Conferencia Internacional M21 – Uma Advertência Sobre Autoexaltação e Hipocrisia

 

 

Palavra ministrada pelo irmão Pedro Dong, transmitida pelo Instituto Vida para Todos diretamente do Auditório da Igreja em São Paulo, em 27/03/2022. Texto não revisado. Pode conter erros de digitação, ortografia ou semântica.

Estamos gratos por tanta palavra de direção que o Senhor tem nos dado. Essa palavra tem executado a obra de Deus quando nos tornamos canais simples para Ele. O Senhor tem feito grandes coisas dessa forma.

Eu estava preocupado com a Colômbia, pois os irmãos ali estavam um pouco alheios a todo o mover. Mas graças a Deus isso tem mudado, pois eles receberam as ferramentas como o “Posso orar por você”, rede de cuidados, Avança Jovem, Colportagem por oportunidade, etc e têm praticado o falar atual. Graças ao Senhor! Isso mudou drasticamente a dinâmica das igrejas lá

Todavia, pregar o evangelho, orar pelas pessoas etc só fazem sentido quando trouxermos essas pessoas que resgatamos nas ruas para o palácio do rei, que é a igreja, e elas passarem por um processo de embelezamento, para então fazerem parte das bodas do rei. Somos os trabalhadores de última hora, não temos tempo a perder. Devemos ir atrás dessas pessoas, sendo usados por Deus de forma não-convencional. Ao sermos simples e obedientes à palavra profética, ela trabalha em nós e as coisas começam a acontecer. Os Sete Espíritos atuam com força total para concluir esta era, da qual creio estarmos perto do final.

Mt 22; Sl 45; Ap 19:7-9

O evento mais importante deste universo para Deus são as bodas de Seu Filho, que é a festa do casamento de Cristo com a igreja. Hoje, somos os servos saindo às ruas para convidar as pessoas para tal festa. Os primeiros convidados rejeitaram o convite. Os líderes judeus rejeitaram o evangelho, então Deus fez essa palavra ser encaminhada aos gentios.

Graças a Deus temos várias pessoas cumprindo o papel dos servos na parábola; estamos saindo desde crianças aos mais velhos para pregar o evangelho e orar pelas pessoas. Estamos convidando as pessoas para as bodas do cordeiro!

Estamos sendo preparados para sermos a noiva coletiva. Viemos das ruas, com nossas impurezas, as quais ainda temos. Mas, graças a Deus, Ele nos convidou para vivermos no palácio, que é a igreja, onde somos sujeitos a um processo de embelezamento. É neste processo que estamos hoje: estamos deixando as coisas do velho homem, as impurezas, e sendo constituídos pelos elementos divinos e sendo santificados. A natureza de Deus está sendo acrescentada a nós! Esse processo é feito pela palavra – ela é quem nos purifica, nos santifica e nos embeleza, e, portanto, nos prepara para as bodas do cordeiro. Teremos, assim, a segunda veste, composta de linho finíssimo, com o qual podemos participar adequadamente das bodas. A primeira veste nos capacitou para entrar e viver no palácio; ela foi dada por Cristo. Através do processo de embelezamento, praticando os atos de justiça, teremos essa nova veste para as bodas. Bem-aventurados os que foram chamados para a ceia do cordeiro! Estamos preparando nossa veste nupcial para participar deste banquete maravilhoso.

Mt 22:15-29; Mt 21:23

Jesus deveria entrar como rei do reino dos céus em Jerusalém. Então mandou os discípulos buscarem uma jumenta e o jumentinho. Ele entrou montado no jumentinho, conforme mencionado em Marcos, Lucas e João. Somente em Mateus a jumenta é mencionada. O jumentinho é cria da jumenta, e isso nos remete à Apocalipse 12, onde a mulher com dores de parto, simbolizando a igreja, tem um filho varão. Essa mulher é a jumenta, o filho varão é o jumentinho, que é sua parte forte. Nem toda igreja está preocupada com o reino de Deus, porém há um grupo que está. Ele é chamado de Sião; Jerusalém toda talvez não esteja apercebida, mas Sião é um lugar que se importa com o reino. Espero que esse Sião, que esse filho varão sejamos você e eu. Com essa visão, o mundo perde sua cor.

Somos pouca coisa, temos pouca força. Não somos os mais bonitos, os mais influentes… somos um jumentinho. Porém, somos esse jumentinho preparado pela jumenta para que o rei monte em nós! Estamos aqui para entronizar o rei de uma forma humilde. Nosso rei veio para cá em Sua primeira vinda de uma forma humilde e mansa, porém em Sua segunda vinda Ele virá na glória de Deus pai junto aos vencedores! Hoje sou um jumentinho para introduzir o rei dos céus, mas naquele dia quero vir junto com o rei da glória.

