Conferência Internacional M14 – Cristo é a Realidade para Edificação do Corpo

Palavra ministrada pelo irmão Pedro Dong, transmitida pelo Instituto Vida para Todos diretamente da Estância Árvore da Vida – Sumaré, Brasil, em 25/02/2023. Texto não revisado pelo autor.

 

 

Cl 2:16

  1. A mistura da cultura oriental com religião judaica e a filosofia grega criou um embrião do gnosticismo. O judaísmo levou a igreja a voltar aos ritos do Antigo Testamento. Quando não temos Cristo, buscamos coisas para substitui-Lo. Cristo é tudo para nós, o centro conector da obra de Deus, a imagem do Deus invisível e a própria plenitude de Deus e, portanto, tudo o que Deus quer dar para nós. Mas tudo isso ainda parece abstrato, e com isso o homem quer buscar outras coisas para satisfazer-se. Ele precisa de algo físico e na esfera humana para buscar em vez de acessar Cristo e com isso se volta para a cultura e os rudimentos do mundo. Vemos no versículo 16, sobre comida e bebida – sombras da realidade, que é Cristo, a quem temos acesso pela fé. A idolatria é o que vemos. O homem tem a necessidade de ir para o que é palpável, mas as coisas divinas são acessadas pela fé.

  1. No final desta era, o Senhor nos fez enxergar que a palavra profética é palpável para quem usa a fé. Cristo se tornou palpável por meio da palavra viva. Quando cremos, essa palavra passa a operar a obra de Deus. Em 2022, Deus nos deu um presente: a imersão na palavra. A palavra profética e a imersão tornam a coisas Deus praticáveis para nós. Quando vivemos com simplicidade e obediência à palavra, as coisas funcionam. A palavra vem, e Cristo passa a habitar em nosso coração. Queremos o falar vivo do Senhor. Queremos imergir na palavra, para que ela invada nosso coração, mente, vontade, emoção, e assim nosso ser será preenchido do próprio Cristo, que é a plenitude da Deidade.

Lv 11:2-3, 7, 44-47

  1. A questão da comida vem da lei com respeito à dieta em Levítico 11. Ali Deus fala ao povo de Israel quais animais são limpos e quais são imundos. Temos essas duas condições: 1ª) ter a unha fendida ou o casco dividido em dois; 2ª) ruminar. Essa dieta visava discernir o que é santo e o que não é. Temos de ter discernimento sobre o que é santo e o que é imundo. Deus é santo, e precisamos discernir o que é santo.

Cl 2:8

  1. Como vemos, é possível aceitar os rudimentos do mundo, o que é um perigo, pois há pessoas que querem tirar o foco. Devemos discernir que até essas coisas boas podem nos tirar de Cristo. Precisamos ter discernimento espiritual. Espiritualmente falando, somos animais limpos. Precisamos saber o que é bom e o que é santo. Pode ser bom, mas não santo. O que é santo vem de Cristo. Também precisamos ser ruminantes, não podemos tomar a palavra de Deus de qualquer maneira, mas digeri-la. Por isso, temos um tesouro chamado “imersão na palavra”.

  1. Temos visto algo fantástico com adolescentes e pré-adolescentes: foram introduzidos na palavra por meio da imersão. Eles passaram a ouvir a palavra profética e a transcrevê-la. Experimente fazê-lo, e a palavra entrará mais em você. Isso mudou os adolescentes por completo. Não conseguimos mudar a situação das pessoas, mas a palavra pode. A imersão está ajudando esses meninos. Eles estão totalmente diferentes e podem até nos ajudar a praticar a palavra. Essa mudança ocorreu porque ruminam a palavra! Ela então é assimilada por eles.

  1. Um ruminante tem vários compartimentos no estômago. Ele mastiga a comida, que vai para o primeiro compartimento e depois é regurgitada e volta para a boca para remastigá-la. Depois ela segue para o segundo compartimento e assim por diante. A palavra precisa fazer parte de nós. Primeiro precisamos discernir: saber o que é segundo Cristo. Cristo nos dá realidade. Mas também é preciso ruminar e digerir essa palavra.

Sl 1:1-3; 1 Tm 4:15; 2 Tm 2:7

  1. Esse homem bem-aventurado tem discernimento, pois sabe o que é santo. Assim, um homem de Deus tem prazer na Palavra do Senhor e nela medita de dia e de noite. Devemos fazer imersão pela manhã e o dia todo. Quem rumina dá fruto, e tudo o que ele faz prospera. Paulo falou para Timóteo meditar com diligência e ponderar em suas palavras para que o Senhor lhe desse compreensão de todas as coisas. Precisamos meditar e imergir na palavra e ruminá-la. Sem isso não há como ter progresso espiritual. Se a engolimos de uma vez, não teremos compreensão de tudo, mas se ponderamos, ruminamos e fazemos imersão, Deus nos dá revelação.

