Conferência Internacional M18 – O Aperfeiçoamento dos Santos para a Obra do Ministério

 

 

Palavra ministrada pelo irmão Pedro Dong na Conferência Regional em Brasília-DF  e transmitida pelo Instituto Vida para Todos em 02/10/2022. Texto não revisado pelo  autor. 

Hoje é o dia das eleições no Brasil e cada um exerce o seu dever cívico para votar de acordo com  sua consciência. Nós, como a igreja, apenas oramos ao Senhor para que nos dê governantes em  cada país para conduzir o país em paz, a fim de que a igreja cumpra seu propósito de pregar o  evangelho. O que importa é saber que tem Alguém no trono. Deus está sobre todos, Ele usa todas  as circunstâncias e pessoas para o cumprimento de Seu propósito.  

1 Co 15:8-10; Hb 4:14-16  

A graça é um dos pontos centrais do ministério do apóstolo Paulo, não podemos recebê-la de  uma forma muito comum, superficial. Se não fosse pela graça, Paulo não teria sido salvo, não sairia  de uma posição de opositor da igreja para alguém que o Senhor usou a fim de revelar Seus  mistérios. Paulo tinha uma visão correta sobre a graça de Deus.  

O nosso Senhor Jesus foi martirizado e, na noite em que foi traído, apresentou o pão (Seu corpo)  e o cálice da Nova Aliança (Seu sangue) dados a nós. Tudo isso Ele fez para que Seu corpo fosse  partido e Seu sangue derramado, a fim de termos acesso à graça. Todas as riquezas espirituais  estão nas regiões celestiais com Deus na eternidade, mas pela partida do Senhor Jesus, o véu que  separava o Santo dos Santos do Santo Lugar foi rasgado de cima abaixo e, agora, temos acesso à  graça de Deus.  

Valorizem a graça, foi tão difícil o Senhor abrir esse acesso para nós junto ao trono da graça. Toda  sorte de bênção espiritual, descrita em Ef 1:3, é a graça. Nós não tínhamos acesso a ela. Deus  vivia em luz inacessível aos homens, ninguém jamais viu a Deus e, Isaías disse que Deus habita a  eternidade, não habita no tempo e espaço, mas ao mesmo tempo Ele habita no coração dos  contritos, dos abatidos de espírito (57:15). Por meio de Seu Filho, Deus abriu essa porta da  graça.  

Em Ef 1-3 vimos como a graça trabalhou até a nossa salvação e traz a glória de Deus, que é o que  Deus quer produzir na igreja. No final do trabalho da igreja, Rm 8 nos diz que chegará o tempo da  revelação da glória dos filhos de Deus e acontecerá a filiação, que é a redenção de nosso corpo, um dia ele será substituído por um corpo da glória. A igreja será a glorificação por meio do fluir  da graça. Deus providenciou o apóstolo Paulo como o dispensador da graça de Deus. Paulo dispensou as riquezas insondáveis de Cristo como graça para as pessoas e para as igrejas. 

A figura de Dt 8. Deus Pai é o manancial profundo e o Filho é o canal que trouxe essa benção espiritual até o homem. Jesus morreu, foi glorificado e tornou-se o Espíritoo Qual é o ribeiro de água que fluiu até nós. Num momento antes da mensagem de hoje, um irmão, muito tocado pelo Senhor, disse: tudo o que estamos fazendo, seja imersão na palavra, saída para pregação do evangelho, Ceape, Expolivro, Avança Jovem, rede de cuidado, conectadas etc., são ferramentas que Deus nos deu para fluir a graça.  

E o próprio Deus Triúno já deu esse exemplo para nós. Deus é único, mas qual é a razão de Ele  ser o Pai, o Filho e o Espírito Santo? Na essência, Deus é representado por essa água que está no  manancial profundo. Na verdade, podemos ver essa figura de forma invertida: o manancial profundo  não está debaixo da Terra, mas no céu. Por que Ele precisa ser a Trindade? Porque são meios  para Deus nos alcançar; são “ferramentas” para Deus chegar até nós.  

