Mens. 09: O problema do governo da Igreja

Palavra ministrada pelo irmão Pedro Dong, transmitida pelo Instituto Vida para Todos diretamente de Vila Velha, em 09/07/2023. Texto não revisado pelo autor.

 

 

 

Ap 2:20

  1. Chegamos à mensagem nove, da série “Quem tem ouvidos, ouça!”, cujo título é: “O Problema do Governo da Igreja”. Estamos falando diretamente de Vila Velha, Espírito Santo, abordando a transição da Igreja em Tiatira para a Igreja em Sardes. Vimos que em Tiatira havia uma mulher, Jesabel, que a si mesmo se declarou profetiza, como alguém que falava em nome de Deus e por Sabemos que o que ela falava nada tinha a ver com a palavra de Deus. As suas mentiras seduziram a muitos, mantendo-os em uma escuridão total. Esse foi um período trevoso na história da igreja. A ignorância acerca da palavra manteve o povo na superstição religiosa, achando que, para ganhar perdão ou graça, era necessário o pagamento de indulgências ou penitências. Os homens temiam os castigos severos de Deus, como o purgatório, e estavam dispostos a pagar ou fazer sofrer o corpo por meio de práticas ascéticas. Os que queriam servir a Deus seguiam o caminho do monasticismo. Por muitos jejuns, vigílias, autoflagelação e castigos, achavam que seriam dignos da graça de Deus.

 

  1. Quando no século XV a Bíblia se popularizou, por meio da invenção da imprensa, surgiram várias traduções na Europa e o povo começou a ter acesso à real Houve um despertamento e alguns reconheceram que o sofrimento e as privações não eram o requisito para o perdão e a salvação. Descobriram, à luz da palavra, que a justificação é pela fé e não pelas obras. Dessa forma, surgiram movimentos que culminariam na reforma protestante. Eu quero chamar atenção para o fato de que, uma vez que os reformadores entenderam a verdade da justificação pela fé e ocorrida a reforma, como uma libertação da escravidão de Jesabel, houve o momento propício para buscar luz sobre a igreja e seu governo. Mas isso não ocorreu. O sucesso e a prosperidade da igreja dependem de um governo adequado, conforme as Escrituras. 

Ef 1:9-10, 22-23; 1Co 12:12- 13,18, 25

  1. A igreja é um organismo vivo. Por não ser uma mera organização humana, ela não é regida pelos regramentos terrenos. Por isso, os cristãos devem reconhecer como surge o Corpo e como é o Seu governo. Os versículos do capítulo primeiro de Efésios, demonstram que o mistério da vontade de Deus é o encabeçamento de Cristo sobre todas as coisas, tanto as do céu, quanto as da terra. Todos nós, quando cremos em Jesus, não só recebemos o perdão dos pecados, mas também recebemos a vida de Deus, nos tornando Seus Nosso espírito foi regenerado e nascemos de novo. No momento em que cremos e entregamos nossa vida para Cristo, nascemos de novo e fomos batizados pelo Espírito Santo, para dentro do Corpo de Cristo. Não somos mais seres individuais, mas membros do Corpo. É necessário ter essa clareza e consciência. Não somos cristãos isolados, mas fazemos parte, como membros, do Corpo de Cristo. A Bíblia ensina que, quando cremos em Jesus, devemos ser batizados nas águas. Esse ato é a confirmação de uma realidade, a confirmação do batismo do Espírito, que recebemos na conversão. Ao obedecer às Escrituras, aceitamos ser batizados nas águas e testemunhamos publicamente que fomos batizados pelo Espírito Santo quando cremos. Atravessamos o mar vermelho e nos libertamos do mundo para viver para Deus em novidade de vida. Agora que fomos batizados, somos membros vivos de Cristo e não membros mortos de uma organização. Temos a vida eterna para funcionar como membros. Portanto a igreja não é uma organização humana morta que segue regras humanas. Ela é viva e recebe o comando da Cabeça. 