Ef 5:18-21

  1. Paulo nos dá o caminho para nos encher do Espírito: falar entre nós a Palavra do Senhor, o que equivale à imersão na palavra que praticamos. Não podemos nos embriagar com vinho, que é o mundo, mas precisamos nos encher do Espírito. Fazemos isso falando entre nós com salmos, hinos e cânticos espirituais. No tempo de Paulo, os irmãos não tinham a Bíblia na mão, mas usavam o que tinham decorado para falar entre si. Hoje, por meio da tecnologia, temos rápido acesso às mensagens e notas, e podemos imergir nelas. Fazer a imersão nos enche do Espírito. Podemos fazer gritos de guerra, nos fortalecer e nos preparar como exército para a pressão das ruas.

1   Co 8:8; Rm 14:3-10; Cl 2:16; Is 1:13-14; Ez 46:1

  1. Não nos devemos voltar à prática da lei com respeito à dieta. Não é a comida que nos recomenda a Deus, pois nada perderemos se não comermos e nada ganharemos se comermos. Não precisamos forçar ninguém a comer ou não. Não podemos usar a questão da comida para criar partidarismo, pois o melhor é ruminar a palavra e ter discernimento.

  1. Dia de festa (Cl 2:16) refere-se às 3 festas judaicas anuais; a lua nova refere-se às festas mensais, e os sábados são semanais. O retorno às leis cerimoniais do Antigo Testamento é uma distração do principal item na economia divina do Novo Testamento, que é Cristo. Cristo é tudo: é a imagem do Deus invisível, o resplendor da glória, a substancia de Deus, e Nele está a pessoa de Deus. Por que nos distrair com coisas que são sombras? Tudo isso é sombra; a realidade é Cristo. Cristo é o corpo real. Quando chega a realidade, por que ficar com a sombra?

Ex 19:4-6

  1. Na velha criação, Deus escolheu um povo de Sua propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é Dele. Infelizmente, todas as nações sobre a terra eram pagãs. Deus queria um povo que fosse chegado a Ele, que entendesse Seu coração, que ouvisse com diligência Sua voz. O desejo de Deus era ter um povo chegado a Ele. Como o povo se achega a Deus? Ouvindo diligentemente Sua voz. Devemos ouvir de perto a voz do Senhor. Devemos acompanhar de perto a palavra e ser diligentes. Se ouvimos com diligência, somos chegados ao Senhor, sabemos o que Lhe agrada e qual é Sua vontade.

Gl 3:23-25; Ef 2:11-18; Gl 3:26-29

  1. A lei foi dada ao povo de Israel no Antigo Testamento para a fé que, de futuro, haveria de se revelar. Ela serviu de aio, de tutor, para conduzir o povo terreno de Deus a Cristo. Assim quando veio a fé, o povo já não ficou subordinado à lei. Agora que Cristo chegou, chegou o corpo real. Cristo aproximou-nos, fez a paz entre nós e aboliu a lei. Não somos mais estrangeiros por que Cristo nos aproximou. Somos um só novo homem, temos acesso a Deus em um só Espírito. Se um judeu nos falar que não somos descendentes de Abraão, podemos dizer: “Em Cristo, eu sou, sim!”.

  1. Para o povo de Israel Deus deu todas as coisas como sombra; agora, em vindo Cristo, na nova aliança, temos a realidade de todas as coisas, e Cristo é o corpo real, a realidade de tudo isso. Cristo é para nós uma constante festa, não precisamos de um dia para festejar; podemos festejar dia e noite, ruminando a palavra e imergindo nela. Nossas reuniões não são mais pesadas. Muitas localidades têm pedido ajuda aos colportores para ajudar os irmãos a fazer a imersão, a colportagem e praticar a palavra. Em Cristo estamos sempre em festa. Façamos das reuniões da igreja na nossa localidade uma festa. As reuniões são verdadeiras festas, e cuidar dos novos e pregar o evangelho do reino não são sofrimentos para nós. Tudo é alegria e grande festa.

Cl 2:18-19; 1 Tm 2:5; Hb 8:6; Hb 9:15; Hb 9:24

  1. Aqui vemos, que ninguém pode tomar decisões contra alguém ou privá-lo da salvação. Os falsos mestres agiam como juízes, dizendo que, se alguém não fizesse algo, estaria privado do prêmio que Deus dará, o que é mentira. Esses mestres adotavam anjos como mediadores para adorar a Deus. Dessa forma afastavam os irmãos do prêmio e de Cristo. Cristo é nosso mediador, não são anjos nem principados e potestades. Nós pregamos a fé, pois ela é que realmente nos faz ter a visão. “Enfatuado” é algo que não deve ser levado em consideração, algo vão. Tudo o que os falsos mestres faziam é para colocar os irmãos na carne. A mente na carne é porta fechada para o Espírito. Precisamos colocar a mente no Espírito, fazendo a imersão e praticando a palavra.