Na Bíblia, vemos em várias porções o aspecto da vida e da obra. Em Mateus 25 vemos a parábola das dez virgens, que se refere ao crescimento de vida – as prudentes tinham azeite nas vasilhas, ou seja, estavam maduras espiritualmente; enquanto as néscias não tinham azeite nas vasilhas.  Em seguida vemos a parábola dos talentos, que se refere à obra. Então, precisamos cuidar da  maturidade de vida e fazer a obra do Senhor. Olhando para essa figura de Dt 8, ficou claro que a  obra e a vida têm um único propósito: a obra é como uma ferramenta para fluir a vida (graça). Vida e obra estão inerentemente ligadas. Alguns falam: “eu sou mais pela linha da vida, não gosto  muito de obra”. Irmãos, sem obra não há fluir de vida.  

Em Gênesis 2, no Éden, saía um rio que regava o jardim. Tal rio se dividia em quatro braços, a fim de alcançar todas as pessoas nos quatro quantos da Terra com as bênçãos espirituais. E, no principal braço, o Pisom, tem materiais para a edificação. Deus não quer deixar ninguém de fora: tem que ser dada oportunidade de levar graça até as pessoas. Mas quem são esses quatro rios? É  você, são as ferramentas. O Ceape prepara essas ferramentas. Os colportores são canais para  levar vida. A obra e vida são uma coisa só – a obra é para levar vida. O Expolivro é para levar graça,  assim como as demais ferramentas. Então, não separe mais a obra da vida. Se você não se  preocupa com a obra, você não tem vida, pois, a vida não cresce. É o fluir da vida pelo canal que nos faz crescer. Não se preocupe em querer julgar se determinado irmão está fazendo errado  a obra, pois o próprio fluir da vida vai ajustá-lo. Se alguma coisa não está adequada, o fluir da  graça vai consertar. Quanto a nós, vamos praticar a palavra e deixar a vida fluir. Todos vocês que saíram ontem na Fábrica de Vencedores foram um canal que dispensou a graça.  

Ef 4:7; Rm 12:6  

Na mensagem passada, fizemos um paralelo dos vs. 4-6 com 1 Co 12:4-6 e, ao colocarmos juntos  esses seis versículos, vemos que há diversidade de dons, mas o Espírito é um só e é quem  distribuiu dons a todos os membros. Salvo pelo nosso homem natural, não tem como seguirmos divididos, porque a nossa origem é uma: um só Espírito. No v.5 fala que é um só Senhor que  controla os movimentos e ações do corpo, que já tem ministérios. No v. 6 fala que é o mesmo Deus,  Ele é quem opera tudo em todos. Essa unidade é orgânica, está em nossa essência da vida e  o Senhor opera por meio de cada membro do Corpo de Cristo. Por meio desse acesso a Deus,  recebemos, como graça, Sua vida, Sua natureza santa e todos os atributos divinos e virtudes  humanas de Cristo. 

Cada tipo de vida tem seus dons, habilidades. Ex: um patinho nasce com a vida de um pato,  portanto, você pode jogá-lo na água que ele não se afoga porque tem a natureza de um pato. Mas  se jogar um pintinho com uma semana de vida na água, ele vai morrer porque a vida do pintinho  não lhe deu habilidade de nadar. Mas a vida de Deus lhe deu dom, habilidade para você funcionar  na igreja. Você pode, no mínimo, invocar: Ó Senhor Jesus! Se você desenvolver os dons que  recebeu, será útil no Corpo de Cristo.  

Então, a mesma graça chega a todos nós, mas ela distribui dons diferentes, porque temos membros  diferentes no Corpo. Tal como a corrente sanguínea que leva nutrientes (vida) para todo o corpo, a graça é a própria vida divina que circula no Corpo levando o suprimento da palavra de Deus. E os dons são a capacidade de cada membro exercer suas funções. Você precisa dessa  capacidade para exercer sua função. Os dons que cada um tem são provenientes da vida que  recebeu.  

Mas em Efésios 4 é o inverso. À medida que cada membro começa exercitar seu dom, ele pode  executar uma atividade para o corpo. Ex: um bebê, embora não tenha ainda a capacidade de  segurar firme um copo d’água, se você encostar sua mão na dele, percebe o desejo de agarrá-la.  Mas conforme esse bebê vai crescendo e se desenvolvendo, naturalmente ele conseguirá segurar  um corpo firmemente. Você é esse membro do Corpo de Cristo. De tanto exercitar um membro, ele  começa a ficar desenvolvido e, quanto mais é desenvolvido esse membro, mais sangue ele precisa. Quanto mais você exercita o dom que a graça lhe deu, mais você precisa da graça como sangue, isto é, como energia, suprimento. Vamos desenvolver mais nossos dons e ser mais úteis nas mãos do Senhor.  

