Conferência Internacional M11 – Apóstolo, o Despenseiro do Mistério de Deus

Palavra ministrada pelo irmão Pedro Dong, transmitida pelo Instituto Vida para Todos diretamente da Estância Árvore da Vida – Sumaré, Brasil, em 23/02/2023. Texto não revisado pelo autor.

 

 

 

Cl 1:15-23

  1. Nesse trecho está a parte mais importante do livro de Colossenses e mostra que fomos transportados, transferidos de reino. Cristo é a imagem do Deus invisível, o Primogênito de toda a criação, a Cabeça do Corpo, da igreja, o princípio, o Primogênito dentre os mortos, porque aprouve a Deus que Nele residisse toda a plenitude. Tudo foi criado Nele, para Ele e por meio Dele. No plano da velha criação, Cristo é o primeiro. Contudo, a partir do versículo 18, Paulo fala do plano da Nova Criação, onde Ele é a Cabeça do Corpo. A igreja está no plano da Nova Criação. Ele é a origem de todas as coisas e o Primogênito dentre os mortos, ou seja, o primeiro a ressuscitar dos mortos. Nesse momento fomos transferidos do plano terreno, material, da criação, para o plano da nova criação, da igreja, o plano celestial. Nos dois planos, Ele está em primeiro lugar para ter a primazia em todas as coisas.

  1. Fico incomodado em falar de primazia apenas no campo teórico. Todos os estudiosos falam que em Colossenses Paulo quer destacar a primazia de Cristo. Contudo isso ainda soa teórico. Não basta sair da conferência dizendo que Cristo tem a primazia entre nós. O livro de Efésios nos mostra um rio da graça que não tínhamos visto antes. Aquele rio regava o jardim do Éden. O caminho da árvore da vida foi fechado para o homem, mas Deus não desistiu e quer recuperá-lo.

Cl 1:13-14

  1. Deus enviou o próprio Filho para reconectar o homem com Deus. “Ele nos transportou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do Seu amor”. A redenção nos traz a possibilidade de mudar de reino. Sem o sangue de Cristo, não tínhamos direito de mudar para o reino de Deus. Ele morreu por nós, mas também ressuscitou. Na ressureição, foi gerado Filho de Deus. Como Deus, Ele era o Unigênito de Deus, mas após a ressurreição tornou-se o Primogênito com a tarefa de conduzir muitos filhos à glória. Na ressurreição, tornou-se o Espírito da realidade prometido por Jesus (Jo 14:16). Ele não queria nos deixar órfãos. O Espírito veio para nos conectar com a realidade em outro plano, o da Nova Criação. Quando cremos em Jesus, somos salvos no espírito, ganhamos o direito de ser filhos de Deus e estamos conectados com Ele. Cristo é o conector e, por meio Dele, nosso espírito está conectado com Deus.

Rm 8:6

  1. Contudo temos problemas na alma, pois o inimigo de Deus, o pai da mentira, nos desconectou de Deus e nos afastou da verdade. Isso nos tirou da esfera da realidade. Passamos a ter grande vazio em nós. Trevas e a mentira entraram em nós, o ódio passou habitar em nós em lugar do amor. Deus quer salvar-nos completamente. Por meio de nosso espírito conectado a Ele, Deus quer inundar nossa alma com o rio da graça. Para passar do espírito regenerado para a alma, existe uma porta, a mente. Nossa mente está acostumada a viver na carne e está ligada a ela todo tempo. A mente posta na carne é morte, mas, após a regeneração de nosso espírito, o Senhor quer nos mudar, e nossa mente pode voltar-se para o espírito conectado com Deus.

Rm 12:2; Ef 4:22

  1. Como podemos mudar a chave da mente? Pela renovação da mente. Nossa transformação começa pela porta da mente que deve ser aberta. Para isso, precisamos ter a mente renovada. O velho homem se corrompe segundo as concupiscências do engano. Precisamos parar de viver no velho homem. A chave está na mente. A mente precisa ser renovada. “Vos renoveis no espírito da vossa mente” (lit.). Quando temos a mente renovada, ela passa a se submeter ao espírito. Por isso, temos a expressão “espírito da vossa mente”. Como ter a mente renovada? Pela imersão na Palavra. É um caminho fácil e curto para renovar a mente. Nosso espírito depende de nós para o usarmos. Na imersão, começamos a exercitar o espírito invocando o nome do Senhor, com grito de guerra, falando uns aos outros. Isso renova nossa mente, e a porta se abre para o rio da graça invadir nossa alma. Assim, Cristo habita em vosso coração. Dessa forma, a Palavra Profética na qual estamos imergindo faz efeito em nossa mente, emoção e vontade.