Ef. 1:22,23

  1. A vontade de Deus para o homem é um mistério. A Sua vontade é que todas as coisas sejam encabeçadas por Cristo, tanto as do céu, quanto as da terra. Como Deus fará Cristo encabeçar todas as coisas? Ele primeiramente encabeçará a igreja e posteriormente, ela será utilizada como instrumento, para encabeçar todas as coisas. O encabeçamento de Cristo vem pela Estamos na terra recebendo o comando da Cabeça. A palavra vem até a igreja trazendo ordem e o comando de Deus, para que sejamos cada vez mais obedientes a Cristo e Ele tenha liberdade para atuar em cada membro do Seu Corpo. Assim, Ele terá plena liberdade para comandar a igreja, que será a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas. O Universo será preenchido e encabeçado por Cristo por intermédio da igreja. É isso que vimos em Efésios e Colossenses. Cristo deseja nos preencher até a plenitude de Deus.

 

5. O que é a vida da igreja? O que se passa aqui? O que fazemos vivendo a vida da igreja? Tudo o que fazemos objetiva o preenchimento de Cristo, para que os velhos elementos do homem caído, sejam substituídos pelo suprimento da palavra.

 

  1. Esse é um processo metabólico, que elimina o velho homem e o substitui pelo novo Estamos sendo preenchidos por Cristo até a plenitude de Deus. Portanto, a igreja não é mera organização humana, mas um organismo vivo, que conta com membros que vivem para o Corpo. Esses não defendem seu próprio benefício, mas do Corpo. Quando formos preenchidos por Cristo, a igreja será o próprio Cristo. O dia em que cremos no Senhor Jesus, fomos batizados pelo Espírito para dentro de um só corpo, não há mais nacionalidades ou etnias diferentes, mas somente uma natureza, a de Cristo. Não importa mais a condição social, sejam pobres, ricos, cultos ou iletrados. Hoje somos todos membros do Corpo de Cristo e estamos sendo preenchidos pelo Espírito. Pela imersão, bebemos de um só Espírito. Não adianta achar que um só membro define todo o Corpo. O Corpo deve ser visto de forma coletiva. Um membro sozinho não faz nada, só o Corpo faz a vontade de Deus. Cada um tem uma função e devemos estar contentes e ser fiéis na função que Deus nos deu. Não tenha ciúmes ou inveja dos outros. Seja fiel ao que Deus te deu e onde Ele te Colocou. Não use seu jeitinho ou negociatas para exercer uma função que não é a sua. Deus é quem dispõe cada um dos membros e distribui as funções. No mundo você pode fazer politicagem para subir de cargos, mas no Corpo isso não acontece. Somos membros que trabalham em prol de um só Corpo. Na igreja não olhamos o indivíduo, mas enxergamos o todo. Todos servimos ao Corpo e lutamos por Seu interesse. Assim lutamos e trabalhamos pelo interesse de Deus. Devemos ter igual cuidado em favor uns dos outros. Não olhe para o seu irmão como um concorrente. Ele é membro do mesmo corpo. Logo, se um membro sofre, todos sofrem com ele. Se um deles é honrado, o Corpo é honrado e todos se regozijam. 

Ef 4:11-13

  1. No Corpo, de uma maneira prática, Deus tem uma linha de autoridade para exercer seu domínio. Por essa linha, a autoridade de Cristo flui para a Ele levantou os apóstolos para a liderarem. Mas como eles lideram? Pelas suas opiniões próprias, capacidade de gestão ou eloquência? Não! Eles lideram pela palavra! Os apóstolos são mensageiros fiéis para o fluir da palavra de Deus como uma ordem e comando. Nossa cabeça, através do sistema nervoso, comanda todos os membros. Pelo sistema circulatório, todas as células são alimentadas, assim também Cristo cuida dos seus membros. Como O Cabeça, por meio do sistema nervoso, Ele comanda e pelo sistema circulatório Ele alimenta todos os membros. A palavra exerce o papel do sistema nervoso e circulatório, e por ela todos são direcionados e alimentados. Assim Cristo estabelece o Seu governo, pelos apóstolos. Estes não têm autoridade própria, mas são canais estabelecidos por Deus para o fluir da Sua autoridade. Em si mesmos, eles não têm uma autoridade inerente. A autoridade do apóstolo é a autoridade da palavra.

