os irmãos, que fazer? Esse poder pode nos ajudar. Ele está na Palavra de Deus e é acionado pela fé! Toda vez que cremos na Palavra de Deus, ela entra em nós com Seu poder da vida e nos faz amar os irmãos. O poder dessa Palavra é que nos dá o poder de amar os irmãos, mas precisa ser acionado pela fé.

Gl 2:16; 1:6-9

  1. Ninguém é justificado pela lei, mas pela fé em Cristo. Assim guardar os mandamentos do Senhor não é penoso para nós porque não é por obras da lei, mas pela fé em Cristo Jesus. Paulo, com muito amor, transmitiu a palavra aos gálatas, tirou-os do mundo para servir a Deus, os gerando pela vida divina. A seguir vieram alguns que lhes disseram que precisariam guardar a lei de Moisés e praticar a circuncisão para ser justificados. Esse é outro evangelho, que Paulo não lhes pregou; por isso se indignou quando foram tão facilmente enganados. Pelo esforço humano, voltaram a tentar guardar a lei. Esse é o caminho de um reino sem vida. Fomos introduzidos por Cristo na igreja, reino governado pela vida divina. Na igreja temos a palavra, a comunhão e a circulação da vida; a palavra nos dá poder, vida, força e amor para viver essa vida da igreja tão maravilhosa. Você vai largar isso para tentar guardar a Palavra de Deus com esforço humano? É tolice. Não caiamos nessa armadilha. Não é mera regra de conduta; se fosse, voltaríamos para a árvore do conhecimento do bem e do mal. Escolhamos a vida, não a morte.

1 Jo 5:4; Jo 3:36

  1. Todo o que é nascido de Deus vence o mundo pela fé. O mundo sistematizado ensina a usar a nossa capacidade. Tudo nele é pelo nosso mérito. Mas na vida espiritual não é assim. Em nossa capacidade, não temos como amar a Deus e os irmãos. Assim, a nossa fé vence o mundo, pois quem crê no Filho de Deus tem a vida eterna. O Senhor nos deu este caminho: quem crê tem a vida eterna e é alimentado pela palavra da vida eterna tem força para amar os irmãos. Essa vida nos faz vencer o mundo sistematizado.

    1 Jo 5:6-9; Hb 9:11-12

  2. Em 1 João 5:7-8, há um trecho entre colchetes, que indica que alguns manuscritos antigos não trazem esses versículos, e talvez não estivessem no texto original. Mas vamos voltar a atenção ao trecho que diz que os três que dão testemunho na terra são o Espírito, a água e o sangue. Primeira João tem trechos difíceis de explicar, mas, graças a Deus, Ele nos tem aberto tanta revelação e caminho para praticar essa palavra. Todos os mestres da Bíblia tiveram muita dificuldade de interpretar a que se refere a água nesse versículo. O conceito geral das interpretações é que a água se refere à água do batismo de Jesus Cristo, que deu início ao Seu ministério terreno. Quanto ao sangue, Cristo veio como sumo sacerdote, não por meio de sangue de bodes e bezerros, mas pelo Seu próprio sangue, e entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção. Em relação ao Espírito, não há tanta dificuldade de interpretar. Eu acredito que esses três itens que dão testemunho na terra devem estar inter-relacionados. Precisam acontecer na mesma ação para dar testemunho.

    Jo 19:34-36; 7:37-39

  3. Me arrisco e ouso um pouco na interpretação para que vocês vejam como isso é desfrutável. Acho que a ação em que há esses três itens que dão testemunho na terra se refere à crucificação do Senhor quando o soldado lhe abriu o lado com uma lança e dali saíram sangue e água. Creio que a água se refere à essa água porque logo em seguida João fala com muita convicção que o que ele viu é verdadeiro. Ele viu sair sangue e água e viu a importância da água. Ele foi o único que registrou o que o Senhor falou em João 7, que quem tivesse sede fosse a Ele e bebesse, pois fluiriam rios de água viva do interior de quem cresse Nele. Isso Ele disse acerca do Espírito que receberiam os que Nele cressem. Assim, nesses trechos, conseguimos reunir sangue, água e Espírito! 