  1. Em nós há um vazio, a ausência da verdade. Deus quer nos encher da verdade, da realidade, a fim de expulsar tudo que Satanás colocou em nós para nos contaminar. Isso não sai de uma vez. Conforme a Palavra inunda a alma e é assimilada por ela, expulsa os elementos velhos: egoísmo, individualismo. O Senhor não tira primeiro a contaminação, mas põe a verdade para expulsar o que foi plantado pelo inimigo. Efésios nos mostra que o objetivo de Deus é nos preencher e eliminar os elementos do velho homem, as toxinas. O Senhor está eliminando isso de nós para abrir espaço a fim de alojar os elementos de Cristo.

  1. Cristo não terá a primazia apenas por gritarmos isso, mas a terá nos lugares que Ele preencher. Numa cidade, há lugares onde o crime domina, e o governo não tem como estabelecer o policiamento. Ali, o governo não tem domínio. É a mesma coisa com Cristo. Se em nós há espaços onde Cristo não domina, ali Ele ainda não tem a primazia. Por isso, precisamos abrir a porta da mente, e Deus então trabalha Cristo em nós. Não temos acesso a Deus e ninguém é capaz de vê-Lo. Ninguém consegue chegar perto do sol, mas precisamos do seu calor e energia. O que traz o sol até nós são os raios solares. Os raios solares simbolizam Cristo. A realidade divina que nos quer preencher é o próprio Cristo, o resplendor da glória. Deus quer preencher nosso vazio com a realidade e a verdade das quais Cristo é a plenitude.

 

Cl 1:19

  1. Você precisa de Deus? Cristo é a plenitude de Deus. Você precisa da glória? Cristo é a plenitude da glória. Você precisa do Deus invisível? Cristo é a imagem do Deus invisível. Cristo traz a substância de Deus para gravar em nós, pois quer encher cada pedaço e vazio Dele mesmo. Esse processo demora. Por isso, temos que insistir na imersão na palavra profética, recebê-la com humildade e praticá-la pregando o evangelho e cuidando das pessoas. Pouco a pouco o vazio é preenchido por Cristo. “Aprouve a Deus que Nele residisse toda a plenitude”. Para Cristo ter a primazia, não adianta somente gritar essa verdade; precisamos deixar Cristo inundar e tomar conta de nós. Em muitas partes do nosso ser, Ele ainda não tem domínio. Digamos ao Senhor: “Senhor, quero que entres em cada parte do meu ser na qual ainda não tens domínio. Jesus, domina todo o meu ser e faze morada em meu coração. Sente-te em casa. Da minha parte, quero praticar mais a imersão na palavra, renovar a mente para receber Teus elementos. Assim, terás a primazia em mim e na igreja”.  

MENSAGEM 11

Cl 1:24-25

 
  1. “Dar pleno cumprimento” é ‘pleroo’ que significa encher até o máximo. Dar pleno conhecimento à Palavra de Deus é completá-la. Para permitir que Deus realize esse processo por meio da palavra profética, imersão da palavra, temos de abrir o coração, a porta da mente para receber o rio da graça, precisamos de um dispensador. Paulo, como apóstolo, é esse dispensador.

 

Ef 3:1; Cl 1:25

  1. Essa palavra “dispensação” em grego é oikonomía e se refere à administração, gestão ou gerenciamento de uma casa, a casa de Deus. Paulo cuidava, administrava a graça de Deus, o suprimento da graça para a igreja. Ele cuidava da despensa de Deus. Assim como fazemos compras e as armazenamos na despensa, suprindo a casa de acordo com a necessidade, o apóstolo é aquele que administra a despensa da igreja. O apóstolo Paulo recebeu a missão de despenseiro. O despenseiro cuida da despensa, e o dispensador distribui o que está na Todo dispensador encarregado de fazer a obra de Deus passa por sofrimento. Nosso Senhor Jesus Cristo veio pronto e disposto para sofrer. Ele era homem de dores e nunca reclamou ou reivindicou algo para Si. Ao ir para Jerusalém, foi como ovelha muda ao matadouro.