 

  1. Falarei um pouco da parte histórica da igreja em Qual é o modelo da constituição da igreja que deveria ser adotado após a reforma? Infelizmente, não foi adotada a forma ordenada pela Bíblia. Após romper com a igreja de Roma, os reformadores tinham de escolher qual tipo de constituição seria adotado para evitar o caos e estabelecer a ordem na igreja. Só quando há um governo correto, segundo a Bíblia, há ordem na igreja e ela faz a vontade de Deus. Quais eram as opções que os reformadores tinham? A primeira opção seria preservar a ordem episcopal, seguindo o mesmo erro do século II. Por não haver mais um canal que ministrasse a palavra profética, depois da morte de João, o clima da igreja era de luta por posição e primazia. Cada um lutava por seguidores para si. Esse clima de disputa não favoreceu o surgimento de um canal puro para a palavra profética. Eles então resolveram eleger bispos em cada cidade para governar a igreja. Os bispos foram alçados a uma posição superior aos presbíteros, foi criada uma hierarquia, propiciando e incentivando o homem natural a lutar por cargos. Não só entre os presbíteros havia disputa, mas os próprios bispos lutavam entre si, pois os das cidades pequenas, tinham menos poder que os das grandes capitais. Dessa forma, entrou a corrupção e a política. Esse sistema não era bíblico, mas, para os reformadores da época era uma opção melhor do que o sistema de governo papal, instituído por Roma. A reforma na Inglaterra optou pelo sistema episcopal, onde os bispos governariam a igreja. Para piorar a situação, o cabeça da igreja seria o rei ou rainha da Inglaterra. A primeira opção, mantinha a hierarquia na igreja e o consequente clericalismo, seguindo a lei do menor esforço, porém, permanecendo no mesmo erro da doutrina dos nicolaítas.

 

  1. A segunda opção seria buscar luz na palavra e seguir a maneira que Deus instituiu para o governo da igreja. Essa opção parecia a mais distante do que a igreja viveu, debaixo do domínio papal por tantos anos, em “Apesar dos líderes do movimento reformador terem um desejo sincero de seguir a palavra de Deus, parece que não perceberam que: Deus havia fornecido uma constituição determinada para Sua igreja nas páginas do Novo Testamento. Deus não concedeu ao homem liberdade alguma de adicionar algo a esta constituição divina ou alterar uma única palavra das Suas prescrições, da mesma forma que Ele não concedeu aos israelitas a liberdade de adicionar ou alterar em nada o modelo do tabernáculo que Ele havia dado por intermédio de Moisés” (A. Miller – V.2, pág. 100). Por várias vezes, Deus mandou Moisés fazer o tabernáculo no modelo exato mostrado no monte. Deus não permite alterações ou mudanças nos Seus planos e ordenamentos. Tudo deveria ser feito pelo modelo mostrado ao profeta.

 

  1. Na Suíça, o movimento reformador partiu do povo, mas a Reforma Protestante na Alemanha partiu mais dos eruditos e príncipes. Assim a instituição das igrejas Luteranas foi algo puramente humano e político. No primeiro caso, formou-se a organização democrática partindo do povo, e no segundo, deu-se lugar ao governo civil. O governo civil da Alemanha governava e estabelecia as regras da igreja, inclusive as litúrgicas e a instituição dos ministros. O mundo secular a governava. “Cristo como o centro da Sua igreja e o Espírito Santo como o poder agregador, que traria as pessoas para o centro, foram ignorados por completo. Esse é o motivo porque o Senhor declara que todos esses sistemas estão “mortos”. É verdade que nas igrejas Luteranas e nas igrejas reformadas é pregado sobre Cristo, o Espírito Santo e a palavra de Deus, e se crê nisso; porém não é dado a nenhum deles o lugar que lhes corresponde. Por isso elas estão sem a verdadeira vida, por maior que seja o número dos crentes que se encontram nelas”. (A. Miller – V.2, pág. 100).