    Jo 14:16-17

  4. Uma das figuras do Espírito é o óleo composto da unção no Antigo Testamento, mas, quando o soldado feriu o lado de Jesus, e saíram sangue e água, o sangue para redenção, e a água é o Espírito da verdade que veio a nós depois que Jesus morreu, ressuscitou ao terceiro dia e foi glorificado por Deus. Jesus prometeu aos discípulos que não os deixaria órfãos, mas voltaria para eles. Também afirmou que os discípulos conheciam o Espírito da verdade, o outro Consolador, que viria após a Sua glorificação. Isso porque era o próprio Senhor Jesus, que habitava com eles e estaria neles. O melhor testemunho que Deus nos dá é o Espírito que recebemos pelo sangue e pela água. Recebemos o sangue para redenção e a água como o Espírito que está em nós e flui como rios de água viva!

    Jo 4:14; 1 Jo 5:9-10

  5. Quando conversou com a mulher samaritana, Jesus também falou sobre água. Essa água, que é o Espírito, vai nos encher e conduzir para a vida eterna. Recebemos o Espírito graças à obra do sangue que nos redimiu. Não é maravilhoso? Por isso João testifica de maneira tão solene que o seu testemunho era verdadeiro. Primeira João 5:10 diz que quem crê tem em si o testemunho. Isso pode confirmar que a água não se refere à água do batismo, mas ao Espírito em nós. O Espírito, o sangue e a água são o testemunho que Deus dá acerca do Seu Filho, e nós ganhamos o benefício desse três em nós! 

    1 Jo 5:9-11; 1 Jo 1:1

  6. O triunfo maior que Deus tem é ter-nos dado a vida eterna! Era o que Ele sempre quis dar-nos e conseguiu isso após Sua crucificação e ressurreição. Ao receber a vida eterna, o homem recebeu a possibilidade de viver por essa vida e de acordo com a vontade de Deus. Ao crer no Filho de Deus, recebemos a vida eterna pela palavra da vida e somos introduzidos na comunhão da vida, e, assim, a vida cristã tem sequência. Conseguimos viver por meio dessa vida. Que coisa maravilhosa!

    1 Jo 5:12; 1 Co 15:45; Ef 1:13

  7. Somente depois que passou pelo processo de encarnação, viver humano, morte e ressurreição, Cristo se tornou o outro Consolador, o Espírito da verdade. Nós, hoje, recebemos um Espírito que não para de nos dar vida, e essa vida infunde em nós a essência divina, que é amor e nos faz amar os que foram gerados de Deus, ou seja, os irmãos. Graças a Deus por essa capacidade que temos. Hoje basta ouvir a palavra da verdade, o evangelho da nossa salvação e somos salvos e recebemos o Espírito Santo da promessa, o Espírito que dá vida. 
  8. Essa era a importância de ouvir a palavra da vida que João anunciava, ter a vida eterna e ser introduzido na comunhão com Deus e com os membros do Corpo. Se tivéssemos vivido na época de João e tivéssemos sido contaminados com os que pregavam heresias ou falavam diferente, teríamos problemas com o falar de João, não o aceitando. Quando não recebemos o falar de João, não recebemos a palavra da vida e não somos introduzidos na comunhão da vida. Graças a Deus, todos estamos aqui porque recebemos a palavra da vida. Quem a recebe é introduzido na comunhão da vida, que nos infunde com a essência e natureza de Deus, que é o amor. Esse amor nos faz amar os filhos de Deus, amar uns aos outros.