Ef 4:8-10; 2 Co 2:14-17; Êx 25:10, 15-16  

Os dons desse v. 8 não são os dons que o Espírito concede a cada membro. Esses dons são  pessoas que Deus dá como presente para o benefício do Corpo. Quando nosso Senhor Jesus  morreu na cruz, Ele foi imediatamente para o Hades, no qual estão todos os seres humanos. Então,  quando Jesus ressuscitou, levou cativo esse cativeiro, que são todos os seres humanos que foram  arrastados pela queda para a morte e Jesus os tirou e elevou ao céu. Mas em 2 Co 2 vemos que uns terão cheiro de vida para vida e outros cheiro de morte para morte.  

A expressão “sempre nos conduz em triunfo” (v.14) é uma metáfora dos generais romanos que saiam às guerras, conquistavam territórios para o império e traziam cativos, como escravos, todos os melhores daqueles territórios. E, ao entrar em Roma em grande estilo, na frente vinha o exército desses generais e, atrás, os cativos. Foi isso que aconteceu quando Cristo foi no Hades e trouxe  esses cativos, mas no meio deles alguns se renderam ao General, foram conquistados por Ele –  ou seja, alguns são de vida para vida.  

Como é que o Senhor faz essa seleção? Está na bênção do Pai: escolha e predestinação. Deus  o escolheu antes da fundação do mundo para ser santo e irrepreensível e o predestinou para a  filiação, para ser um filho maduro, a fim de herdar Deus como sua herança. Romanos nos mostra  que isso depende da determinação de Deus somente, pois não é quem corre ou quem quer, mas de Deus usar sua misericórdia. Embora seja assim, vimos em mensagens anteriores, que 1 Pe 1:2 nos revela que a escolha e predestinação de Deus é segundo Sua presciência. Mas para que a presciência de Deus se não é segundo as obras do homem? Não é segundo o que o homem fizer  de bem ou mal. Então, entendemos que é pela fé. Quando há oportunidade de o evangelho chegar até uma pessoa, é nesse momento que acontece a misericórdia de Deus.  

Quando se diz a uma pessoa “Posso orar por você?” e ela diz “sim, eu quero a oração”, isso é  misericórdia de Deus. E tal pessoa, ao aceitar o Senhor Jesus, se tornou uma escolhida e  predestinada porque usou a fé. Como vai selecionar quem vai para a vida e quem vai para a morte? 

Só o Senhor sabe, é Ele quem vive na eternidade e tem a “ficha corrida” de cada um e sabe se tal  pessoa em determinado período da vida, vai recebê-Lo ou não.  

Nos vs. 15-17 lemos: “Para com estes, cheiro de morte para morte”, ou seja, são aqueles que vão  seguir a procissão emburrados. Mas outros serão aroma de vida para vida. A palavra profética tem  que sair de uma maneira pura, sem interferência do homem na sua essência (v. 17). O homem  deve ser utilizado como um canal para fluir a palavra pura. E Paulo foi um desses que Cristo,  quando foi ao Hades, trouxe como cativo e se tornou um cativo seguidor do general Cristo, bem  como um que espalha o perfume, porque os cativos levavam os incensários e espalhavam o aroma. Paulo foi espalhador do aroma do conhecimento de Cristo e usava o seu ministério para falar a  palavra de maneira pura e espalhar o perfume de Cristo.  

A citação contida em Ef 4:8 veio de Salmo 68, o qual retrata como Deus se movia na Terra por meio  de Cristo já no Antigo Testamento, representado pela Arca da Aliança (Êx 25). A arca não pode  ficar parada (25:15), assim como vemos o mover de Deus hoje que não pode parar, porque a graça  precisa fluir a todos os cantos da Terra. Essa arca da aliança representa Cristo e, onde quer que  ela chegava, a procissão triunfante de Cristo chegava.  

