Palavra ministrada pelo irmão Pedro Dong, transmitida pelo Instituto Vida para Todos diretamente do auditório da Igreja em Belo Horizonte – Minas Gerais, em 31/07/2022. Texto não revisado pelo autor.
Hoje estamos iniciando o estudo de um novo livro da Bíblia: Efésios. Daremos sequência ao encargo do evangelho de Mateus, que termina falando sobre a grande comissão: pregar o Evangelho com a finalidade de edificar a igreja. Pregar o Evangelho do Reino visa resgatar homens e buscá-los como materiais para a edificação do Corpo de Cristo. Tal edificação só ocorrerá quando todos os membros do corpo forem aperfeiçoados para esse fim, e culminará na conclusão da era em que vivemos. Então, todas as coisas estarão de fato debaixo dos pés do Senhor.
Mt 16:16-29; Ef 4:11-12; Ef 1:21-23; Ef 1:19-21; Mt 28:18-20; Zc 4
O tema desta série de mensagens é “Nossa Missão: A Edificação do Corpo de Cristo”. É difícil ilustrar a edificação da igreja, por não se tratar de um edifício material, mas optamos por um símbolo que será explicado a seguir.
A grande comissão foi primeiramente entregue a Jesus em Mateus 16: Cristo, o ungido de Deus, foi comissionado para edificar a igreja, sendo Ele mesmo a pedra angular, o fundamento dessa edificação. Graças a Deus fomos resgatados desse mundo para participar dessa edificação como materiais de construção. Por isso vamos às ruas ajudando a resgatar pessoas, para recolher mais material para a edificação. Essas pessoas, porém, precisam passar por um aperfeiçoamento. Quando essa era for concluída, Cristo será não somente a pedra angular, mas também a de arremate, a que conclui a edificação.
Ap 19:7-9; Ef 5:25-27,31
Ao fim dessa era, haverá a grande tribulação. Os vencedores, porém, aqueles que cooperaram com a edificação da igreja, serão arrebatados para o trono de Deus com o Filho Varão, e virão juntamente com Cristo em sua parousia durante a grande tribulação. No final dos três anos e meio da grande tribulação, haverá um casamento.
Os que são chamados para esse casamento são a própria noiva. Esse casamento é para juntar Cristo e a igreja numa união orgânica e definitiva. Hoje, estamos sendo preparados como uma noiva: vivemos o período em que Deus está santificando sua igreja, nos lavando com a água da palavra. Esse lavar retira de nós todos os elementos da carne, do velho homem, da natureza humana e coloca em nós os elementos santos e divinos, com o intuito de nos apresentar como igreja gloriosa, santa e sem defeitos diante Dele naquele dia. Nesse casamento, Cristo e a Igreja serão unidos em um só, como um bloco de pedra, um cubo.
Dn 2:31-35,44; Sl 2:1-3; Ap 21:1-11,16; Ap 22:1-7
A Babilônia começou com Ninrode tentando apresentar ao mundo a possibilidade de independência do homem em relação a Deus. Surgiu, então, o governo humano, hoje controlado por Satanás. Um dia, porém, esse governo será destruído. No livro de Daniel vemos a passagem do sonho de Nabucodonosor. A estátua descrita ali representa esse governo, uma afronta à autoridade divina e que será destruído e tomado pelo Senhor.
O homem anuncia cada vez mais sua independência de Deus, e o mundo tem sido levado para uma tendência muito forte de romper qualquer vinculo com o governo divino e com a palavra de Deus. O anticristo se levantará contra tudo aquilo que remete ao Senhor, posicionando-se a si mesmo como divindade que deve ser adorada. Nós, como igreja, nos posicionamos como aqueles que estão sob a autoridade divina, aqueles que querem ser governados por Cristo e usados para Sua edificação.
A estátua descrita em Daniel 2 representa todo o governo e autoridade humanos. A pedra cortada sem o auxílio de mãos que é citada demonstra a união entre Cristo e a igreja, juntos em um só bloco. A pedra atinge os pés da estátua e a esmiúça, traz a ruína de todos os grandes impérios humanos, e se torna em grande montanha que enche toda a terra. Na logo da conferência podemos observar exatamente esse movimento do cubo se movimentando para se tornar uma grande montanha. Apocalipse descreve a cidade de Jerusalém, totalmente governada pela autoridade divina, como um cubo. Quando a Nova Jerusalém for estabelecida, nunca mais o homem estará desvinculado ao governo e ao trono de Deus.