1 Jo 5:13-14

  1. Se cremos, temos a vida eterna. Se temos a vida eterna, abrimo-nos para a palavra da vida a fim viver na comunhão da vida. Quem vive na comunhão da vida tem confiança! Se vivermos na comunhão da vida, crescendo em vida, fortalecendo esse Ente divino em nós, edificamos a Igreja, produzimos o amor fraternal, estamos ligados cada vez mais com os irmãos e com Deus – isso nos dá confiança! Vou dar um rápido testemunho meu. No meio de todos os ataques que o inimigo tem dirigido a nós, às vezes fico triste e penso: “Será que estou levando esses tiros todos sozinho? Senhor, Tu sabes que não luto por mim, não faço uma obra minha, nada pela fama, pela minha obra, para ter mais seguidores. Não estou preocupado com isso. Só estou preocupado em ser fiel a Ti”. Mas, por outro lado, tenho grande confiança. Alguns pensam: “Por que não vemos os irmãos a nossa frente titubear, hesitar, ficar balançando?”. Por um lado, o inimigo tenta nos desanimar e entristecer, mas, por outro, estou muito tranquilo e confiante porque a obra não é minha, é de Deus! Se fosse minha, seria bom que o Senhor acabasse com ela. Não quero manter uma obra que é minha. Então, se a obra é de Deus, não preciso me preocupar porque quem a defende é Deus! Alguns têm admirado minha resiliência, mas estou tranquilo porque confio que a obra é de Deus! Mesmo que amanhã o Senhor me leve daqui, a obra vai continuar. Tenho essa plena confiança. Não é por mim que a obra acontece; é por Deus! Acredito que essa confiança está sendo transmitida a vocês de modo que Ele torna cada um de vocês confiante. Estamos tranquilos; ninguém conseguirá derrubar ou interromper esta obra. Ela é de Deus! Venceremos todas as batalhas até o final, comigo ou sem mim, mas espero que seja comigo! 

    1 Jo 5:14

  2. João repete que, se pedirmos algo ao Pai, Ele nos ouve. Isso quer dizer que quem vive na comunhão da vida, permanece em Deus e Deus nele, e a Palavra de Deus permanece nele, torna-se tão organicamente unido com Deus, que o que ele pede é o que Deus quer, porque pede segundo a vontade divina. Por que tenho confiança? Porque estou na comunhão da vida, fazendo a vontade de Deus, não a minha, algo para meu próprio interesse. Se estamos na comunhão da vida, podemos pedir porque pediremos segundo a vontade de Deus. Não pediremos: “Senhor, faze-me ganhar na loteria!”. Não será para o nosso interesse, mas para a vontade de Deus, porque Ele nos usa para acionar a Sua força, Seu poder, de realizar. Fazemos parte desse organismo vivo para Deus poder agir.
  1. Quem permanece na comunhão da vida é governado pela Cabeça, Cristo, faz sempre a vontade de Deus, tem confiança em Deus e não vive inseguro, pois sabe que a obra que faz é de Deus. Por isso, não me sinto inseguro. Na comunhão da vida, sinto-me muito seguro porque sei que é a vontade de Deus! Todavia, todo organismo tem o seu sistema de alerta quando algo não está bem. Não gostamos de dor, mas ela é proteção para nós. Há uma enfermidade em que a pessoa não sente dor de jeito nenhum (insensibilidade congênita à dor, ou analgesia congênita). Ela pode cair, quebrar algo sem ter alerta nenhum, e morrer em consequência disso. Graças a Deus pela dor! Ela nos avisa quando algo não está bem. Dor de dente indica que, se não cuidarmos dele, poderá infeccionar. Então a dor é um alerta.
  1. Hoje à tarde, sessenta irmãos e irmãs, na maioria capitães, adolescentes e intendentes, saíram por duas horas para fazer o “Vem e vê”. Atuaram em campos, por áreas de classes sociais distintas, pois queremos dar chance para todo segmento social: 30 casas abertas, 117 participantes da reunião ali mesmo com os irmãos, 92 contatos para a rede de cuidado e mais de 20 contatos confirmados para a Festa das Primícias amanhã. Amanhã os irmãos farão missão familiar com todos eles, telefonando, falando que há igreja na cidade de Sumaré. Participaram irmãos de várias regiões do Brasil e do exterior. Veio também um jovem de 22 anos para ser missionário! Não é maravilhoso? As coisas estão acontecendo de forma extraordinária, sobrenatural! O Espírito trabalha, e nós só cooperamos com Ele. Graças ao Senhor pelo momento em que vivemos. Isso tudo é promovido pela comunhão da vida, pela palavra da vida. Seguimos Sua direção, e coisas sobrenaturais acontecem.