Sl 68:1-20  

Quando a arca é levantada, ou seja, levantou-se Deus, os inimigos se dispersam (v. 1). Por isso, não precisamos ficar intimidados quando saímos na pregação do evangelho, porque estamos  saindo na procissão triunfante de Cristo. Para onde a arca é levada, os inimigos fogem. Ainda que você sofra alguma oposição, no final a vitória é sua. Deus faz que o solitário more em família, porque ele vem para a vida da igreja (v. 6). Estávamos todos cativos na morte e, hoje, Deus nos  deu a prosperidade. Quando a vida da igreja já não parecia haver mais sentido (“quando já ela  estava exausta” – v. 9), o Senhor nos revitalizou, nos revigorou e hoje vivemos a vida da igreja  com alegria.  

Têm muitos necessitados e estamos levando a provisão para eles (v. 10). Muitas irmãs, que eram só donas de casa, hoje são nossas guerreiras nas ruas pregando o evangelho e, nas redes de  cuidado, cuidando de outras mulheres (v. 11). As donas de casa têm lugar de honra maior do que os reis (v. 12). O monte que Deus escolheu para sua habitação é Sião (v. 16). O Senhor está em nosso meio (v. 17). O v. 18 é a citação que Paulo fez em Ef 4:7. Encorajo a leitura de todo o Salmo  68. Como é bom estar nessa procissão, ela é triunfante.  

Sl 76:2; Hb 12:22; Ap 14:1  

A arca se moveu do monte Sinai até o monte Sião, que representa a ascensão de Cristo até o  terceiro céu. De um lado, o monte Sião representa a igreja, mas esse monte Sião não está mais  em Jerusalém, ele foi levado para o terceiro céu onde Cristo está. Hoje, estamos lutando com nossa  sede lá no céu, ninguém vai atingir nossa base. As primícias, os vencedores vivos, estarão com o  Cordeiro em pé no monte Sião. O Senhor chefia um grupo de vencedores, por isso queremos  segui-Lo. Ele é o nosso General.  

Quando Jesus foi às regiões inferiores da terra, levou cativo o cativeiro e entregou ao Pai na  ascensão e o Pai devolveu a Cristo fazendo de cada um, dom para Cristo. Cristo deu à igreja alguns homens que são dons para ela: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres; mas de uma forma geral, Cristo deu você como dom à igreja. Graças a Deus que no Corpo de Cristo tem você. Você não pode faltar, pois é membro desse Corpo. Como vemos em 2 Cr 20:15, essa peleja  não é nossa, ela já está vencida, o nosso Rei já está no monte Sião no terceiro céu, nós só estamos seguindo a procissão triunfante Dele espalhando o Seu bom perfume, levando a graça às pessoas. 

As pessoas precisam ter oportunidade de um dia ter encontrado você como um canal para levar graça a elas. Por isso, você não deve avaliar pelo aspecto da pessoa se vai ou não receber o evangelho. Não vamos selecionar as pessoas, quem seleciona é o Senhor. Precisamos fazer esse rio chegar aos quatro cantos da terra para que o evangelho, como a graça, chegue a todos.  

Ef 4:10; 3:8, 19  

Esse versículo complementa o que lemos até agora. Deus quer nos dar Sua graça e, pelo fluir dela,  a igreja será edificada, você crescerá em vida e exercerá seu papel como membro do Corpo de  Cristo, bem como alcançaremos as pessoas que precisam ser alcançadas. Assim como usou Paulo, Deus quer usar você (3:8). Estamos levando as riquezas insondáveis de Cristo como a  graça, qual fará um trabalho naqueles que a receberem corretamente, pois Cristo vai habitar no  coração delas e será o Senhor delas.  

Não pode apenas a pessoa ser salva em seu espírito e trancafiar o Senhor em seu espírito humano. Vamos convidá-Lo a viver em nossa alma e ser o Senhor de nossa mente, vontade e emoção. Daqui para a frente, diga: “eu não sou mais dono de mim mesmo, não sou dono dos meus pensamentos ou emoções, muito menos de minhas decisões”. Cristo quer se sentir à vontade em  Sua casa, que é nosso coração. Qual será o resultado disso? Efésios 3:19, em outra tradução:  “para que sejamos enchidos até a plenitude de Deus”. Pelo dispensar da graça, o resultado é  que você encherá essas pessoas com as riquezas insondáveis de Cristo, as quais causarão o  senhorio de Cristo na vida delas e vão continuar recebendo a graça pela palavra e essa graça vai enchendo, enchendo até a plenitude de Deus.  

