Palavra ministrada pelo irmão Pedro Dong, transmitida pelo Instituto Vida para Todos, diretamente do auditório Pérola na Estância Árvore da Vida, em 04/09/2024. Texto não revisado pelo autor.
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1 Jo 2:20, 27, 3:24, 4:1-6; Fp 1:19; 1 Co 12:10; 1 Jo 4:7; Gl 1:4; Jo 17:6-8, 11-12
- A unção é algo vivo que Deus colocou em nós, é o Espírito da verdade e a provisão do Espírito de Jesus Cristo. Essa provisão é total e abundante. O óleo sagrado da unção faz referência ao Espírito de Jesus Cristo; quatro especiarias adicionadas a um him de azeite de oliva, que representa o Espírito de Deus. Além do Espírito de Deus, o Espírito de Jesus Cristo contém os elementos agregados por Jesus em Sua encarnação: viver humano, morte e ressurreição. Ele possui o poder e eficácia de Sua morte e ressurreição, sendo, portanto, capaz de nos suprir em toda e qualquer situação. Deus não nos colocou na terra para viver debaixo de regras e leis, mas para sermos guiados pela vida por meio da unção.
- Na igreja temos dons que discernem os espíritos, porque o espírito do engano está por trás dos falsos profetas, e seu propósito é nos enganar. João escreveu tudo isso porque à época alguns se passavam por profetas de Deus pregando heresias. Os gnósticos, os cerintos e os docetas ensinavam heresias acerca da pessoa de Cristo, distorcendo a verdade a respeito de Sua divindade e humanidade. Cerinto negava que Jesus foi concebido pelo Espírito Santo e considerava-O como filho de José e Maria; ensinava que em Seu batismo, Cristo, como pomba, desceu sobre Jesus. Eles são os falsos profetas e anticristos, mas nós somos de Deus. João teve que escrever essas coisas para que a igreja tivesse discernimento de espírito, sabendo que há o espírito do engano tentando distorcer a verdade para enganar o povo de Deus. Por isso é tão importante a unção em nós, que no ensina a discernir o que procede ou não de Deus. Maior é o que está em nós do que o que está no mundo.
- O mundo sistematizado luta contra Deus e Seu reino com todas as forças, usando todas as suas armas. Satanás usa a lógica humana para lutar contra a fé, confundindo os crentes. Por essa razão devemos ser totalmente desarraigados deste mundo perverso, que inclui o mundo religioso. Nosso Deus e Pai tem o desejo que sejamos arrancados com raiz e tudo do mundo. O mundo pode ser colorido e bonito, mas é perverso. Ele se opõe a Deus e Sua vontade, confundindo Seus filhos. Mas temos a unção dentro de nós, que nos dá discernimento.
- Esses que falam como falsos profetas (ou anticristos) procedem do mundo, falam da parte do mundo, quem é do mundo os ouve, pois não sabe discernir. Quem ainda não foi libertado do mundo corre grandes riscos de ser influenciado pelo “racionalismo cristão”, que é a linha do gnosticismo. Mas os apóstolos que falavam com eles eram de Deus (v. 6). Aqueles que conheciam a Deus os ouviam e viam que a palavra era de Deus, mas aqueles que não eram da parte de Deus não os ouviam. Por isso, há alguns que apreciam a palavra que procede de Deus, e outros que não reconhecem e não ouvem. João representava aqueles que são de Deus, e os que conheciam a Deus ouviam a palavra de João, porque era procedente do Pai. E aquele que não conhece a Deus não aceita a palavra profética.
1 Jo 3:12; Gn 2:9, 17; 3:1-7, 4:4-7; Jr 31:31-33; Ez 36:26-27; Hb 8:10; 10:16
- A partir de 1 João 4:7, não queremos entender esses versículos da maneira convencional, pois dessa maneira todos já sabem. No capítulo 3, vemos que o assunto é amar uns aos outros, que é algo que todos já conhecemos em teoria, mas será que esse amor é realidade? Por isso, no versículo seguinte João usa o exemplo de Caim (3:12). Em Gênesis 2, vemos que Deus havia colocado no meio do jardim a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal. É importante fazer a escolha certa entre vida ou morte para resultar em amor, luz e benção; ou, ódio, trevas e maldição. Ao comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, o homem escolheu a morte.
- A serpente enganou Eva com sofismas, contradizendo Deus. Ela passou a ideia que Deus não queria que o homem tivesse a capacidade de conhecer o bem e o mal, como Ele tem. Na verdade, Deus ama o homem. Ele quer colocar-nos em outra linha, linha da vida. A linha da vida é mais simples e frutifica muito mais. Quando o homem comeu do fruto da árvore, seus olhos se abriram para discernir o certo e errado. Dali para frente, eles não tinham mais Deus, pois optaram pela morte, e a árvore que lhes diria o que fazer por meio do discernimento do bem e do mal.
