Conferência Internacional M04 – A Bênção do Filho: Redenção e Encabeçamento

 

 

Palavra ministrada pelo irmão Pedro Dong, transmitida pelo Instituto Vida para Todos diretamente do auditório da Igreja em São Paulo-SP, em 21/08/2022. Texto não revisado pelo autor.

Nossa alegria é muito grande hoje, pois estamos recebendo todos os coordenadores do CEAPE e gerentes das cooperativas. Estivemos tendo ótimas comunhões para alinharmos a prática da palavra profética, e assim imergir todos na palavra que o Senhor nos tem falado. Isso gera uma combustão orgânica, pois a palavra profética é como combustível que nos alimenta para realizar a obra de Deus. Nas ruas, os colportores aplicam todo conteúdo que receberam da palavra profética. A imersão na palavra fez toda a diferença, e todos nós podemos fazer isso. Participe ativamente ao escutar as mensagens, sempre anotando para capturar o máximo para, assim, também ficar louco pelo Senhor e pela palavra!

Todos nós podemos estar imersos no encargo que o Senhor nos tem falado, e quando praticamos juntos, nos ajudando, somos edificados uns com os outros. Somente quando formos edificados o Senhor poderá voltar.

Ef 1:3; Mt 28

Nós estávamos no encargo de Mateus, onde vimos que Cristo foi o ungido para executar Sua missão e comissão: a missão foi gerar a igreja por meio de Sua morte e ressurreição, e Sua comissão é edificar essa igreja. Após a edificação da igreja, as portas do Hades não poderão prevalecer contra ela. Assim, o reino surgirá e a igreja se unirá a Cristo e derrotaremos juntos o domínio do príncipe das trevas sobre este século.

No final de Mateus 28, Cristo passou adiante a comissão de edificar o Corpo de Cristo. Você não está aqui somente para reunir com alegria e melhorar sua vida espiritual, mas também para trabalhar, resgatar mais pessoas das trevas e trazê-las para a edificação da igreja. Ao servir o Senhor na obra, seremos edificados uns com os outros e essa edificação sólida derrotará as portas dos Hades e trará o Senhor de volta.

É a igreja que vai levar a cabo essa grande comissão que Cristo nos deu, portanto, não deve ser meramente terrena. A igreja, embora esteja na Terra, é celestial. Por isso, Deus não espera dela altos níveis de prosperidade material ou humana, mas sim que produza algo da esfera Dele aqui na Terra. A única maneira pela qual Ele pode fazer isso é nos abençoando com toda sorte de bênção espiritual que está nas regiões celestiais.

Alguns grupos cristãos pregam o evangelho da prosperidade, do ganho material. Não estamos aqui para isso, mas para fazer a vontade de Deus. O caminho é receber toda bênção espiritual, e não promover organizações e habilidades humanas. Se continuarmos a servir a igreja de forma convencional, como sempre fizemos em experiências passadas com o conhecimento tidos até então, ainda faremos uma obra a nível terreno. Precisamos recorrer às bênçãos celestiais para edificar a igreja. Nenhum de nós, homens, temos capacidade de edificar a igreja, mas temos capacidade de receber as bênçãos, e somente com elas conseguimos realizar essa obra.

A bênção do Pai

1 Pe 1:2; Rm 9:11

O Pai nos abençoou com Sua escolha. Dentre tantas pessoas, Ele nos escolheu para ser santos e irrepreensíveis, e Deus nos predestinou segundo Seu beneplácito. Predestinar, em grego, significa marcar para determinado destino. Deus escolheu e marcou você! As pessoas à sua volta talvez não enxerguem essa marca, mas Satanás e os anjos caídos enxergam. Nessa marca está escrito: “você está destinado à filiação”. A filiação não é meramente o fato de ser filho de Deus, mas também passar a viver como alguém guiado pelo Espírito de Deus. O Espírito nos guia na vida da igreja, e ao praticar a palavra Ele vai nos amadurecer, para que, no final, sejamos filhos maduros e prontos para receber a herança de Deus.

Quando falamos de escolha, eleição e predestinação, há uma confusão na cabeça dos cristãos. Há duas escolas de teologia, a Calvinista e a Arminiana, que interpretam o assunto de forma diferente. A Calvinista afirma que a eleição é totalmente predeterminada por Deus de forma soberana. Todavia, resta a dúvida do porquê a Bíblia cita tanto “buscai enquanto se pode achar”; se estamos predestinados e temos nosso caminho predefinido, por que buscar?

