Mensagem 6 – A Degradação ao Longo dos Séculos

Palavra ministrada pelo irmão Pedro Dong, e transmitida pelo Instituto Vida para Todos, diretamente da Estância Árvore da Vida, em 09/06/2024. Texto não revisado pelo autor.

Encorajamos você a assistir a mensagem completa no canal do IVPT no Youtube.

 

 

  1. Esta mensagem está sendo ministrada durante os últimos momentos do Congresso das Mulheres de 2024. Os últimos dias foram inesquecíveis, o Senhor falou conosco por meio do exemplo dado pelas mulheres, de seriedade e empenho ao buscar comunhão no ensinamento dos apóstolos. O falar delas penetrou em nossos corações como espada afiada, não há como ficar indiferente quando a Palavra de Deus penetra nosso coração dessa maneira. O Senhor está conseguindo levar a igreja a um outro patamar, a esfera da ressurreição! Por meio da palavra, Ele tem conseguido nos descolar, nos desarraigar deste mundo perverso, carregado de religiosidade. Queremos dar ao Senhor uma igreja em Filadélfia que realmente viva o amor fraternal, e O entrega a edificação do Corpo.

At 2:42,44; Lc 8:1-3

  1. Em Atos 2 vemos que tudo tem início com o ensinamento dos apóstolos. Na época, o Senhor falava por meio do apóstolo Pedro, e essa palavra era ruminada pelos demais irmãos, produzindo um viver normal da igreja. Sabendo disto, durante 20 séculos Satanás tentou destruir esse ensinamento dos apóstolos e a comunhão do corpo, introduzindo a hierarquia na igreja. Ainda em Atos 2, vemos que a comunhão dos bens entre os membros da igreja primitiva ocorreu espontaneamente. Isto é, de forma natural entre eles, pois já estavam desarraigados das preocupações do mundo, eles viviam em unidade até mesmo financeiramente e entregavam tudo que possuíam aos pés dos apóstolos. 
  1. Ao longo dos próximos anos da história da igreja não foi possível manter tal modelo, mas o princípio se manteve. Hoje, o dinheiro é uma das coisas que nos mantêm arraigados à esfera terrena. Mas o Senhor quer que estejamos desarraigados do mundo! Nós, que pertencemos à igreja, um organismo vivo que dá ao Senhor a possibilidade de execução de Sua vontade, devemos nos desarraigar deste mundo perverso, da preocupação com nosso próprio sustento. Portanto, embora cada um de nós administre as próprias finanças, devemos ter consciência de que nossos bens pertencem ao Senhor. Graças a Deus, Ele tem tirado a possessividade que temos quanto à nossa vida financeira.
  1. Durante o período em que Jesus esteve na terra, o primeiro grupo levantado com a preocupação de servir no ministério com seus bens materiais foram as mulheres. Para que as viagens do Senhor e Seus discípulos fossem possíveis, era necessário ter suporte financeiro. Em Lucas 8 vemos que entre as mulheres que tinham esse encargo, estavam algumas que haviam sido curadas de enfermidades e de espíritos malignos. Esses espíritos malignos podem estar presentes em nosso amor pelo dinheiro, nossa sensação de posse a respeito de nossos bens. Que o Senhor nos liberte de toda escravidão do dinheiro!
  1. A primeira menção que vemos no Novo Testamento a respeito de investimentos no Reino, no ministério de Jesus, é referente a mulheres. Hoje temos diversas frentes com necessidade de ofertas, conforme temos compartilhado. Há as frentes de pregação do evangelho ao redor do mundo, e mais recentemente surgiu a necessidade de reformar a sala Pão da Vida, um espaço disponível para comunhões. Ao ouvir a respeito desta necessidade, as irmãs prontamente se organizaram e se dispuseram a suprir a demanda! O espaço da sala Pão da Vida será muito usado para o avanço do evangelho do reino e para a edificação do Corpo de Cristo!
  1. Fui muito tocado pela rapidez da ação das irmãs! As mulheres de fato são mais rápidas em reagir e apoiar a obra. Por essa reação, muitas pessoas serão alcançadas pela palavra, e o Senhor obterá entre nós Sua igreja em Filadélfia!

Ap 3:9

  1. A respeito daqueles que promovem hierarquias na igreja, lemos em Apocalipse que o Senhor os fará se prostrarem aos Seus pés. Entre nós não há diferença de classes, todos os membros são funcionais em um organismo vivo!