Existem dois tipos de sofrimento:

  1. Primeiro: a morte de Cristo para realizar a redenção por nós e, após Sua ressurreição, gerar a igreja. Eu e você não temos parte nesse sofrimento. Somente Cristo pôde sofrê-lo por nós.

Cl 1:24

  1. Segundo: podemos participar do segundo tipo de sofrimento, não para gerar a igreja, mas para edificá-la. Para a edificação da igreja, o apóstolo participa do sofrimento de Cristo. Para que a graça fosse dispensada para a igreja, Deus precisava designar alguém que sofreria como Cristo. Depois de gerar a igreja, Ele está assentado no terceiro céu à direita de Deus, esperando que o Pai coloque todos os inimigos debaixo dos Seus pés. Agora, quem vai terminar esse processo de edificação da igreja somos nós, e, para a edificação da igreja, há sofrimentos. O apóstolo de Deus toma a dianteira para passar por esses sofrimentos.

 

  1. Um apóstolo deve estar pronto para sofrer pela igreja. Não são sofrimentos causados por pecados e erros, nem pela ambição e busca de fama e glória ou interesse próprio. Um verdadeiro apóstolo de Deus não sofre por isso. São sofrimentos de quem realmente cuida da igreja. Quem quer realmente o bem da igreja deve estar disposto a sofrer. Você está disposto?

2 Co 1:5-6

  1. Os sofrimentos são de Cristo e, agora, para edificação da igreja, esses sofrimentos transbordam sobre nós. Para realizar a redenção, Cristo sofreu sozinho. Nós sofremos para edificação da igreja, mas Cristo transborda na mesma medida a consolação e o encorajamento. Quando os apóstolos sofrem, é para o benefício do Corpo, para que a igreja seja salva. Os apóstolos passam primeiro por essas tribulações, depois a igreja passa pela mesma tribulação, mas recebe a mesma consolação com que os apóstolos foram consolados. Dessa forma, a igreja foi salva por essa experiência. O apóstolo serve de escudo para a igreja, para sua segurança e conforto. Quando a igreja passa por essas tribulações, pode suportar ao ver o exemplo dos apóstolos. Todos os ataques do inimigo atingem o apóstolo primeiro. A igreja é consolada e encorajada vendo o apóstolo protegendo e dando segurança à igreja.

2 Tm 2:9-10 KJA

  1. Na época em que escreveu 2 Timóteo, Paulo estava na prisão por perseguição do imperador Nero. Estava preso como bandido e criminoso. Contudo, a Palavra de Deus não estava algemada. Um apóstolo pode estar algemado, mas a palavra profética, não. Paulo suportava tudo por causa dos eleitos, para que obtivessem salvação com eterna glória. “Os sofrimentos do tempo presente não se comparam com a glória porvir”. O objetivo de lutar pelo reino de Deus e pela edificação da igreja, apesar dos sofrimentos, vale a pena, pois vão redundar em eterna glória.

Fp 1:15-18 KJA

  1. Paulo falava a palavra profética que produzia a economia de Deus na fé, mas havia outros que tinham inveja dele e pregavam para distrair a igreja. Eram palavras aparentemente espirituais, bíblicas. Paulo sofria com isso. A inveja vem do diabo, pois ele não foi escolhido para ser o elo da criação com o criador. Ele faz de tudo para que os reis da terra lutem contra Deus e Seu ungido, a fim de desvencilhar todos os laços da humanidade com Deus e qualquer ligação com Cristo. Alguns pregavam para rivalizar e disputar público com Paulo. Os positivos tinham a consciência de que Deus o designara para a defesa do evangelho. Outros eram egoístas e desejavam popularidade e ganho próprio. Nós estamos aqui em defesa do evangelho como Paulo. Paulo já estava de algemas e outros queriam aumentar seu sofrimento. Paulo tinha sempre uma atitude positiva.

2 Co 4:1-2

  1. Paulo tinha o ministério que o Senhor lhe deu. Podia vir perseguição, competição, mas Paulo tinha o ministério que Deus lhe encarregara e, por isso, não desfalecia, nem desanimava; Deus era seu suporte. Alguns desses competidores tinham motivos escusos, vergonhosos e precisavam ocultá-los dando aparência de espiritualidade. Paulo não adulterava a Palavra de Deus para agradar a homens. Um verdadeiro profeta de Deus não adultera a Palavra de Deus para alcançar popularidade ou benefício próprio. Quem recebia a palavra de Paulo testemunhava que não vinha adulterada, mas trazia a manifestação da verdade e introduzia a realidade de Deus nos ouvintes, ou seja, tomava todo espaço vazio de seu ser. Isso é fazer Cristo ter a primazia na igreja. A verdadeira Palavra faz esse trabalho.