- Por que Deus se agradou de Abel e não de Caim? Mesmo depois da queda, cada um ainda tinha oportunidade de optar por qual caminho seguir, pois Deus conservou a consciência no homem. Em Gn 3:7, fala sobre “proceder bem”, pois ainda havia chance de escolher certo para ser aceito. Se escolhesse a árvore errada, que é da morte, o pecado já estaria na porta. Esse pecado é Satanás, que fica torcendo para que cada um escolha a morte. A escolha que Adão fez, da árvore do conhecimento do bem e do mal, contaminou toda a humanidade. Nós passamos a agir pelo certo e errado. Sem vida, o homem precisa das regras exteriores para viver e elas são indicadas pelo discernimento do bem e do mal.
- Eu sempre fui ensinado que um crente não pode beber, não pode fumar, isso é errado, aquilo é errado. Nós somos regidos por regras, mas por quê? Porque o homem já fez a escolha errada. Se escolher a morte, não há vida para governar, então é obrigado a viver debaixo dessas regras do bem e do mal. Mas se fizermos a escolha certa, não precisamos viver debaixo de regras exteriores, pois quem governa é a própria vida.
- Seria tolice plantar um pé de laranja e, enquanto ele ainda é uma muda, ensiná-lo que ele precisa dar laranjas e não figos. Não é preciso dar regras para ele, pois ele tem a vida de uma laranjeira, e ela por si só vai fazê-lo produzir laranjas. Aqui na Estância há filhotes de gansos. Será que eles precisam de aulas de natação para aprender a nadar? A própria vida faz com que eles vivam como gansos. Se fizermos a escolha certa pela árvore da vida, é a vida que nos governa e nos fará agir como nascidos de Deus. Amar uns aos outros faz parte da essência dessa vida. Não é por regras exteriores, nem lei exterior.
- Quando Deus deu a lei para o povo de Israel, ela serviu de aio para guardá-los até que viesse Cristo e a realidade da escolha da vida, mas Deus não tinha intenção de formar uma religião judaica a partir da lei, ela foi dada também para conduzir o povo. Se escolhermos a vida, na verdade, não precisamos de leis exteriores. A aliança que Deus faria com o povo era de inscrever as leis no interior deles, por o Espírito dentro deles. Essa é a lei do Espírito da vida. Em toda a história da igreja, nos 19 séculos da degradação, o homem não atentou para isso. Um cristão sempre tenta ser um bom cristão tendo bons comportamentos, criando regras para si e acaba se esquecendo de ir para a fonte certa que é a vida.
- O Senhor está abençoando os adolescentes por causa da simplicidade. Também no aperfeiçoamento no PAC, ao passar pela rua experimentamos que toda a nossa “bagagem espiritual” não funciona, mas sim usar a palavra profética. Se estiver na árvore da vida funciona, mas na árvore do conhecimento do bem e do mal não funciona. Esse princípio contaminou profundamente toda a humanidade e especialmente a igreja. Nós ainda somos pela regra de conduta, por nossa capacidade e conhecimento bíblico. Não temos a simplicidade de seguir a vida em cada momento. Por isso, os adolescentes que não possuem muito conhecimento bíblico, mas têm ousadia do Espírito para fazer um “Vem e Vê”, têm trazido dezenas de adolescentes para a igreja. Por quê? Porque a árvore está certa. Isso faz toda a diferença.
1 Jo 4:7-10; Ef 3:16; Jo 3:16; Dt 6:5
- João alertou o povo sobre os anticristos e heresias, mas sua verdadeira preocupação era falar sobre nascer de Deus. Não é pelo conhecimento, pelas regras de conduta, nem leis exteriores, mas é pela vida. Seja simples, escolha a vida! Na igreja somos respeitados, todos dizem amém e aleluia, mas na rua ninguém nos conhece. Ali está o verdadeiro teste se andamos pela vida ou pelo conhecimento. Por isso a colportagem é uma maravilha, e nos dá um frio na barriga, pois acaba expondo nossa verdadeiro condição. Se estamos em nós mesmos, não funciona, mas quando fazemos a escolha da árvore certa, tudo flui. Não é pelos anos de igreja que temos, ou conhecimento, mas se estamos conectados com a fonte certa que vem pela palavra.