Pv 29:18 (KJA); Dt 8:1-3; Êx 19; Mt 4:4

  1. Quando não há profecia, a palavra trazida pelos apóstolos, o povo se corrompe, não tem ordem, mas o que aceita a revelação do Senhor é feliz! Quando o povo de Israel entrou na boa terra para a possuir, eles deviam recordar de todo o caminho no deserto pelo qual o Senhor os guiou durante 40 anos. Nós precisamos não somente da palavra de revelação de Deus, mas também da provação. Precisamos que Ele nos prove, nos mostre o que há em nosso coração. Muitas vezes nós mesmos não reconhecemos a sujeira que há dentro de nós. Assim, a palavra que chega até nós precisa ter a cooperação dos sofrimentos. Uma parcela da absorção da palavra em nós, se dá pelas provações geradas por sofrimentos. 
  1.  O Senhor nos envia a palavra, mas Ele também nos prova para revelar o que há em nosso interior. A palavra que vem até nós é uma ordem, muitas vezes ela nos incomoda e nos tira da zona de conforto, mas nos faz funcionar! As provações vêm para nos mostrar se praticaremos ou não essa ordem. As provações nos desarraigam das coisas materiais, nos fazem enxergar que nem só de pão viverá o homem. 
  1. Deus não deixou somente os dez mandamentos transcritos por Moisés, mas também comandou o povo no deserto por Sua própria voz. Isso indica que o povo de Deus vive e é governado pela palavra que procede da boca de Deus. No deserto, não há como o homem viver por sua própria capacidade, sequer pode obter provisão para seu sustento; ali o homem depende totalmente do Senhor, e Ele mostra que o homem viverá pela palavra que procede da boca de Deus. Em um deserto não há nenhum atalho, nada a que possamos nos agarrar, senão à palavra que sai da boca do Senhor. É assim que Ele quer nos ensinar a viver!

Dt 18: 15,18-22; Nm 9:15-23; 12:1

  1. O Senhor disse que suscitaria um profeta, da mesma forma como escolheu a Moisés, em cuja boca Ele porá Suas palavras. Os profetas do Senhor não têm liberdade de falar o que querem, mas somente o que o Senhor lhes ordena. Assim é a palavra que governa o povo de Deus. Esse é um princípio muito sério, pois aquele que fala em nome do Senhor, sem, contudo, falar a palavra que procede de Deus, comete falta muito grave, pois Deus não o escolheu como Seu canal. 
  1. Como então podemos reconhecer que alguém é realmente o profeta escolhido que fala em nome do Senhor? A palavra desse profeta deve se cumprir, deve suceder como profetizou. Por isso a palavra profética é inconfundível: Deus é quem faz acontecer! Moisés foi o profeta escolhido por Deus e usado para conduzir o povo até a entrada da boa terra. Deus governava Israel pelo Seu mandado, Sua boca. Deus já havia dado ao povo os dez mandamentos, portanto, a palavra a ser obedecida já estava disponível, todavia o comando do dia a dia era a palavra profética. Em nosso viver diário precisamos receber a voz de comando do Senhor. Graças a Deus temos a Bíblia, Sua Palavra, e também Seu falar diário. 
  1. A ordem do Senhor vinha por intermédio de Moisés, um homem. É difícil para o ser humano crer que um homem, passível de falhas, possa ser a boca de Deus. Em Números 12, vemos que até mesmo Moisés foi questionado a esse respeito. Em meio à tormenta pela qual passamos no último ano, eu fui questionado a respeito da minha insistência em falar da palavra profética, ao que afirmei: “Estou apenas sendo fiel ao Senhor!”. Minha intenção jamais é de me exaltar. Moisés era usado pelo Senhor no deserto para estabelecer o governo de Deus em meio ao povo. 

1 Co 2:14; Nm 16:1-3, 12-14; Ne 9:26

  1. No entanto, é muito difícil ao homem natural entender as coisas de Deus, e passa a questionar por que Deus só usa um homem para falar com Seu povo. Isso aconteceu com Miriã e Arão, e também no caso da rebelião de Corá, Datã e Abirão, conforme lemos em Números 12 e 16, respectivamente. A preocupação dos rebeldes no deserto era que Moisés tivesse a intenção de se colocar em uma posição superior aos demais. Ora, Moisés foi chamado não para um cargo, mas para uma função: a de transmitir o falar do Senhor.
  1. Neemias, ao se levantar para reconstruir o templo, foi acusado de querer se colocar como rei de Israel. Irmãos, esse é um ataque comum: o Senhor usa pessoas que não têm preocupação quanto a posição, mas Satanás levanta essa suspeita maligna. Dos profetas que o Senhor levantou entre o povo de Israel, muitos foram perseguidos e mortos por passar adiante a palavra.