     

  2. Mas mesmo nós, que vivemos na vida normal da igreja, na comunhão da vida, saindo para pregar o evangelho, fazendo colportagem, fazendo o “Vem e vê”, ainda precisamos observar os alertas. Em 1 João, o autor quer nos dizer que, quando vivemos essa normalidade maravilhosa, ainda temos de prestar atenção aos alertas. Isso porque cada um de nós pode se acostumar tanto com essa normalidade que acaba se acomodando e não percebe quando algo anormal acontece. Se não estiver com esse alerta ligado, posso cometer erros, depois cauterizo a consciência e, sem perceber, torno-me orgulhoso, acho-me superior: “Sei fazer o ‘Vem e vê’, sei pregar o evangelho”, aí o orgulho entra em meu coração, e estou arruinado.

1 Jo 1:9; 1 Jo 2

  1. Por isso, precisamos de dois alertas de primeira João. O primeiro alerta é: Deus é Luz para nos mostrar qualquer indício de pecado, de injustiça. Temos de tratar, se não, nos orgulhamos. Esse é o sistema de alerta do Corpo. É como a dor. Quando houver qualquer problema, se surgir em mim insatisfação com a liderança, com os irmãos com que sirvo, é um alerta. Deus é Luz. Na comunhão há luz, e na luz vamos tratar rápido! Se confessarmos os pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça. O segundo sistema de alerta é: há o perigo do mundo. O mundo é arma do maligno contra Deus. O mundo ainda nos influencia com a disputa pela primazia na igreja. Ainda não estamos livres porque a natureza pecaminosa ainda está em nós. Temos de vigiar sempre! Mesmo quando eu pregar o evangelho, fizer o “Vem e vê”, muitas pessoas forem salvas por mim, se me descuidar, posso ter a sensação de que talvez “mereça estar uma posição mais alta, os irmãos deveriam enxergar um pouco que sou muito útil ao Senhor” – tudo isso é o mundo entrando. Então precisamos de alertas.

     

  2. Essa influência do mundo vem com a disputa pela primazia na igreja, gerando ódio, inveja, divisão, calúnia, e o amor ao dinheiro. Para combater isso, o Senhor nos deu a unção que vem do Santo, a qual nos alerta pela nossa consciência. Quando o coração nos acusar, é bom ir diante de Deus para ser iluminados e tratar cabalmente com o coração. Depois de tratado, voltemos à comunhão da vida, tenhamos confiança novamente, e tudo o que pedirmos, receberemos. Você aceita essa advertência? Quando tudo está bem, ninguém quer falar do lado negativo, mas sou obrigado a falar. Tenhamos cuidado com o pecado e com o mundo. Continuemos na normalidade. Ó Senhor Jesus! 

    1 Jo 5:16-17; 1 Co 6:17; Tg 5:13-16

  3.  Que é “pecado para morte” e que é “pecado não para morte”? Primeira João 5 fala, que se algum irmão está pecando, não para morte, e por amor ao irmão você pedir ao Senhor por ele, Deus lhe dará vida. Mas, na sentença em grego, o sujeito de “dar vida” está oculto, e podemos dizer que é o mesmo de “pedir”. Então, que significa isso? Não significa que, quando peço pelo irmão, tenho vida para lhe dar, e sim que, pelo fato de eu permanecer na comunhão da vida, sou unido ao Senhor que dá vida, e, através de mim, o Senhor dará vida a esse irmão que amo e por quem oro. Essa construção é maravilhosa! Aparentemente não dá para entender assim, mas a frase original é assim. Você pede, e Deus o usa para dar vida, porque você está unido ao Senhor! Na comunhão da vida, você se une ao Senhor. É um só espírito com Ele! Se você viver na comunhão da vida, você será um com o Senhor e Ele te usará para dar vida para o irmão por quem você está orando.

1 Jo 5:16

  1. Há pecado para morte. “Pecado para morte” indica a natureza do pecado. Há algum tipo de pecado que conduz quem peca para a morte. Morte aqui é principalmente a morte física, mas não necessariamente ocorrerá. Na construção “para” indica “em direção à” (que leva a). Quem comete esse tipo de pecado, essa natureza do pecado, caminha em direção à morte física. Alguns morrem, outros não. Então, a que tipo de pecado para morte se refere? Quando algum membro do Corpo comete injustiça, interfere a comunhão do Corpo, por isso, para manter a saúde do Corpo, é importante orar uns pelos outros, para que ninguém seja privado de suprimento de vida. Esse é o tipo de oração “não para morte”. Devemos pedir para que esse irmão recupere logo a comunhão da vida e também não a interrompa quando passa por ele. O problema é que há pecado para morte. João fala que para esse não devemos orar. Pecado para morte deve ser o que fere frontalmente o princípio da autoridade de Deus, como rebelião contra Deus e contra a autoridade estabelecida por Ele.