O momento da entrada na cidade de Jesus ocorreu na última semana de Sua vida. Jesus morreria no dia da Páscoa, evento para o qual os cordeiros deveriam ser escolhidos no dia 10 do mês, para serem examinados até o dia 14, quando seriam imolados. Jesus como cordeiro de Deus, foi escolhido para ser o cordeiro da Páscoa, e ficou de segunda até sexta-feira, quando foi crucificado, sendo examinado pelos líderes religiosos. Eles procuravam em Jesus algum defeito para acabarem com Ele. Ele passou do primeiro exame, feito pelos principais sacerdotes e anciãos do povo (Mt 21:23). O segundo exame (Mt 22:15) foi feito pelos fariseus e herodianos. Ele também foi examinado pelos saduceus (v.23) e intérpretes da lei (v.34). Tudo isso fez parte da banca para examinar o cordeiro da Páscoa.

Mt 22:15-22

Na questão de tributo, os fariseus e herodianos foram arguir o Senhor. Os fariseus eram nacionalistas radicais contra o domínio romano. Já os herodianos apoiavam o império romano. Ambos, todavia, se associaram diante de uma ameaça maior: Jesus. Se a resposta de Jesus fosse não pagar tributos, os herodianos o levariam para as autoridades romanas, porém se Ele dissesse para os pagar, os fariseus o denunciariam diante do povo judeu por deslealdade a Israel e ao judaísmo. Jesus conseguiu sair dessa cilada, ao ponto de os inquisidores ficarem sem o que responder.

Mt 22:23-33

Posteriormente, aproximaram-se dele os saduceus. Eles são o segundo maior partido entre os judeus, e não acreditavam em anjos, espírito e ressurreição; eram uma seita dentro do judaísmo (At 5:17; At 23:8).

Eles deram a Jesus uma história de uma mulher que teve vários viúvos, todos irmãos. Para colocar Jesus numa cilada, usaram a lei que está em Deuteronômio 25:5. Jesus os respondeu exibindo a falta de conhecimento da lei e do poder de Deus por parte deles. A razão de existir homem e mulher é para sermos fecundos, multiplicar e reinar sobre a terra, e também para edificarem o corpo de Cristo. O homem precisa da ajuda da mulher, ambos juntos conseguem auxiliar Cristo na edificação da igreja. Todavia, na ressurreição não haverá mais dissensão entre homem e mulher, já que não há mais necessidade (Cl 3:11), pois todos seremos um em Cristo Jesus.

Mt 22:34-40

Os saduceus, então, se reuniram em conselho e mandaram um intérprete da Lei. Ele era um especialista de Direito, um jurista. Ele perguntou qual era o grande mandamento da Lei. Ele, como especialista na área jurídica, queria derrubar Jesus se Ele falasse, por exemplo, que “o primeiro mandamento é mais importante que o terceiro”. Os especialistas dos judeus discutiam muito entre si qual era a prioridade da lei, e cujo cumprimento garantiria o descanso de Deus. Eles queriam ouvir de Jesus qual era essa lei específica, porém Jesus não falou uma ou outra, Ele disse que toda lei se resume a amar Deus e amar o próximo, pois a essência da lei é: Deus é amor. Os intérpretes discutem a lei na esfera mental, porém dessa forma não chegariam a nada. Jesus mostrou que a essência da lei é o amor, pois tudo veio de Deus que é o amor. Você quer participar do descanso de Deus? Pratique o amor! O amor para com Deus (primeira tábua dos mandamentos) e para com o próximo (segunda tábua).

Hoje podemos fazer esse amor fluir. Esse amor é crucial para edificarmos a igreja de Deus, para tecermos o tecido de amor com a urdidura (que vem do nosso relacionamento com Deus) e a trama (que vem do nosso relacionamento com os irmãos). Não deixemos esta terra sem deixar escrita uma história de amor.

Mt 22:41-46; Sl 110

Depois que Jesus foi examinado e aprovado como cordeiro pascal por todos os líderes judeus, foi a vez de Jesus perguntar a eles como pode Davi chamar o Cristo de Senhor, sendo Ele seu filho. Eles não conseguiram responder, e a partir de então nunca mais ousaram perguntar nada a Ele; Ele foi aprovado!

Os fariseus conheciam o Messias como filho de Davi, porém não como Senhor de Davi, como está escrito em Salmos 110. Esse fato era algo sem explicação para eles. Todavia, quem tem a revelação tem a explicação. Não sejamos como esses fariseus que interpretam a lei e procuram entender Deus pela lógica humana. Graças a Deus recebemos a palavra de Deus pela revelação divina, e assim lidamos com a palavra de Deus na esfera celestial, e não na terrena.