- O que funciona é a Palavra da vida, que é a própria vida eterna, o próprio Cristo. Essa palavra da vida era anunciada pelo apóstolo João, e quando alguém cria na palavra que saía da sua boca, esta pessoa era introduzida na comunhão da vida com ele, e essa comunhão é também com o Pai e Seu filho Jesus Cristo. A preocupação de João é levar cada um para a fonte da vida. Só dizer que temos que amar os irmãos não funciona, mas estar ligado na fonte certa funciona.
- O v. 7 não define aquele que ama por ter muitos anos de vida da igreja ou conhecer a Bíblia de ponta a ponta; mas fala que aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. É a fonte certa. Vamos escolher a vida! Você vai ser capaz de amar, mas não é você, é o próprio poder da Palavra, o poder da vida que vai fazê-lo amar os irmãos. O amor procede de Deus, Ele que tem que dar. Esse amor vem da palavra da vida e da comunhão da vida. Por isso é tão importante a vida da igreja em ressurreição que estamos vivendo. Não estamos mais vivendo de fachadas e aparências. Graças a Deus, hoje estamos buscando a realidade, e por essa palavra, sem percebermos, o amor que procede de Deus está nos suprindo pela árvore da vida, e nós passamos a amar os irmãos. Por praticarmos tudo isso amamos mais os irmãos, e não é nada forçado ou fingido, porque o amor procede de Deus.
- O verbo “conhecer” no grego antigo está no tempo aoristo, que expressa uma ação no tempo puro, que não tem duração do processo. Portanto, nesse “conhecer” não se consegue definir o tempo em que ocorreu, é um conhecimento próprio que vem do nascimento. Se somos nascidos de Deus, por esse nascimento conhecemos a Deus. Conhecemos a Deus pela vida que recebemos; não é pelo fato de Ele ter feito alguma coisa para nós.
- O amor procede de Deus, quem recebeu a Palavra da vida anunciada por João, nasceu de Deus e foi incluído na comunhão da vida. Essa vida é a vida eterna, procede de Deus. A natureza e a essência de Deus é amor. Assim, quem é nascido de Deus, ama. Assim como um pato nada, um pé de laranja produz laranjas, quem é nascido de Deus, ama.
- Da mesma forma, aquele não ama, não conhece a Deus, porque não é nascido Dele. Pode até ter nascido de Deus, mas não está vivendo por essa vida; ou, naquele momento fez a escolha errada, escolheu a morte, então não conhece a Deus e não ama. Por isso, precisamos manter esse filho de Deus, que está dentro de nós, fortalecido, sempre vivo e ativo. Esse ser divino que está dentro de nós é o homem interior (Ef 3:16). Vamos pedir para o Senhor fortalecer nosso homem interior. Se mantivermos esse ser divino que está crescendo dentro de nós sempre forte, Ele vai nos levar a amar os irmãos, porque Ele é nascido de Deus. Não o meu velho homem, mas esse novo homem que é nascido de Deus.
- A partir do momento em que cremos em Jesus e recebemos a vida eterna, nós nascemos de Deus. Que amor de Deus! Ele deu o Seu próprio Filho para hoje sermos aqueles que são nascidos de Deus. Mas o nascido de Deus precisa viver por Cristo, por essa vida. Não é apenas ter a uma nova vida, mas essa vida gerou um homem interior, um ser vivo que está dentro de nós, e precisamos mantê-lo forte, sempre ativo pela circulação da vida, a palavra da vida, a vida eterna, para que Ele cresça e possamos viver por meio dele.
- Nós não amamos a Deus primeiro, porque o amor não procede de nós. Deus é amor; Ele nos amou primeiro, nos salvou, nos deu Sua vida. E quando nascemos de Deus, temos Seu amor, até mesmo para amá-Lo. Até para amar a Deus, precisamos do Seu próprio amor. Em Dt 6:5, há a exigência de amar a Deus, mas para isso é necessário o suprimento que vem da palavra. Assim, nós passamos a amar a Deus cada vez mais, de todo o coração, de toda a alma e de toda a força. Não é a nossa capacidade, é pela vida.
1 Jo 4:10-17; Hb 4:15; 1 Tm 6:16; Jo 15:4-5; Cl 3:14; Ef 4:15-16
- Deus enviou Seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. Para nós é muito fácil: pecamos, confessamos os nossos pecados, e Ele é fiel para nos perdoar e nos purificar de toda injustiça. Mas para Deus poder perdoar o homem, foi um processo muito difícil e doloroso.