 

  1. A Reforma deveria voltar ao início, à formação da igreja no dia do Pentecostes, com a presença do Espírito Santo e não com a participação dos príncipes desse mundo, somente assim estaria em harmonia com a palavra de Deus, pois, a igreja é o Corpo de Cristo. Essa verdade “era pouco ou nada compreendida pelos reformadores. Desde o início eles não agiram de acordo com esta verdade, e depois deles, as igrejas protestantes se afastaram cada vez mais desta verdade” (AM – pág. 101). Filipe I de Hesse (Região central da Alemanha), foi o primeiro a dar uma constituição às igrejas protestantes, a qual serviu de modelo para as demais igrejas luteranas. O Príncipe-eleitor tinha a função e o poder de eleger o Imperador do Sacro Império Romano. Foram colocados mestres competentes e piedosos em todas as igrejas O exemplo foi seguido por outros príncipes e Estados da Alemanha, que haviam se libertado do domínio do pontífice romano, e adotaram as mesmas constituições. Esse foi o fundamento das primeiras igrejas Luteranas ou Reformadas na Alemanha.

 

  1. “Essa atitude despertou sérios temores nos príncipes católicos, que os fizeram pensar em meios para defender a antiga religião e punir os ousados inovadores. Mas uma aliança também foi formada pelos príncipes luteranos. Porém, o estado geral político em que se encontrava a Europa impediu o início de uma guerra civil. Como as mãos do imperador Carlos V, favorável à Roma, estavam ocupadas com várias guerras em diferentes lugares, os reformadores foram deixados em paz até 1529, podendo continuar sua obra”. (AM – pág. 102).

 

  1. A frente da reforma estavam Lutero e Zuínglio, que era da Suíça. Mas houve um desentendimento entre eles a respeito da Santa Ceia. A doutrina de transubstanciação, iniciada em 1215 pela igreja de Roma, aumentou a fantasia do povo, pois o milagre de transubstanciar a hóstia consagrada no corpo físico de Cristo na Santa Ceia, conferiu aos sacerdotes um poder extraordinário, o que rendia muito dinheiro ao clero. Essa foi mais uma prática inventada por Roma. A hóstia, após pronunciadas palavras de consagração, se tornaria a carne física do Senhor Jesus. Era como se fosse feito um milagre pelo sacerdote. Isso trouxe uma grande repercussão sobre o poder de quem supostamente tornava a hóstia em Corpo de Cristo. Esta doutrina estava tão infiltrada no meio do povo, que até Lutero não conseguiu se libertar dessa influência, até o final da sua vida. Ele rejeitava a doutrina da transubstanciação, mas adotou a consubstanciação, igualmente inexplicável. Era apenas uma mera mudança de nome. Ulrico Zuínglio, reformador suíço e companheiro de Lutero, não aceitava esses ensinamentos de Roma, e cria na simplicidade apresentada nas Escrituras de que o pão e o cálice eram símbolos do corpo de Cristo, que foi partido por nós, e do sangue da Nova Aliança derramado por nós. Ele tinha mais clareza, mas a dissensão foi tão grande que Lutero negava chamar Zuinglio de irmão.