  1. A mente no Espírito nos leva a vida e paz. Os falsos mestres usavam de pretensa humildade para afirmar de que os irmãos não eram dignos de adorar Deus diretamente, por isso, adoravam a anjos como mediadores para se aproximar de Deus. Com esse ensinamento herético, afastavam os santos de adorar a Deus diretamente por meio de Cristo, o único mediador, e afastavam os santos do seu prêmio. São sintomas de falta da verdade; são coisas vãs, vazias, destituídas de realidade, e Cristo é a realidade.

Cl 2:19; 1 Co 12:13

  1. Deus quer edificar a igreja. Para isso, é necessário o entrelaçamento para tecer o tecido de amor. Como podemos fazer a edificação do Corpo de Cristo? Os vasos comunicantes representam Deus como vaso grande, infinito e equilibrado. Cristo é a fonte, que conectou Deus à terra. Como o Espírito, Ele flui como graça e amor, e a essência de Deus vem para nós. Por outro lado, cada membro do Corpo de Cristo, é conectado a Deus nesses vasos comunicantes. O resultado é que estaremos bem vinculados.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  1. Quando esses vasos operam, tudo flui para dentro do nosso espírito. Em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um só Corpo. Agora não somos mais cristãos individuais, mas membros do Corpo de Cristo. Somos membros do Corpo de Cristo, e Cristo como cabeça supre cada membro preenchendo-os da realidade de Deus.
  2. Mas ainda há a porta da alma, pois, com a queda do homem, veio a desconexão de Deus, o qual é a própria verdade. Assim, o espírito humano ficou amortecido, a alma se encheu de mentira, vaidade e toda sorte de injustiça e impurezas, o homem se tornou carnal, ou seja, o velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano.

  1. Precisamos saber por que Deus criou em nós o espírito humano. Nosso espírito possui três partes: comunhão, consciência e intuição. Para conectar-nos com Deus, temos a comunhão. A comunhão nos faz contatar Deus. Após a comunhão ser estabelecida: temos Deus como a palavra se comunicando conosco por meio da intuição, que é a segunda função do espírito. A intuição recebe a palavra e tem então uma percepção.

  1. Deus fala conosco, e essa palavra se aloja na intuição. Por fim essa palavra deve passar para a alma, por meio da consciência. Pela consciência, a alma recebe a palavra. A parte líder da alma é a mente, que abre a porta para permitir que Cristo entre na alma. É importante exercitar o espírito. A imersão na palavra faz-nos renovar a mente. Precisamos exercitar o espírito e, com a mente renovada, receber o que Deus falou. Deus fala na intuição, a consciência entrega a palavra para a mente, e a mente renovada cria um pensamento: Deus falou comigo. A mente entrega a palavra para a emoção, que diz: “Eu gostei” e a entrega para a vontade, que por fim toma uma decisão: “Vou para a rua orar pelas pessoas e fazer colportagem”.

Rm 12:2

  1. Quando nossa mente recebe o que Deus falou e nós o praticamos, experimentamos a vontade de Deus. Deus fala conosco, e fazemos parte desse exército e assim compreendemos a vontade de Deus, que é boa, agradável e perfeita. Precisamos começar a compreender realmente qual é a vontade de Deus. Por isso, precisamos amar a Palavra de Deus. Se a mente for renovada pelo Espírito, abrirá a porta da alma e permitirá o processo de transformação da nossa alma.

Cl 2:2 KJV

  1. Se praticamos essa palavra, Deus encherá nosso corpo de Cristo. A conclusão será o tecido de amor, portanto, a edificação do Corpo de Cristo. Seremos vinculados, entrelaçados e unidos. Esse entrelaçar é por tramas e urdiduras por meio da tecelagem que Cristo executa. A edificação da igreja é esse tecido de amor para Deus. Quanto mais alta a qualidade do fio, mais fino e mais suave é o tecido. Os vencedores serão vestidos de linho finíssimo! O tecido que Deus está tecendo em nós é de altíssima qualidade. Muito mais fino do que algodão egípcio ou peruano. O tecido que o Senhor está fazendo em nós é de linho finíssimo e puro. Os que tiverem o linho finíssimo estarão aptos a ser vencedores e a lutar na última batalha, a de Armagedon. Nós vamos lutar vestidos de linho finíssimo! A noiva é ataviada pelo linho finíssimo, resplandecente e puro.

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