2 Co 11:7-15

  1. Paulo resolveu viver humildemente não exigindo dos coríntios seu suprimento; resolveu não sobrecarregar nenhuma igreja. Nunca exigiu pagamento ou hotel cinco estrelas. Ele viveu de maneira humilde. Parece que os homens valorizam mais os que exigem essas regalias. Paulo perguntava se isso fazia com que os coríntios o rebaixassem. Ele nunca pediu a ninguém, mas as igrejas da Macedônia o supriram. Ele não queria ser pesado a ninguém, não rivalizava com ninguém ou pregava filosofia, mas falava a verdade. Esses outros gloriavam-se e eram “super” apóstolos, falando no sentido pejorativo. Segunda Coríntios era para mostrar como Satanás queria distrair a igreja em Corinto com outras palavras.

Cl 1:24; Jo 12:24

  1. O apóstolo Paulo podia preencher o que faltava dos sofrimentos de Cristo. A favor da edificação da igreja, o apóstolo provava dos sofrimentos de Cristo. Os sofrimentos para nossa redenção e para gerar a igreja, somente Cristo teve, e nós não temos parte nisso (Is 53:3-8). Era necessário que o Senhor Jesus morresse e sofresse até a morte de cruz. Se o grão de trigo se recusar a morrer, ficaria só, mas, se morresse, geraria muito fruto. Nesse sofrimento ninguém tem parte. Contudo podemos participar dos sofrimentos de Cristo para edificar a igreja, principalmente os líderes, quem está à frente da igreja. Precisamos aprender a participar dos sofrimentos de Cristo para a edificação da igreja.

Fp 3:10

  1. Paulo corria e buscava para conhecer mais a Cristo e o poder da Sua ressurreição. Isso só é possível pela comunhão dos Seus sofrimentos. A comunhão desses sofrimentos nos conduz à comunhão do poder da Sua ressurreição. Se não morrermos, não há ressurreição. O Senhor nos leva muitas vezes ao fim das nossas forças para nos dar a ressurreição. Quando experimentamos a morte, o Senhor nos faz experimentar o poder da Sua ressurreição. Isso funciona no PAC.

  1. No PAC, o que experimentamos é ser levados ao limite, até a morte. “Eu não vou abordar ninguém na praça de alimentação”. “Eu tenho horror quando alguém me perturba na hora da alimentação, não vou fazer isso com os outros”. “Me leve a qualquer lugar, menos à praça de alimentação”. É justamente para lá que vamos. Temos de ser levados ao limite. O Senhor vai preparar seguranças para tirar-nos do shopping. Quando formos levados ao extremo, diremos ao líder de equipe: “Não dá para fazer”. Então o líder nos acalmará e nos levará a fazer imersão na palavra. Começamos a exercitar o Espírito, e o Senhor nos fará passar por uma experiência sobrenatural, pois nos dará o poder da ressurreição que nunca experimentamos. Quando formos levados à morte, no limite do ser natural, ressuscitamos. Então começaremos a abordar as pessoas sem medo, com amor, sem preocupação com os seguranças. Só queremos salvar as pessoas, pois estaremos em outra dimensão, a da ressurreição. Quer provar? Vá para o PAC.

1 Ts 2:1

  1. Quando mergulhamos no rio e ficamos com a cabeça fora d’água, escutamos o som ambiente. Mas ao mergulhar a cabeça, o som externo desaparece e só escutamos o “glu, glu, glu” da água, ou seja, se quisermos experimentar o sobrenatural e sairmos às ruas a pregar o evangelho fazendo colportagem com a cabeça fora d’água, estaremos tão preocupados com o som ambiente que os conceitos vão nos atacar. Abordar uma pessoa durante a refeição e no shopping será um problema. O som ambiente não sairá da cabeça se não mergulharmos. Uma irmã chocólatra que, após entrar no plano da ressurreição, entrou numa fábrica de chocolate, só queria levar amor às pessoas. Essa é a verdadeira experiência do PAC. Sair do limite, da esfera de conceitos, é mergulhar no rio Jordão. Quando isso acontecer, sairemos como crianças, sem conceitos.