Nm 12:1-11

  1. No caso de Miriã e Arão que questionaram a autoridade de Moisés, este não se defendeu. Deus é que saiu para falar com quem estava se rebelando. Deus lhes disse: “Como, pois, não temestes falar contra o meu servo, contra Moisés?” E em seguida Miriã ficou leprosa. Miriã sofreu a consequência de ir em direção à morte. Não morreu, mas foi em direção à morte, pois ficou leprosa. Por isso que Arão ficou desesperado e pediu para que Moisés orasse, pois ele não queria morrer. Então Arão não sofreu mais nada.

Nm 16:26-33; 1 Co 10:5-12; Rm 16:17-19; 2 Ts 3:14;

  1. No caso da rebelião de Corá, Datã e Abirão, que acusaram Moisés de se exaltar sobre a congregação, Moisés caiu sobre o rosto, pois percebeu a gravidade do ato. Ele sabia que Deus seria duro. Datã e Abirão acusaram Moisés de querer ser príncipe sobre eles, e se recusaram a obedecer-lhe. Moisés pediu ao povo que se afastasse das tendas deles, pois Deus faria a terra abrir a boca e os tragaria com tudo o que era deles, e vivos desceriam ao abismo, pois desprezaram o Senhor, o que de fato ocorreu. Para mim, esse é o tipo de pecado para a morte. Por isso, enquanto vivemos a normalidade, é preciso ter cuidado! Para cair, basta estar em pé. Se estamos em pé, tenhamos cuidado para não cair. Por isso, precisamos desse alerta. Devemos nos desassociar e ficar longe de quem fala coisas negativas. 

    1 Jo 5:18-19

  2. “Todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca.” Quem é esse “nascido de Deus” que não vive em pecado? Somos nascidos de Deus, mas “nascido de Deus” principalmente se refere ao Ente divino que nasceu de Deus em nós. Esse Ente nos faz amar os irmãos, não viver na prática do pecado, e o maligno não lhe toca. Por isso, não precisamos ter medo do diabo, mesmo no meio de luta tão feroz. Às vezes parece que a atmosfera espiritual está tão densa, tão difícil, como senti algumas vezes, mas não tenhamos medo, porque o maligno não nos toca. Principalmente não toca a parte que é nascida de Deus! Tenho confiança que vamos vencer todas as batalhas e trazer o Senhor de volta!

1 Jo 5:20-21

  1. João ressalta que quem nasceu de Deus tem a vida divina e quem vive na comunhão da vida não vive em pecado, pois a vida de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca. O Maligno não toca o que é nascido de Deus em nós, nosso espírito regenerado. Somos a igreja, o Corpo de Cristo; somos de Deus. Deus tem a igreja como instrumento para realizar a Sua vontade. Satanás, o Maligno, tem o mundo como o instrumento para fazer a sua obra de oposição, lutando contra Deus. A igreja é formada pelos nascidos de Deus, os que possuem a Sua vida, e é o Corpo de Cristo, governado em vida por Cristo, a Cabeça. O mundo é sistematizado pelo diabo, organizado e controlado por Satanás, jaz, sem vida, no Maligno e por ele é manipulado.
  1. Vamos vencer essa batalha, trazer o Senhor de volta, nos manter na comunhão da vida e ao mesmo tempo, receber sinais e alertas. Nunca vamos deixar Satanás nos tirar do combate por causa de pecado ou do mundo. As vezes vemos pessoas tão úteis, mas, quando caem em pecado, principalmente pecado contra o corpo, pecado moral, isso pode destruir o seu futuro de servir ao Senhor. Tomemos cuidado com isso. Por outro lado, podemos ser vencidos pelo mundo, o orgulho pode entrar em nosso coração, podemos nos achar superiores aos outros e também estaremos acabados no serviço para o Senhor. Por isso precisamos ter zelo. Vamos nos manter sempre humildes, simples, limpos e puros servindo ao Senhor como membro vivo do Corpo de Cristo, na comunhão da vida!

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