Hb 1:1-2; Ef 3:5; Mt 23:2; At 20:29

  1. No Velho Testamento, Deus falou muitas vezes e de muitas maneiras pelos profetas. No Novo Testamento, que se refere a estes últimos dias, é Cristo quem fala, pois recebeu a incumbência do Pai de encher a igreja com a realidade e, por meio dela, se tornar cabeça sobre todas as coisas. Assim, os que profetizam hoje, o fazem por meio de Cristo, pois Ele é quem fala. Por isso, usamos o termo palavra profética para definir a palavra rhema que Deus fala pelos profetas para executar a Sua vontade em cada época.
  1. Infelizmente, porém, na falta de profetas foram levantados mestres. Ao fim do primeiro século, a igreja não dava mais importância para a palavra dos apóstolos, e nos tempos de João já era comum que os líderes das igrejas não apreciassem mais suas palavras. A partir do segundo século então, Deus não enviou mais profetas. Os bispos, mestres, passaram a governar a igreja usando preceitos humanos.
  1. Paulo já advertia que quando a igreja deixa de seguir o ensino dos apóstolos, abre portas para a entrada de lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. Esses não se preocupam o rebanho, com famílias que se dividem, casais que ficam em lados opostos. Isso ocorreu nos tempos de Paulo e está ocorrendo nos dias de hoje.

1 Tm 1:3-4; Gl 1:6; 2:14; 4:16-17 (KJA); 2 Tm 3:10

  1. Desde os tempos do apóstolo Paulo havia o problema da promoção de ensinamentos diferentes dentro da igreja. Naquele tempo, muitos queriam falar, mas seu conteúdo eram genealogias, curiosidades e personagens do Antigo Testamento. Isso diluía o falar de Paulo, o qual, mesmo constrangido, pediu a Timóteo que alertasse os irmãos a se aterem à palavra profética. Aos gálatas, Paulo afirmou que quem pregasse evangelho além do que ele estava pregando, estaria pervertendo o evangelho de Cristo. E por dizer a verdade, tornou-se inimigo dos gálatas, pois os que pregavam outro evangelho queriam isolá-los do apóstolo.
  1. No ano 67 d.C., próximo a seu martírio, Paulo, em sua segunda carta a Timóteo, revela a clara degradação penetrando na igreja da época, pois todos os da Ásia o abandonaram, se desviando da verdade com falatórios inúteis e profanos. Timóteo, porém, o seguia de perto. Precisamos nos guardar das palavras negativas, de morte, pois elas nos contaminam e podem gerar danos irreversíveis. 
  1. Irmãos, que tristeza! Já no final de sua carreira, Paulo havia sido abandonado por todos, haviam desprezado a palavra profética e a degradação havia entrado na igreja. Timóteo era o único que permanecia ao Seu lado.
  1. A carta à igreja em Pérgamo descreve a situação da metade do século IV, quando o César do Império Romano, Constantino, o Grande, concedeu à igreja o favor imperial. Isto é, reconheceu o cristianismo como a religião oficial do Estado, até o estabelecimento do sistema papal na segunda metade do século VI. Veremos mais alguns elementos de degradação que foram introduzidos por Satanás.

Mt 13:31-32; Ap 2:14; Jo 17:14-15; Tg 4:4; Mt 6:24

  1. No período da igreja em Pérgamo, o Império Romano mudou de tática, parou de perseguir a igreja e uniu-se a ela como em casamento, fez dela uma torre fortificada, como o grão de mostarda que cresceu e tornou-se uma grande árvore e a igreja ficou monstruosamente grande. Esse casamento do mundo com a igreja é uma fornicação espiritual, uma prostituição, pois a igreja é uma virgem pura desposada a Cristo. 
  1. Outros fatores contribuíram para aprofundar a degradação da igreja: a idolatria e a prostituição. Antes da união da igreja com o mundo, o clero já estava sendo alçado a uma posição elevada, cheia de honrarias, e alegando que o povo comum precisava deles para chegar a Deus. Mas quando houve a junção da igreja com o Estado, a posição e poder dados aos clérigos foi ainda maior. Isso corrompeu totalmente a igreja.
  1. A doutrina de Balaão visa destruir a separação entre a igreja e o mundo, e o resultado é idolatria. Na véspera de Seu martírio, Jesus orou ao Pai: “Eu lhes tenho transmitido a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou. Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal” (Jo 17:14-15). A igreja está no mundo, mas não é do mundo. Jesus nos escolheu como um grupo seleto que, assim como Ele, não pertence ao mundo. Nos tempos do imperador Constantino, a igreja se tornou amiga do mundo. Em Mateus 6:24, vemos que por trás do amor ao dinheiro há uma idolatria, não podemos amar o Senhor e o dinheiro ao mesmo tempo.