Mt 23:1-12; Nm 12:6; Dt 18:18-22; Jo 5:36,6:29; Pv 29:18

Até agora, Jesus foi examinado como cordeiro pascal. Ele foi tido como um cordeiro perfeito, que poderia ser sacrificado pelo mundo. A partir de Mt 23, Jesus precisava tocar nos problemas da liderança religiosa dos judeus.

Na cadeira de Moisés só poderiam se assentar profetas, porém nela estavam sentados escribas e fariseus. Estes eram doutores da lei, defendiam a observância literal da Lei e mais uma série de preceitos criados por suas interpretações. O pentateuco é considerado por Israel como sua constituição. Todavia, nas situações corriqueiras do cotidiano há questões a serem julgadas que não são cobertas diretamente pela Lei. Portanto, começaram a criar jurisprudências, e ao longo dos séculos foi-se criado o “Torá-falado”, que incluía também essas interpretações que eram consideradas como lei orais.

Quem era Moisés? Ele era o profeta escolhido por Deus para falar por Ele. Moisés era o único com quem Deus falava diretamente. Precisamos honrar profetas como Moisés, pois a palavra profética vem desses determinados por Deus para trazer direção ao povo. Um profeta de Deus só fala aquilo que Deus ordena, e não aquilo que quer.

Como reconhecer que Jesus era o Cristo enviado por Deus? Tudo o que Ele falava era realizado pelo Pai. Se você crer no profeta, a obra é feita por meio de você! Se acolhermos a palavra como palavra de Deus, que de fato é, ela operará eficazmente em nós e a obra é feita. Sem profecia, sem profetas para falar a palavra de direção ao povo, o povo se corrompe. Não adianta querer substituir o profeta com escribas e fariseus, pois eles estão com caráter de mestres. Na falta de profetas, a igreja para de avançar e se corrompe. Graças a Deus em nosso meio o Senhor não nos tem feito cessar a palavra profética.

Atualmente, há alguns grupos cristãos que foram grandemente usados pelo Senhor no passado, mas ao terminar uma profecia, não avançaram na palavra, porém permaneceram somente com um grupo de mestres para estudar a palavra falada no passado. Assim, eles ficaram parados no tempo, e Deus não consegue continuar Sua obra através deles. O fato de escribas e fariseus terem sentado na cadeira de Moisés é algo muito grave.

Começou, assim, a degradação, que chegou ao fundo do poço em Tiratia. Deus começou a restaurar a igreja em Sardes, e, finalmente, Ele está consolidando a igreja em Filadélfia. Essa igreja tem um grande presente de Deus, que são os tesouros da palavra profética destrancados. Graças a Deus a cadeira voltou a Moisés na igreja em Filadélfia!

Na época de Jesus, havia uma busca desenfreada por prestígio (v.3-12). Os fariseus falavam, tinham aparência espiritual, mas não faziam. Não podemos ser assim; não devemos somente falar a palavra profética, mantendo uma fachada de homens espirituais, mas também precisamos colocá-la em prática. Todos devem participar da obra do Senhor, cada um com sua função. Não estamos aqui para discutir leis, mas para realizar a obra de Deus.

Os mestres da lei e os fariseus andavam à procura de prestígio e de meios para mostrar sua superioridade espiritual de forma externa. Gostavam de ocupar os melhores lugares na sinagoga, de serem chamados mestres; eles andavam com orlas longas nas suas vestes (que representavam espiritualidade) e caminhavam com um rolinho que continha alguns versículos da Lei para mostrar apreço a ela. Isso tudo é hipocrisia. Com vistas à edificação da igreja, devemos entender o perigo da autoexaltação, que corrói a essência do reino dos céus, que é ter um espírito contrito e humilde. Jesus adverte o quanto à busca desenfreada por reconhecimento e prestígio, que alimentam a soberba humana.

Não podemos buscar exaltar a nós mesmos. Devemos seguir o exemplo de Jesus, que não veio à terra buscando Sua própria glória. Jesus veio com uma aparência feia, tomou o caminho da humildade, e na ressurreição Deus o exaltou sobremaneira! Seu nome hoje está acima de todo nome. Não busquemos exaltação, e não deixemos qualquer sucesso na obra fazer o orgulho subir à nossa cabeça, mas procuremos o caminho da humilhação; deixemos Deus nos dar exaltação naquele dia.

Mantenhamos o espírito contrito e humilde, pois tudo o que tem sido feito em nosso meio é pela capacidade de Deus, e nada nosso. Somos vasos de misericórdia através dos quais Deus faz Sua obra!

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