Os arminianos vão para o outro extremo: há total dependência das obras dos homens para que ele seja eleito. Romanos, no entanto, nos diz que no propósito de Deus não há dependência de obra humana.

Todavia, descobrimos em 1 Pedro que a eleição é segundo a presciência de Deus. Ele não está limitado ao tempo, e desde a eternidade passada já tem presciência da nossa fé – se na minha vida eu crer, Ele sabe desde antes que crerei.

Os judeus “praticantes” se esforçam muito para realizar a obra de Deus, e assim esperam alcançar a justiça da lei. Todavia, não é assim que vão alcançá-la. Os gentios, pelo contrário, não se importavam com a justiça de Deus e a lei, mas quando ouviram sobre o Senhor Jesus e creram receberam a justiça.

A diferença é crer. Como saber se fui eleito pelo Senhor? Um dia eu cri, e quando cri, fui marcado. Como Deus tem a presciência, Ele já sabia que um dia iria crer e, então, antes da fundação do mundo, me predestinou. Não é por obra, mas pela fé. Precisamos caminhar por fé todos os dias de nossa vida. Continuemos servindo e vivendo pela fé, e assim receberemos mais das bênçãos celestiais!

A bênção do Filho

Ef 1:6; Cl 1:11; Jo 17:4

Antes de nos levar à bênção do filho, nos é dito sobre o louvor da glória de Sua graça. É comum louvarmos a graça, o presente que Deus nos deu. Porém, no versículo nos diz para louvarmos a glória da graça. Deus nos deu graça, o próprio Cristo gratuitamente, e assim experimentamos toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais. Qual o propósito de Deus ao nos dar a graça? Ele espera um resultado, que é a glória.

A glória tem força, ela opera para um resultado. A força dessa glória nos fortalece, e nós devemos aprender a ser fortalecidos nela. Quando passarmos por dificuldades e tribulações ainda podemos viver com alegria, pois temos a força da glória conosco.

Jo 17:4-5,21-24; Jo 7:37-39

A glória é Deus Pai. Quando o Senhor confia algo à igreja, e nós cumprimos, a nossa obra glorifica a Deus. A glória que damos ao Senhor vem por meio de atitudes, quando pregamos o evangelho, quando praticamos a palavra profética. Jesus glorificou a Deus cumprindo a obra que Deus separou a Ele.

Antes de existir a criação, na eternidade passada, o Filho estava na glória do Pai, mas depois foi enviado para viver na terra. O homem Jesus seria um corpo estranho para a glória do Pai, mas em sua morte e ressurreição Jesus foi glorificado, pois Deus aprovou Seu trabalho, e assim o Espírito foi enviado a nós.

A graça que Deus nos deu em Seu Filho amado tem o objetivo de nos fortalecer, nos glorificar com todo Seu poder. O objetivo final de Deus é nos inserir na glória do Pai unindo a igreja ao Filho – para que todos sejam um com o Pai. É crucial que recebamos a glória, o próprio Deus, assim somos aperfeiçoados nessa unidade. O resultado da unidade é amor – começamos a amar um ao outro. Esse amor é de Deus, não é fabricado.

Jesus é o filho amado de Deus. O próprio Pai declarou isso em Seu batismo e no monte da transfiguração. Nós todos somos escolhidos para receber essa graça por meio do amado, o filho de Deus.

Ef 1:7-8,14; Hb 9:22; 1 Pe 3:18; Rm 5:1-2,16-18; 1 Co 1:24,30; Pv 8:12,22

Sem a redenção feita por Jesus, não teríamos acesso às bênçãos espirituais nos lugares celestiais, e continuaríamos na queda do homem. A redenção deu base, para que nossos pecados fossem perdoados e fôssemos justificados perante Deus, a fim de que um dia alcancemos Sua glória. Ele nos predestinou à filiação e hoje nos dá graça abundante. Isso é maravilhoso!

Em Efésios 1:8 nos é revelado que recebemos essas bênçãos em toda sabedoria e prudência. Sabedoria é necessária para planejar e a prudência é necessária na fase da execução. Cristo é a sabedoria de Deus para planejar, e Cristo é a prudência de Deus para executar.

Qual era o plano? O centro do plano é o homem. Antes da criação do mundo, o Pai e o Filho viviam unidos, o Filho era o prazer do Pai. Aprouve a Deus abrir um espaço de tempo para introduzir o homem, pois Seu plano é colocá-lo nesse prazer. Um dia estaremos unidos ao Pai como o FIlho estava. Deus queria que o homem pudesse ser inserido por meio da glória Nele, e assim participasse da Sua felicidade!