Ex 19:3-9; Sl 2:1-3

  1. Então, como deve ser o governo de Cristo na igreja? No Antigo Testamento havia um modelo claramente Deus nos tirou do mundo. Estávamos perdidos, mas graças a Deus fomos libertos do Egito e aproximados a Ele. Fomos unidos como membros do Corpo de Cristo. A intenção de Deus é formar um povo chegado a Ele. Isso é importante, pois todas as nações se tornaram idolatras e pagãs, embora toda a terra seja do Criador. Depois do dilúvio, quando surgiu Ninrode, passou-se a pregar que Deus era vingador e castigador, disposto a exterminar quem o desagradasse. Essa era a pregação de Ninrode, inspirada por Satanás. Segundo ele, o homem não precisaria mais viver debaixo do “pavor de Deus”. Não haveria mais a necessidade do homem se preocupar com Deus, pois eles próprios cuidariam uns dos outros. Foi declarada, assim, independência em relação à Deus, surgindo um sentimento geral de revolta contra Ele, conforme descrito em Salmos 2. Mas Deus, não é um Deus do medo. Claro, se você for um rebelde, tenha temor. Mas o real desejo de Deus é ter um povo chegado a Ele. Deus é um Deus de amor, mas por ter um conceito errado sobre Ele, o povo queria se distanciar. Como Deus pretendia direcionar Seu povo? Com a palavra, não morta, mas viva! Deus é o Deus vivo. Devemos ouvi-lo atentamente, com amor reverente. Assim seremos Sua propriedade peculiar, dentre todos os povos! Esse é o desejo de Deus. Mas como um povo que aculturou-se no Egito por mais de 400 anos teria uma nova cultura? Como mudar uma cultura? Por meio da palavra. Ainda estamos sendo transformados pela palavra do Senhor. Quanto mais ouvimos a palavra, mais deixamos de ser um povo do mundo para ser propriedade peculiar de Deus. Como podemos não mais servir aos ídolos e ser um reino de sacerdotes que serve a Deus? Só há uma maneira, pela palavra. Por isso Deus nos deu a imersão! Isso muda a nossa cultura. A palavra viva de Deus está sendo inculcada em nós e a nossa natureza está sendo transformada. Éramos pagãos, mas agora somos uma nação santa. Portanto valorize a palavra. Valorize a imersão! Inculque a palavra no seu coração, para que ela habite ricamente nele. No versículo sete vemos que Deus levanta um canal para Sua palavra, Moisés. No versículo oito, o povo responde que faria tudo o que Deus tinha falado. O homem tem uma propensão a achar que quando simplesmente ouve, já assimilou. O povo de Israel era infantil, por não conhecer a si mesmo. Por isso, hoje, imergimos e inculcamos a palavra no nosso coração, com repetições seguidas, falando entre nós. Moisés relatou ao Senhor a resposta do povo. Deus sabia que o povo era presunçoso, por achar que tinha a capacidade de ouvir e fazer.

Ex 19:16-20; 20:1-26

  1. Deus fez algo extraordinário, para que o povo cresse que Moisés era o canal que falaria por Imagine a cena: trovões, relâmpagos, uma nuvem espessa sobre o monte e um forte som de trombetas! Todo o povo estremeceu, o monte fumegava e dele saia fogo e fumaça, pois o Senhor descera sobre ele e a sua fumaça subia como de fornalha. O monte tremia grandemente. Não podemos imaginar esse cenário. Com isso, Deus queria que o povo soubesse que um canal havia sido escolhido por Ele. A partir do capítulo 20 de Êxodo, Deus dá os dez mandamentos. Do final do capítulo 20 até 23, Deus ordena e detalha uma sequência de leis para regular o povo, como uma constituição ou carta magna. Esse seria o governo sobre o povo de Israel. Hoje, também, por meio do seu canal escolhido, Deus fala e governa a igreja. 

Nm 9:23; 12:1-8

  1. Apesar de já haver os dez mandamentos e demais leis escritas, Deus continuava a levar Seu povo adiante, por meio da Sua voz, Sua boca. O povo era comandado pelo mandado do A palavra mandado pode ser traduzida como “boca”. Segundo a boca do Senhor o povo se acampava ou marchava. Hoje vivemos essa realidade. Como Deus governa a igreja? Pela Sua boca, Sua palavra. Quando Deus fala pelo seu canal, a igreja tem direção e cumpre o seu dever. Como Deus governa a igreja? Através da palavra que sai da boca Dele, como uma ordem. A palavra profética é uma ordem para executarmos. Mas Deus usa um homem como o canal da palavra. Sabemos que é difícil para o homem obedecer a outro homem. Por isso, em Números 12 já vemos uma rebelião. Aqui, não sabemos julgar se Moisés deveria ou não ter tomado para si a mulher cuxita, mas Miriã e Arão usaram isso como pretexto, para expor uma grande insatisfação que estava em seus corações. Eles questionavam por que Deus só usava Moisés para falar. Hoje a insatisfação é a mesma! Mas a ordem de Deus vinha por Moisés. O problema do homem, ao desafiar Moisés, é achar que ele também pode ser boca de Deus. Deus, de fato, quer nos usar como profetas, mas esses muitos profetas recebem a direção de um só canal. A Bíblia mostra que Moisés era manso. Ele era manso pois sabia que Deus que o tinha estabelecido como boca. Ele era apenas fiel a sua função. Por isso Deus usava Moisés e falava com ele boca a boca. Nessa passagem, Deus deixa claro que usava Moisés como canal para falar e para governar o povo. Mas, mesmo com o castigo dado à Miriã e Arão, a insatisfação de alguns não foi aplacada. Mais tarde surgiu a rebelião de Corá. Em toda a história da igreja essas rebeliões surgem pois, o homem natural não conhece a maneira de Deus conduzir as coisas.