Cl 3:5; 1 Jo 2:15; Mt 20:25-28; Nm 31:16

  1. Colossenses 3:5 menciona prostituição juntamente com a avareza, que é idolatria. A idolatria surgiu pela avareza; o homem adorava ídolos para se enriquecer e buscar benefício próprio. E a idolatria sempre caminha junto com a fornicação. Se permitimos que a idolatria e avareza entrem em nossas vidas, a consequência é a fornicação. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele. O mundo está em oposição ao Pai! 
  1.  Quando Constantino uniu a igreja ao mundo, um pouco depois do ano 300 d.C., os clérigos passaram a receber salários do tesouro do Estado, e ganharam também o poder estatal, assim perderam totalmente a pureza e santidade. Quem recebe passa a servir quem paga seu salário, e não ao Senhor. A doutrina de Balaão é assalariar as pessoas.
  1. Em Mateus 20:25-28, Jesus disse aos discípulos que no mundo os governadores dominam e os maiorais exercem autoridade sobre o povo, mas não é assim entre nós, na igreja. Infelizmente com o fortalecimento da classe clerical em poder, riqueza e status, seus membros começaram a disputar cargos e posições para obter cada vez mais privilégios.
  1. Balaão foi assalariado por Balaque, rei dos moabitas, para amaldiçoar o povo de Israel, introduzir nele a prostituição e idolatria. Essa prostituição corrompeu o arraial, e foi obra que Balaão fez por salário. Ele foi o primeiro a ganhar dinheiro com os dons que Deus lhe deu. Infelizmente isso ficou impregnado no cristianismo, servir a Deus mediante salário ou remuneração. 

Fp 4:10-19; 1 Co 9:3-14

  1. Paulo estabeleceu como princípio não ser assalariado por ninguém, mas as igrejas tinham misericórdia do apóstolo. Os filipenses se associaram aos sofrimentos de Paulo e ofertavam para suas necessidades, mas ainda assim o apóstolo escrevia com constrangimento, deixando claro que sua busca não era por riquezas materiais. Um servo do Senhor que recebe salário pode acabar ficando nas mãos de quem o assalaria. Por isso no nosso meio, quem transmite a palavra não é assalariado, pois nosso intuito é sermos fiéis somente ao Senhor. 
  1. Nosso intuito não é ficar nas mãos de nenhum milionário, pois intentamos agradar ao Senhor acima de tudo. Ainda assim, graças a Deus, temos sido supridos pelos grãos de areia, nada nos falta! Paulo diz, em 1 Coríntios 9, que aqueles que pregam o evangelho, vivam do evangelho. Esse versículo se aplica muito bem aos nossos colportores! Eles não fazem colportagem por dinheiro. Quando o fazem, não obtêm resultado, não flui. A colportagem não é feita por dinheiro, mas o Senhor os supre por meio dela. Eles não são assalariados por ninguém, mas Deus os alimenta com os frutos da pregação do evangelho.
  1. O inimigo não destruiu somente a palavra profética ao longo dos últimos séculos e corrompeu as funções dentro da igreja por meio do clericalismo, mas também quer nos destruir assalariando quem fala. Aqui, no entanto, não há assalariados, todos dependemos do Senhor! 

2 Pe 2:3; Ap 2:15; Ef 4:12

  1.  Em 2 Pedro 2, lemos a respeito dos falsos profetas e mestres que, movidos por avareza, fazem comércio dos irmãos com palavras fictícias. Nós não servimos a nenhum homem, dependemos do Senhor para tudo. Os movidos por avareza são os que abandonaram o caminho reto, se extraviaram, seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça. Como consequência, fortaleceu ainda mais o clericalismo: “Outrossim, também tu tens os que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas” (Ap 2:15). Hoje há muitos líderes religiosos que distorcem a palavra do Senhor para justificar um viver luxuoso. O que à época da igreja em Éfeso era denominado por “obras dos nicolaítas”, agora se tornou em “doutrina dos nicolaítas”.
  1. Pela a união com o mundo, o clero na igreja passou a gozar, além do poder religioso, também dos poderes políticos e econômicos. Estabelecendo-se por completo a hierarquia na igreja. Dessa forma foi consolidado o sistema clerical, abrindo porta para o sistema papal no período da igreja em Tiatira. A doutrina dos nicolaítas destrói a função dos membros do Corpo de Cristo, paralisando a edificação. 
  1. Graças a Deus, Ele nos trouxe a restauração da função dos membros do corpo de Cristo, como um corpo orgânico e organismo vivo em que todos os membros são alimentados pela palavra. Em toda a terra as igrejas estão vivendo e avançando em unidade! Somente o governo de Deus estabelecido por meio da palavra pode fazer isso! Nós edificaremos a igreja para entregar ao Senhor um lugar de habitação, onde Ele descansará!

 

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