Nesse semestre vamos entrar no livro de Efésios de uma maneira diferente. Finalizamos o encargo do livro de Mateus falando sobre o sacrifício de Jesus. Tudo Ele fez para que, por meio de Seu sacrifício e de Sua ressureição a igreja pudesse receber Seu espírito e a grande comissão. Essa comissão foi dada a Cristo em Mateus 16. Não se tratava de levantar um grande movimento religioso aqui na terra, mas sim produzir e dispensar a vida de Deus entre nós. Por meio da edificação da igreja, traremos o Reino e governo de Deus para a terra, e essa é nossa comissão. O cumprimento desse encargo começa pela pregação do evangelho, do “Posso orar por você”, da colportagem dinâmica, de colocar em prática os instrumentos que temos recebido.
É exatamente com esse viés prático que entraremos no livro de Efésios.
Mt 28:18-20
Era necessário que Jesus viesse à terra, cumprisse o plano de redenção e se tornasse o outro consolador, para hoje estar presente como Espírito, sendo autoridade do Rei aqui. Ele foi quem deu a autoridade para que a igreja vá a todas as nações para pregar, batizar e fazer discípulos, recolocando as pessoas debaixo da autoridade de Deus. Aqueles que estão debaixo de autoridades divergentes, muitas vezes sequer têm um rumo na vida, andando confusos. Por isso a pregação do evangelho visa trazê-los para perto da autoridade do Senhor, devolvendo sentido para sua vida. O batismo traz a unidade orgânica das pessoas para dentro do Deus Triúno.
Atualmente nós temos o tesouro da palavra profética, que tem nos abençoado e dado direção, nos levando a viver um dos momentos mais felizes da vida da igreja até hoje. A palavra é a presença invisível do Senhor entre nós, é assim que Ele se faz presente aqui até que Sua segunda vinda ocorra. Por isso foi necessário que houvesse derramamento de sangue e água durante a crucificação: a água, representando a palavra só é vista por aqueles que seguem o Senhor de perto. Hoje, se queremos a presença de Deus, precisamos ser seguidores próximos da palavra.
Ef 1;17-23
O poder entregue a Cristo foi estendido também à igreja e hoje está conosco. Precisamos agora pedir ao Senhor que Ele nos dê revelação para conhecer qual a esperança de nosso chamamento e a eficácia do poder Daquele em quem cremos. Deus, com Sua suprema grandeza, ressuscitou a Jesus e O fez estar assentado nos lugares celestiais, acima de toda sorte de autoridade, poder e domínio. Cristo, que já recebeu toda autoridade no céu e na terra, estendeu essa autoridade também a nós: Ele foi dado à Igreja como cabeça para nos governar. O que mais falta no mundo atualmente é governo, cabeça. Uma galinha sem cabeça ainda é capaz de andar alguns passos, mas não tem rumo e logo cai. Os homens hoje são como galinhas sem cabeça, por melhor que pareçam estar. Hoje nós temos uma cabeça que está nos céus: Cristo. Tudo está debaixo de Seus pés, e nossa comissão é que todas as coisas sejam colocadas também debaixo dos pés da igreja, devidamente encabeçada por Cristo.
At 1: 5; 2:1-4; At 11:15
Para a igreja poder levar a cabo essa responsabilidade, ela precisa também ser ungida. Cristo foi ungido como filho do Deus vivo, e agora é nossa vez. Em pentecostes a igreja foi ungida pra pregar o evangelho e levar a cabo a edificação, avançando até a consumação do século. Nessa edificação, precisamos seguir ao Senhor através da palavra. Hoje, o ministério mais importante que temos é o ministério da palavra, pois ele é o que nos confirma a presença do Senhor. Nós somos alegres, pois não temos sido privados da palavra e Deus tem nos agraciado com Sua presença.
Mt 27:55; Lc 8:1-2; Rm 12:1-7
O ministério da palavra não está sozinho, mas precisa de apoio. No tempo em que Jesus esteve na terra, havia um grupo de mulheres que O seguiam, prestando um serviço oculto. Da mesma forma, hoje o ministério da palavra precisa de inúmeros serviços de apoio, desde a arrumação das cadeiras até a alimentação física dos irmãos. É necessário que estejamos dispostos a servir nessas inúmeras frentes que apoiam a palavra profética aonde quer que ela vá. A igreja precisa buscar a excelência em seus serviços.