1Co 2:7-14; Cl 3:2-4; Is 55:8-9; Jo 3:1-8; Jo 8:23

  1. Nós somos um povo lá do alto. Não pertencemos mais a terra. No Evangelho de João, Jesus diz que Ele é do alto, por isso seria importante que Seu povo nascesse novamente. Esse povo teria os pés na terra, mas viveria nas regiões celestiais. Embora tenhamos um corpo físico, nosso espírito e alma devem estar sempre na esfera celestial, pois toda boa dádiva e dom perfeito são do alto. Você quer buscar o que é perfeito ou se contenta com as sombras? As coisas perfeitas estão no alto! Por isso a igreja vive lá no alto. Já morremos para as coisas terrenas. Nossa vida já está oculta, juntamente com Cristo, em Deus. Por isso devemos deixar de ser mesquinhos, insistindo em viver na esfera da terra e questionando a maneira de Deus. Não avalie os pensamentos de Deus pelos seus pensamentos. O homem natural não aceita as coisas do Espírito pois lhes são loucura e só são discernidas espiritualmente. O homem natural não entende as coisas celestiais. O homem terreno se preocupa com a exaltação, autopromoção. Os que criticam, vêem as coisas sob um entendimento humano. Olhemos e vivemos pelas coisas do alto! Não avaliamos os caminhos de Deus pelos nossos Se você insiste em discutir com Deus, primeiramente deve sair da esfera terrena e ir para a celestial.

Dt 12:1-11, 14.

  1. Essa é outra instrução dada por Deus a seu povo. Além da palavra, que governa, Deus também estabeleceu, objetivando a unidade de Israel, um lugar de adoração, pois quer que toda a constituição de Cristo, a boa terra, seja trabalhada para dentro de nós. Não somos mais idolatras ou pagãos, somos um povo que adora a Deus. Somos Dele! Ouvimos a Sua palavra e a Ídolos podem ser adorados em qualquer lugar, seja em uma árvore frondosa ou em um monte. Mas não é assim com o nosso Deus. Ele determinou um lugar de adoração, que é para onde as doze tribos deveriam ir. Lá estaria o nome e a habitação de Deus. Esse lugar era Jerusalém, onde estava o templo. A igreja em Sardes não tinha revelação sobre esse lugar. Conforme o que viram, eles estabeleceram uma base de adoração diversa da indicada pela Bíblia. Os pagãos agem assim. Não podemos usar uma verdade para estabelecer um lugar próprio de adoração. Há um lugar e para lá devemos ir! Há um lugar que Deus determinou.

1 Cr. 21:1-30, 22:1, 1 Rs 11:13, Sl 102:21, 135:21, Zc 3:2

  1. A eira de Ornã é exatamente onde Abraão ofereceu Isaque e onde o templo posteriormente foi construído. Hoje, ali há o Domo da Rocha, pertencente aos muçulmanos. O povo de Israel aguarda o momento em que o templo será reconstruído neste Jerusalém foi o lugar escolhido por Deus para colocar seu nome e sua habitação. Ali era a base da unidade do povo de Israel. Então não se pode estabelecer a base em qualquer lugar. Como eu falei, faltava um recipiente adequado para Sardes, a base correta. Todas as doze tribos tinham de ir até Jerusalém, não importando se ela, fisicamente, estava distante delas.

1 Rs 11:4-13; 12:1-33

  1. Salomão no final da sua vida, infelizmente, fez o que era mal perante o Senhor. Seu filho, Roboão taxou duramente o povo e seguiu o conselho dos mais jovens e dez tribos de Israel se rebelaram contra ele e seguiram Jeroboão. Apenas duas tribos seguiram a casa de Para não perder o domínio sobre as dez tribos rebeldes, Jeroboão usou de um artifício e disse que o povo não precisaria mais celebrar as festas em Jerusalém. Ele fez um bezerro de ouro em Dã e outro em Betel. Esses seriam símbolos do Deus que, segundo ele, havia tirado o povo do Egito. Foram, portanto, criados outros centros de adoração em Israel. Isso aconteceu com a igreja em Sardes, por não ter a base correta, o povo de Deus foi dividido. Hoje, só no Brasil, temos mais de 25 mil divisões de denominações evangélicas. É necessário voltar para a base correta!