- A tampa da arca da aliança é o propiciatório, e sobre essa tampa que o homem se encontra com Deus. Para o homem poder viver por meio de Cristo, receber o suprimento do amor para poder amar aos outros e andar como filho de Deus, é preciso ter comunhão com Deus, e para isso precisa da propiciação. Caso não houvesse, os dois querubins sobre a arca da aliança, que representa a glória de Deus, o fulminaria. Por isso, quando o sumo sacerdote adentrava o véu, tinha que lançar o incenso para fazer fumaça perante os querubins e, então, aspergir o sangue sobre a tampa do propiciatório, dessa forma cumprindo as exigências do testemunho (as duas tábuas da lei) que estavam dentro da arca, satisfazendo a justiça, santidade e glória (os querubins) de Deus, Ele o aceita, justifica e está pronto para falar com ele. Hoje, no Novo Testamento, não precisa desse processo complicado, o Senhor já fez tudo. Tudo o que recebemos é misericórdia e graça. A vida de Deus nos supre tudo e passamos a amar uns aos outros.
- Nosso Deus habita em lugar inacessível, e nenhum homem jamais viu a Deus, portanto ninguém consegue ver que Ele é amor. Mas, se somos nascidos de Deus e praticarmos o amor fraternal na igreja, as pessoas verão o amor de Deus aperfeiçoado em nós.
- Os apóstolos eram testemunhas oculares de que Deus enviou Seu Filho como Salvador do mundo. Isso anula por completo os argumentos daqueles que querem perverter o evangelho. No entanto, não basta somente aceitar essa verdade, é necessário confessar, isto é, crer que Jesus é o Filho de Deus. Essa é a condição essencial para Deus permanecer nele, e ele em Deus. Da mesma forma se os ramos permanecerem na videira [Cristo], ela permanecerá no ramo, podendo produzir fruto. O fruto, no caso, é o amor. Para amar, precisamos permanecer na videira. Para praticar a justiça, para viver uma vida santa precisamos permanecer na videira. Só permanecendo damos frutos. Não é pela nossa capacidade de cumprir regras, é pela vida, por permanecer no Senhor.
- Nós conhecemos o amor pelo novo nascimento, e cremos no amor que Deus tem por nós. Quem permanece no amor, permanece em Deus, pois Deus é amor. Não há como separar o amor e Deus. E quem permanece no amor, Deus permanece nele.
- “Nisto é em nós aperfeiçoado o amor”, na versão KJA lemos: “Dessa forma, o amor é aperfeiçoado em nós”. Vincent comenta que na construção dessa frase, “em nós” está ligado a “amor”, o que equivale a “nosso amor”. Isso pode significar que o amor é aperfeiçoado “conosco”, ou seja, na comunhão. Eu tenho insistido que o amor é como uma cola que une com perfeição. É um elemento que conecta, que liga. Se tivermos amor entre os irmãos, e entre nós e Deus, há edificação. Essa cola não separa mais. Nos tornamos um organismo vivo, pois estamos ligados pelo amor. Somos aperfeiçoados pela unidade.
- Deus quer nos santificar com a verdade, e a palavra de Deus é a verdade, que traz o próprio Deus, que é amor. De Cristo vem a verdade para nós, o amor de Deus. Somos supridos da verdade, do amor de Deus, e isso resulta em estarmos colados, unidos, conectados, segundo a justa cooperação de cada parte, gerando a edificação em amor. O amor nos liga, no edifica, nos torna uma coisa só. Dessa forma, no dia do juízo, vamos nos encontrar com Deus com confiança, pois estamos fazendo a vontade do Senhor. O amor fez o efeito e nos ligou a todos, e entregaremos a Deus esse organismo vivo no qual Ele governa em vida.
1 Jo 4:18-21
- Se estamos verdadeiramente mergulhados nesse amor que a palavra da vida nos fornece, se vivemos na comunhão da vida sendo supridos por esse amor, hoje vivemos em um ambiente em que não há medo. Quando vivemos com medo é porque há desconfiança entre nós. Já vivemos assim na igreja, como que pisando em ovos, com medo de ser criticado. Esse não é o ambiente da igreja atualmente. O ambiente da igreja é amor, confiança, um suportando o outro. Não é ter os olhos abertos para criticar um ao outro, não. É um ambiente de amor, e no amor não existe medo. Hoje entre os cooperadores não há medo.
- Não adianta falar sobre amar a Deus, mas não conseguir amar o irmão. Esse amor é mentiroso, porque quem é nascido de Deus, ama. Quem não ama, então, não é nascido de Deus. É melhor viver pelo que é nascido de Deus, é melhor fortalecer o homem interior. Vamos aprender a viver no novo homem! Hoje o clima da igreja está muito gostoso, um ambiente de amor, confiança, apoio. Ninguém aponta o dedo para ninguém. . Essa é a nossa tarefa. Vamos trazer o Senhor de volta!