Além de Jesus, os discípulos também estavam sempre presentes. Mais pessoas significam mais bocas a serem alimentadas, e também mais custos. Tudo gera um custo monetário: alimento, cadeiras, locais de reunião etc., e isso diz respeito a mais um serviço oculto: o das ofertas e riquezas materiais. Há então os três pilares, que trazem estabilidade em qualquer que seja o terreno. Se quisermos cumprir a palavra profética, precisamos desse tripé: a palavra, o serviço e as ofertas. Essas três frentes precisam estar sendo cuidadas. A palavra profética e os serviços têm fluído muito bem entre nós, graças ao Senhor! Já turbinamos a colportagem dinâmica, a pregação do evangelho, as redes de cuidado, o serviço nas igrejas e os CEAPES. Precisamos turbinar ainda mais o CEAPE e nossa quantidade de colportores, para que possamos experimentar mais da renovação que esse contexto nos traz.
Não há serviço sem a apresentação de nosso corpo: precisamos estar fisicamente presentes no serviço, na pregação do evangelho. A cada um foi confiado um dom e ministério, mas todos os serviços devem estar alinhados à profecia, ou seja, à palavra profética. Na vida da igreja não podemos ser autônomos, agindo por vontade própria, mas sempre devemos seguir sob a benção e orientação do profeta.
Mt 5:20; Gn 14:14,16-20; 28:20; 2 Co 8:1-4, 9:6-11; Is 55
Há também uma forte necessidade de turbinar o ministério de ofertas e riquezas materiais. Já é observada fidelidade quanto às ofertas de destino específico, mas meu encargo hoje é transmitir a necessidade de turbinarmos as nossas ofertas normais. Nossas ofertas normais, nosso dízimo, precisam ser cumpridas com reverência. Precisamos honrar o Senhor de acordo com aquilo que Ele nos dá. Ele tem nos dado um salário para viver, e para que vivemos? Vivemos para essa grande comissão: edificar a igreja, pregar o evangelho. Assim, nossos bens materiais também são para a obra Dele. Ao receber nosso salário, tenhamos o coração de retirar o necessário para nossa sobrevivência e entregar o restante ao Senhor. Nossos bens são sementes que devem ser utilizadas na semeadura divina.
Alguns grupos religiosos seguem à risca e de maneira controlada as ofertas regulares, o dízimo. Esses grupos têm uma vida financeira saudável, assim como suas ofertas. Nós também precisamos exercitar essa prática, visando manter uma vida de ofertas regulares saudáveis dentro da vida da igreja.
Aquilo que ganhamos todo mês, recebemos do Senhor. O dízimo, na verdade, é pouco, porque Deus é quem nos dá tudo, mas esse é o valor definido pela justiça desde o antigo testamento. Nós, porém, podemos exceder essa justiça e buscar entregar ainda mais ao Senhor! Se aplicássemos a lei dos fariseus, tiraríamos de fato a décima parte do salário de cada um, mas não cumpramos nossas ofertas como um fardo ou simples compromisso diante dos homens, é diante do Senhor que devemos apresentar nossas ofertas, de acordo com o valor que Ele colocar no coração de cada um. Cada um deve ir diante Dele e pedir orientação quanto a esse valor, para que haja um compromisso mensal de ofertas. O valor predefinido do dízimo não deve servir como limitante para nós; pelo contrário, deve ser usado por nós como desculpa para exceder a lei dos fariseus e entregar ainda mais pelo Senhor. Além de nossas ofertas especiais, precisamos também ter na conta da igreja um valor de compromisso mensal, que possa suprir as necessidades da obra, para que possamos além de manter as despesas regulares da igreja, também turbinar as frentes de serviço e pregação do Evangelho que o Senhor tem nos confiado.
Aquilo que o Senhor pede de nós não vai além daquilo que temos recebido, ele nos pede de acordo com o que possuímos e nossa capacidade. Precisamos enxergar que ofertar é semear. O Senhor tem nos dado sementes não para ficar paradas, mas para semearmos. O dinheiro que entra em nossa vida é primeiramente para a semeadura: as melhores sementes devem ir para os campos para que possam frutificar, e o restante é o que permanece para alimento e sustento próprios.
Espero que o Espírito Santo fale ao coração de cada um. Vamos normalizar as nossas ofertas de cada dia! Precisamos lembrar que se Ele nos dá salário, é para continuarmos servindo a Ele e o restante deve ser investido nas coisas Dele mesmo. Quando isso ocorre, nós turbinamos o ministério da palavra, o ministério do serviço e também o de ofertas e riquezas materiais!