O trabalho que Cristo fez ao descer no Hades e subir até o terceiro céu na sua ascensão (Ef 4:9) é  para encher todas as coisas. Não pode ficar nenhum vazio de poder na Terra. O mistério da vontade de Deus é encabeçar Cristo sobre todas as coisas, tanto as do céu, quanto às da terra. Tudo aquilo que não está sujeito a Cristo, um dia vai para o lago de fogo. Por isso, estamos fazendo esse trabalho para Ele: como um canal, levando o rio da graça até as pessoas. Cada um que  for trazido para a vida da igreja será enchido até a plenitude de Deus. E nós estamos usando as ferramentas que Ele nos deu como canais de rios, a fim de que a graça chegue a todos. Essa graça edificará a igreja e finalizaremos esta era.  

Ef 4:11; Rm 1:1; Gl 1:1; Jo 5:31-34, 36; At 2:22; 2 Co 10:8; 13:10  

Vemos aqui os homens dons, presentes que Deus deu à igreja. Os APÓSTOLOS são chamados e comissionados diretamente por Deus. Paulo não foi chamado nem separado para o evangelho por nenhum homem, mas por Deus. O apóstolo não é um escolhido entre os homens, não é por meio de politicagem na igreja que uma pessoa é escolhida como apóstolo, nem é por sucessão, mas é escolhido “por Jesus Cristo e por Deus Pai” 

Como saber se tal pessoa foi chamada e escolhida por Deus para ser Seu enviado? Não sou eu  quem digo que sou enviado de Deus (Jo 5:31), quem dá testemunho de ser alguém enviado por  Deus não é o homem (v. 32-34). O Senhor Jesus disse que as obras que o Pai me confiou para  fazer confirmam que Ele enviado de Deus (v. 36). Se o Pai enviou alguém, Ele confirma fazendo com que esse alguém faça Sua vontade, faça Sua obra e o Pai é quem faz, porque a obra de  Deus, homem nenhum consegue fazer (At 2:22). Então, o apóstolo tem a comissão de Deus para  pregar o evangelho, levantar igrejas e receber autoridade do Senhor para a sua edificação. Paulo tinha autoridade para trabalhar a favor da edificação nas igrejas.  

Existe um pensamento errado ⇒ de que os apóstolos levantam as igrejas e as entregam à  administração dos presbíteros e nunca mais os apóstolos interferem na administração das igrejas geradas. A direção espiritual é dada pelos apóstolos, enquanto a administração local, que diz respeito às coisas práticas, está ao encargo dos presbíteros. 

O apóstolo tem autoridade de entrar e interferir quando a direção espiritual de uma igreja está errada. Paulo, ao sair do seu primeiro aprisionamento em Roma, visitou Éfeso e escreveu  para Timóteo dizendo que quando estava de viagem, rumo da Macedônia, rogou ao jovem  cooperador que permanecesse em Éfeso, porque ali havia alguns que estavam ensinando  diferentemente e orientou-o que os admoestassem (1 Tm 1:3). Vemos, então, Paulo interferindo na  igreja em Éfeso, quanto à direção espiritual. A direção de todas as igrejas é uma só e quem dá  essa direção são os apóstolos, porque o apóstolo tem autoridade para a edificação e não para a  destruição.  

Nm 12:2-3, 6-8; Jr 23:28  

E quem são os PROFETAS? São aqueles que falam por Deus e existem níveis de profetas. Em primeiro nível, vemos a experiência de Arão e Miriam que acharam um suposto erro na conduta de  Moisés e aproveitaram o momento para se queixarem de algo que já estava fermentando no  coração deles. O Senhor corrigiu Arão e Miriam. Ambos eram irmãos mais velhos de Moisés. Arão  tinha eloquência, mas falava aquilo que vinha de Deus a Moisés. Arão e Miriam eram profetas, mas  Moisés era o profeta. O Senhor é quem dá a visão e fala com o profeta em sonhos (v. 6). Com  Moisés, porém, o Senhor falava boca a boca, claramente e não por enigmas, e ele via a forma do  Senhor.  