Ef 1:10-22; Sl 2:1-8

A história do homem foi marcada por tragédia seguida de tragédia. Era um mistério para todos os anjos o motivo de Deus ter criado o universo, para, aparentemente, permanecer nesse caos. Mas Ele tem uma vontade, e essa vontade será realizada. Tudo tem origem na vontade de Deus. Cristo participou na fase do projeto e hoje participa da execução do plano conforme a vontade do Pai.

A vontade de Deus sempre foi um mistério, não se sabia o motivo de Deus ter criado o universo. Todavia, foi dado a Paulo a revelação do mistério: fazer convergir em Cristo todas as coisas; fazer tudo ficar sob o encabeçamento de Cristo. Essa é a vontade de Deus!

Lúcifer achou que ele seria o escolhido para governar as nações e ser semelhante ao Altíssimo, porém Deus o rejeitou. O mundo de hoje sofre a influência de Satanás, indício que vemos desde Ninrode. Deus, todavia, escolheu Cristo para dominar sobre todas as nações; Ele foi o escolhido para encabeçar tudo. Esse encabeçamento hoje está em curso no universo. Cristo está à direita do Pai nos lugares celestiais, por isso Deus pode nos abençoar com toda sorte de bênção espiritual.

Onde ficam esses lugares celestiais? Eles estão acima de todo principado, potestade e qualquer nome que se possa proferir. Jesus, injuriado na Terra injustamente, foi aprovado, glorificado por Deus, para encabeçar todas as coisas e elevado para acima de qualquer poder.

A cabeça da igreja já alcançou esse nível, porém Seu corpo ainda está na Terra. Cabe ao corpo executar a realidade da cabeça na Terra. Pouco a pouco o corpo será enchido da realidade celestial da cabeça. Por isso precisamos sair da caixa! O serviço tradicional não realizará esse trabalho extraordinário, pois esse trabalho não é humano, e somente Deus pode fazê-lo! Por isso a palavra profética tem efeito. Quando cremos, somos submissos e obedecemos a palavra, e a própria palavra faz a obra. Não é o homem fazendo a obra, mas Deus por meio do homem.

Sl 110:1-3

Quem vai levar os inimigos do Senhor para debaixo dos Seus pés é a igreja. Nós somos de Sião: Sião é quem luta pelo reino de Deus na terra hoje. Somos aqueles que não estão dormindo como os demais, mas estamos apercebidos para lutar pelo reino e pela edificação do Corpo de Cristo. Esse Sião dará o cetro do poder ao Filho.

No seio da aurora, vão aparecer muitos jovens como gotas do orvalho que estão cumprindo a promessa. Nessa fase final precisamos dos jovens, adolescentes e crianças. Eles irão formar o exército de jovens santos!

Ef 1:10

“Na dispensação” significa “oikonomia”, ou seja, execução do plano de Deus. Tudo que falamos sobre escolha, predestinação e, agora, encabeçamento de Cristo, partiu da vontade de Deus. O Filho, que sabia o que Pai queria, planejou e está executando essa vontade hoje.

O tempo serve para que a vontade de Deus seja feita; ele tem início e fim. O homem foi criado pelo sopro de Deus, e assim a eternidade entrou nele. A partir do corpo terreno, Deus quer produzir algo divino e eterno. Nós, que vivemos na terra, somos como casulos para Deus gestar algo divino, espiritual, para que, quando a gestação terminar, nasça essa criatura. O tempo só serve para isso: para que o homem seja inserido em Deus e ambos, unidos, possam se alegrar para todo o sempre!

Rm 8:17-21

O sofrimento do tempo presente não pode ser comparado com a glória a ser revelada em nós. Quando a gestação terminar será feita a revelação dos filhos de Deus – quando a criação for redimida do cativeiro da corrupção para a liberdade da glória dos filhos de Deus! Então essa criatura, que podemos chamar de igreja gloriosa, poderá ser unida a Deus. Dessa maneira, o tempo terá cumprido sua utilidade, e, após o milênio, entraremos na eternidade.

O nascimento sempre causa dor, mas aguardamos a filiação, que é a redenção de nosso corpo. Nosso espírito, alma e corpo serão enchidos de glória, e nós seremos inseridos na glória de Deus, que é a própria glória!

E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo.

Romanos 8:23

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