1 Ts 2:2-11

  1. Como servos de Deus, qualquer atividade na igreja é para produzir frutos para o Senhor. Um servo de Deus, um apóstolo ou líder na igreja, tem de estar disposto a ser maltratado ou ultrajado. Nunca revidamos nem devemos perder a calma, mas sempre tratar com muito respeito até quem nos maltrata, pois não queremos gerar inimizade. Contudo não podemos deixar de anunciar o Senhor Jesus. Pedro e João disseram aos líderes judeus: “Cabe a nós ouvir a Deus e não a homens”. Devemos fazer isso não desafiando nenhuma autoridade, mas deixando sempre boa impressão por onde quer que passemos, cheio de amor e humildade.

  1. Anunciar o evangelho sempre será com muita luta. Paulo nunca exortou com intuito enganoso ou má fé. Um verdadeiro homem de Deus não fala para agradar a homens, mas a Deus. Não precisamos bajular ninguém. Paulo nunca se autopromoveu, pois o próprio Deus o promovia. Paulo podia exigir sua manutenção, pois os supria espiritualmente, mas preferia tratar os irmãos como a filhos. Ele não oferecia somente boa pregação, mas a própria vida. Como pai, consolava e admoestava para que a igreja vivesse e modo digno de Deus que os chama para Seu reino e glória. Estas são características de um dispensador da graça: é bom pregador da Palavra e cuida da igreja como mãe e pai, sem dolo, más intenções, bajulação ou glória dos homens.

Gl 4:16-19; Gl 5:20

  1. Quando um apóstolo, um dispensador da graça, noite e dia a labutar, vê alguém perturbar seu trabalho e voltar à estaca zero, isso é grande sofrimento. O apóstolo verdadeiro é o único que tem a ousadia de falar a verdade. Quem busca bajular a igreja para ganhar popularidade, fama e glória dos homens não tem coragem de dizer a verdade. É como os falsos profetas do livro de Ezequiel que diziam ao povo que podiam viver da maneira como quisessem. Paulo não podia fazer isso. Os falsos apóstolos queriam bajular os irmãos para colocá-los sob controle. Era como se tivessem voltado para a estaca zero. Esses são os sofrimentos de um apóstolo. Essas são coisas que o inimigo colocou no velho homem para estragá-lo para a edificação da igreja. Enquanto vamos edificando, temos ciúmes, iras, discórdias, dissensões, invejas. Durante os quarenta anos do ministério do irmão Dong, vimos muito isso, muitas invejas, muitas pessoas não concordavam com isso ou aquilo, eram cheios de discórdias e opiniões que atrasavam o avanço da igreja. O apóstolo sofre com isso.

Fp 2:1-2

  1. Se tenho suprido a graça de Deus a vocês e o próprio Cristo preenche o vazio de vocês, quero ver o resultado: “completai a minha alegria de modo que penseis a mesma coisa”. A unidade, a cumplicidade e a harmonia na igreja é o que o homem de Deus mais quer, é o que o Senhor mais quer. Não provoquemos partidos na igreja. Os que não concordam com a imersão na palavra não busquem formar partido. Os que não concordam com o grito de guerra não pensem em fazer outro partido. Alguns pensam em fazer algo na igreja para a própria vanglória. Tudo isso não vai dar em nada e é vaidade de vaidade. “Fazei tudo por humildade, considerando cada um os outros superiores a sim mesmo”. Isso é o que o dispensar da graça faz; não aumenta rivalidade, discórdia, partidarismo ou vanglória. Pelo contrário, nos enche de compaixão e unanimidade. Não acharemos que somos melhores que os outros ou daremos nossa opinião achando que podemos ser juízes das coisas. Deus é o único juiz. Empatia e compaixão promovem o cuidado uns com os outros. É isso que a palavra profética produz.