O que aconteceu com Moisés em Números 12 também aconteceu com Paulo. Claramente, Deus  estava usando Paulo como Seu profeta, Ele estava falando os mistérios por meio de Paulo. Só que ali houve muita concorrência – os judaizantes queriam distrair a igreja; existiam outros voltados  mais à filosofia grega que tentaram trazer o gnosticismo para dentro da igreja e havia ainda outro  grupo que tentava introduzir a linha mística na igreja. Muita concorrência confundindo o povo na  igreja. Temos de ter clareza: de onde vem a palavra? Em 1 Ts 2:13, os tessalonicenses criam na  palavra vinda de Paulo com sendo ela do próprio Deus. E, quando você crê, a palavra opera  eficazmente em você. Nesses últimos anos temos visto o Senhor agindo por meio de Sua palavra.  

O Senhor usa um canal como o apóstolo Paulo e o que fluía dele era a graça e o trigo (Jr 23:28),  porque o trigo tem vida, produz a realização, a vontade de Deus, e, entre nós, produz crescimento,  maturidade de vida e a edificação da igreja. Como que se identifica um profeta do Senhor? A  palavra que ele falar tem de se cumprir e se ela não se cumprir, não é palavra que o Senhor falou  (Dt 18).  

Os EVANGELISTAS são os missionários itinerantes, são os nossos colportores. Em alguns  lugares está sendo praticado o “Mission Trip”, que são as viagens missionárias – com uma van, vão  de cidade em cidade pregando o evangelho, fazendo colportagem, conseguindo contatos e  levantando igreja onde não tem e fortalecer as igrejas onde tem. O Ceape é para formar  missionários.  

1 Pe 5:1-4  

PASTORES E MESTRES compõem uma só categoria. No texto grego dessa porção (v. 11), entre  pastores e mestres não tem o artigo “e”. Não é possível pastorear alguém se não sabe ensinar  a palavra de Deus. Os líderes das igrejas têm essa grande responsabilidade de pastorear o  rebanho de Deus, espontaneamente e de boa vontade. Irmãos, não pastoreiem o rebanho de Deus com sórdida ganância. Ninguém é Senhor de ninguém, não temos o direito de dominar a vida de  ninguém, cada um tem o Senhor Jesus como seu senhor.  

Se você quer que o rebanho siga um caminho correto, seja um modelo!

Ef 4:12; 2 Co 4:1; 3:5-6  

Os líderes que o Senhor deu como dons para a igreja, não são para assenhorar a igreja. Não é para colocar a igreja em seu bolso, como se fossem “donos das igrejas”. Somos para aperfeiçoar os irmãos da igreja para a obra do Ministério. Ao trazermos pessoas para a vida da igreja, precisamos lhes dizer: “vocês são um membro do Corpo de Cristo, estamos trazendo vocês para  viver a vida da igreja, a fim de aperfeiçoá-lo e funcionar com os dons que o Espírito lhe deu para  edificar a igreja”. Tem de pagar um preço!  

Qual é nossa obra? Cada membro exercitando seu dom, torna-se em ministério, mas os  ministérios de todos os membros são para a única obra do Ministério: a edificação do Corpo de Cristo. Havia clérigos e leigos, mas depois de muitos séculos, Deus está eliminando o clericalismo  na igreja. Hoje, todos na igreja, são membros que funcionam e assim edificaremos o Corpo de  Cristo. Vamos fazer com que todos sejam úteis no Corpo de Cristo.  

Temos um único ministério e ele não é feito pelos homens capazes que confiam em si mesmos,  mas por aqueles que dependem de Deus. Nossa capacidade não faz a obra de Deus, nossa suficiência vem de Deus. Nosso ministério é o ministério da nova aliança e somos ministros dela. Nosso ministério não é da letra, mas do Espírito. Deus precisa de Seus canais para levar vida, levar  graça às pessoas e trazê-las como materiais para a construção, e todas elas estarão edificadas  conosco. E, por meio das redes de cuidado, também serão vencedores juntamente conosco. Vamos ser esses canais da graça! Vamos ser fiéis a essa palavra! Aleluia!

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