Jo 4:19- 24; Zc 4:6; 2 Tm 2:2

  1. Os samaritanos estabeleceram o monte Gerisim como um lugar de adoração. Mas, Deus tinha estabelecido Jerusalém como o único centro da unidade de Seu No Novo Testamento, esse centro da unidade do povo de Deus não é mais um lugar físico, mas o espírito. O governo de Deus na igreja é pelo Espírito, que deve ter autoridade também no aspecto prático. Se o governo da igreja é entregue ao Estado, como o Espírito irá governar? Em Zacarias 4 vemos implicitamente a base da unidade do povo de Israel. O povo se dispersou e 70 anos depois o rei Ciro decretou a restauração de Jerusalém, ao permitir a volta de alguns cativos. Zorobabel era responsável, como governador, pela reconstrução do templo. Ele não tinha o poder de uma grande nação, então Deus o encorajou. A obra seria feita pelo Espírito! Hoje não temos o apoio do Estado, nem dos Imperadores, mas temos O Espírito. Somos um pequenino rebanho, a igreja em Filadélfia, mas diante de nós, há uma porta aberta. Pelo Espírito do Senhor iremos reconstruir esse lugar, Jerusalém. O livro de Zacarias mostra a figura do Candelabro. O azeite dourado é suprido pelos profetas e alimenta um vaso, que são os mensageiros que Deus tem na igreja para supri-la. Esse azeite supre as sete lâmpadas do candelabro. No tempo de Sardes não havia o candelabro. Faltava o testemunho, a base correta. Deus precisa dessa base para edificar Sua igreja. Hoje Deus usa a igreja em Filadélfia para restaurar a base correta. Por isso, precisamos ser fiéis ao ser canais mensageiros de Deus. Nós somos aquele vaso que recebe o azeite dourado. Logo devemos ser fiéis em transmitir a outros, para que as lâmpadas do candelabro estejam sempre acessas. A igreja em Filadélfia é um candelabro aceso. Quanto mais somos fiéis, mais a igreja brilha! Dessa forma, seremos servos fiéis para fazer brilhar o candelabro de ouro.

 

  1. Do lado prático, o que faltava à igreja em Sardes? A prática da unidade, em todo o Novo Testamento, está relacionada ao fato de haver uma igreja em cada cidade. Não é porque há uma verdade sobre o presbiterato, que algo deve ser edificado usando essa verdade como base. Não são revelações isoladas, que são a base da igreja. Se fosse assim, só haveria unidade se todos concordassem com essas verdades Para que a igreja englobe todos os filhos de Deus, é necessário que a base única seja a cidade. Dessa forma a igreja é, na prática, indivisível. Se há concordância quanto à fé geral básica, todos fazem parte da igreja na cidade. Infelizmente a igreja em Sardes não prestou atenção à base correta e surgiram muitas divisões. Hoje, a igreja em Filadélfia está voltando e restaurando a base da unidade. Por exemplo, na cidade de Vila Velha- ES, há uma só igreja. Mas será que todos os que creram e que moram nessa cidade estão nessa igreja? Sim! Todos que creram no Senhor e vivem aqui fazem parte da igreja em Vila Velha, ainda que não se reúnam conosco, para nós, eles fazem parte da igreja nesta cidade. Por isso, temos que ir para as ruas e passar essa mensagem para todos! Essa palavra é para a igreja! 

Tt 1:5

  1. Cada cidade só tem um grupo de presbíteros em uma igreja. Ainda que a igreja em Sardes tenha se dividido, precisamos voltar para a base estabelecida por As igrejas em cada cidade compõem um único corpo de Cristo. Na liderança da igreja universal estão os apóstolos. Como as doze tribos de Israel, seguimos a mesma direção, pois as igrejas estão em um só Corpo e sob o comando de Cristo, pela Sua palavra. Vivendo a unidade traremos o Senhor de volta! Precisamos dessa visão para não seguir os erros da igreja em Sardes.

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