1 Co 9:17; Ef 1:3

  1. Dispensação em grego é oikonomía e significa gestão da casa de Deus, administração, gerência, mordomado ou intendência. A intendência é como um despenseiro que distribui as riquezas do governo para o povo. Paulo transformou-se em despenseiro, o que cuida da despensa, despenseiro da graça. Toda a bênção espiritual que Deus quer dispensar para a igreja é pelo fluir do rio da graça. Contudo, para chegar até a igreja, esse rio precisa de um canal. O apóstolo Paulo naquela época fui um desses canais. Deus teve um canal dispensador da graça com a missão de completar a Palavra de Deus. A expressão “dar pleno conhecimento” é ‘pleroo’ que significa preencher até o máximo, até o topo. Completar a Palavra de Deus pode soar estranho, mas se refere a completar a revelação de Deus para o cumprimento de Seu plano no Novo Testamento, a economia divina do Novo Testamento. Deus deu essa revelação a Paulo, que revelou o mistério de Deus na nova aliança. Sem seu apostolado e ministério, não teríamos a visão tão completa da salvação de Deus para o homem e a igreja.

Cl 1:26-27; Ef 3:3-11

  1. Se Paulo não tivesse trazido à tona a revelação, continuaria oculta dos séculos e das gerações. Na carta aos efésios, ele escreveu a revelação sobre o mistério de Cristo que é a igreja. A igreja não é formada apenas pelos judeus que creram. Como gentios, não tínhamos parte na promessa que Deus fez a Abraão, mas, por meio de Cristo, fazemos parte desse único Corpo, com os judeus que creram somos herdeiros da herança de Deus e participantes da mesma promessa em Cristo no evangelho. Essa multiforme sabedoria de Deus é multicolorida representada no logo desta conferência. Quando Cristo nos entrelaça com Deus e uns com os outros, aparecem os fios multicoloridos. Ele não tira nossa personalidade ou característica. Contudo Cristo vai nos encabeçar e ter a primazia em nós.

Hb 1:3; Jo 17:5; Ap 21:3 (BJ)

  1. Colossenses fala do mistério de Deus que é Cristo, não um Cristo doutrinário, mas em nós como a esperança da glória. A glória é o próprio Deus, e Cristo é o resplendor da glória. A glória é Deus, e Jesus pediu que Este O glorificasse depois que fosse morto e ressuscitado. Dessa forma, somos inseridos no próprio Deus. Deus estará tão entrelaçado com o homem que estarão entretecidos nesse tecido de amor, nesse edifício que é a habitação de Deus no espírito, e estaremos tão inseridos na glória de Deus que estaremos com Ele para todo o sempre. “Ele habitará com eles; eles serão o seu povo, e ele, Deus-com-eles, será o seu Deus”. Ele não será somente Deus, mas será chamado de Deus-com-eles, Deus com os homens. Então seremos completamente inseridos na glória de Deus.

Cl 1:27-28

  1. Cristo está em nós como essa esperança da glória a fim de sermos totalmente entrelaçados com Deus e entre nós. Nosso trabalho daqui para frente é para apresentar todo o homem perfeito e maduro em Cristo. Que isso significa? Pela imersão da palavra e renovação da mente, permitirmos que Cristo preencha nosso vazio na mente, emoção e vontade. Quando Ele preencher todo o nosso vazio da alma, estaremos perfeitos e maduros em Cristo. Uma vez maduros e perfeitos em Cristo, acontecerá a redenção do nosso corpo, a plena filiação. Nós nos revestiremos de um corpo incorruptível, de glória. Nesse momento, Cristo virá, e os vencedores reinarão com Ele no milênio. Todo nosso trabalho é para isso.

  1. Por que pregamos o evangelho na rua? Salvar as pessoas não é o bastante; é preciso deixar livros para que amadureçam e recebam o evangelho do reino. Elas precisam ser cuidadas na igreja até que Cristo preencha todo o ser delas. Não queremos que só nós sejamos vencedores, mas precisamos incluir as pessoas que encontramos nas ruas. Elas precisam ser cuidadas e passar a pregar esse evangelho juntamente conosco. Nosso intuito é agregar o maior número de pessoas para ser perfeitas em Cristo. Por que estamos indo para a África? Porque o ir. Dong viu, de acordo com o formato do mapa da África, um feto, que representa o filho varão. O formato da África é para nos lembrar que precisamos incluir essas pessoas como parte do filho varão. Se isso não acontecer, o Senhor não poderá voltar. Por isso, estamos levando CEAPE, colportagem e impressão de livros para a África. O intuito é fazer todo homem perfeito em Cristo. Para isso é que nos afadigamos e nos esforçamos ao máximo segundo a eficácia que opera eficientemente em nós. Quem faz a obra é o poder de Deus e a palavra profética. Estamos aqui para apresentar todo o homem perfeito em Cristo.

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