M32 – A Crucificação de Jesus

 

 

Palavra ministrada pelo irmão Pedro Dong, transmitida pelo Instituto Vida para Todos diretamente do auditório da Igreja em São Paulo – São Paulo, em 12/06/2022. Texto não revisado pelo autor.

Estamos muito alegres pelo momento especial em que a igreja sem encontra e porque, praticamente, todos os finais de semana tenho tido comunhão com as lideranças das igrejas. E todas essas comunhões têm sido maravilhosas, têm trazido mais ainda a unidade e cumplicidade e passamos a conhecer mais uns aos outros. Em especial, este final de semana vieram os irmãos do Chile, do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Tivemos dois dias de comunhão e os irmãos chilenos vão ficar mais alguns dias para conhecer o trabalho do Ceape e dos colportores.

Os irmãos do Sul, motivados pelo amor ao Senhor e por tudo o que está acontecendo pela pregação do evangelho e da atuação dos colportores, foram compungidos a, depois de um dia intenso de trabalho em suas cidades, saírem com a família para fazer colportagem. Ouvir o testemunho deles foi um bálsamo. Uma comunhão de uma doçura impressionante. Também aproveitaram para assistir uma live do irmão Pedro Dong e depois saíram na colportagem, juntamente com os chilenos. Ouviram que, se não se convertessem como uma criança, não veriam o reino dos céus. Por isso saíram sem o peso da colportagem (de bater metas), foram livres e leves e as pessoas contatadas sentiram essa leveza. Os irmãos saíram se divertindo e, graças a Deus, muitos foram salvos. É a nova maneira de se praticar a colportagem dinâmica, sem aquela tensão, e sim, como uma criança, simples e descomplicada.

Viram também que esse mundo ainda é dominado por uma elite local, regional, nacional e mundial, e todas elas são dominadas pelos principados e potestades. O homem declara sua independência de Deus dizendo que pode obter sozinho sua própria segurança, entretenimento e sustento. Assim surgiu o governo humano com Ninrode (torre de Babel). Por isso que muitos Estados se declaram laicos, isto é, um afastamento de Deus. Estão procurando remover a influência da lei de Deus, varrer da humanidade qualquer pensando moral e ético, a fim de que o homem viva sem Deus, sem lei – tudo para o surgimento do homem da iniquidade. Pouco a pouco, as outras gerações vão sofrendo essas influências e chegará um momento em que surgirá o anticristo – que é contra tudo o que se chama Deus e se relaciona com Ele. Essa nova ordem vai se instalando sutilmente entre nós.

Se nosso alvo é pregar o evangelho, salvar as multidões aflitas e exaustas, precisamos ser sensíveis à voz de Deus. Não podemos nos limitar pelas regras e restrições impostas pelos homens. Muitas pessoas estão nas ruas pedindo socorro, precisamos quebrar as regras e pregar o evangelho, socorrê-las.

Veremos a sequência no livro de Mateus. Jesus veio para cumprir a vontade do Pai como o Cristo, para isso, Ele era o Filho do Deus vivo. Cumprir essa missão como o Ungido de Deus: gerar e edificar a igreja (Mt 16:18). Em seguida, Ele falou a respeito de Sua morte e que tipo de morte seria: a crucificação. Há o registro aqui do sofrimento de Jesus, sua angústia no jardim do Getsêmani. Ele fora julgado e condenado injustamente.

Jesus veio pregar evangelho aos pobres, mas isso estava contra os interesses de quem estava no poder (stablishment), os principais sacerdotes e escribas. Stablishment significa a elite que está no poder e ela é quem determina a ordem social, econômica e política das coisas sobre o povo. Apesar de o povo de Israel estar debaixo do império romano na época, essa elite de judeus estava no poder e desfrutava das benesses desse poder e transformara a casa de Deus em covil de salteadores. Esse stablishment, essas pessoas que não queriam perder esses privilégios, é que mataram Jesus.

Mt 26:46-56

Jesus nunca fez mal a ninguém, só curou as enfermidades, pregou o evangelho, trouxe refrigério ao povo sofrido. Mas os sumos sacerdotes e anciãos do povo vieram não só com os servidores do tribunal do Sinédrio, mas também com os policiais – com quase 500 homens para prender a Jesus. Vieram armados com turba, espadas e porretes – como se viessem para prender um bandido violento. Por que isso? E, não contente e com receio de que Jesus fizesse algum milagre para não ser preso, pediram ajuda do comandante romano, o qual levou todos os seus comandados. Segundo a nota da KJA, além de Judas, foram quase mil soldados mais os 500 servidores do tribunal do Sinédrio para prender Jesus. Nesse momento, Pedro, desesperado, cortou a orelha do servo do sumo sacerdote e Jesus o exortou questionando-o que Ele poderia rogar ao Pai e este o mandaria 80 mil anjos. Em outras palavras, Jesus disse: “Pedro, eu não sei me defender? Mas como ficaria a vontade do Pai?”. Todos os discípulos deixaram-No, fugiram.

Mt 26:57-68; Dt 19:15; Êx 20:16; At 2:23

O julgamento e condenação de Jesus foi injusto e ilícito por vários motivos, principalmente por ter ocorrido durante a noite e com testemunhas e acusações forjadas, contrariando as leis judaicas. Deus tem muita preocupação de o homem levantar falso testemunho contra o seu próximo e esse é também o nono mandamento. Os dez mandamentos são a carta magna de Israel, a sua constituição. Israel não pode ir contra a constituição, mas os próprios que deveriam zelar por ela (líderes judeus) estavam infringindo-a, procurando falsos testemunhos para matar Jesus. Contra esses falsos testemunhos, Jesus não respondia a nenhuma pergunta. Por essa razão, quando levantam falsos testemunhos contra nós, devemos ficamos calados; não adianta discutir ou se defender. O Senhor sabe o que faz (cf. notas de Mateus 17: 62-65 – VKJ).

Jesus era de fato o Cristo, o Filho de Deus. Porém, como homem, estava sendo julgado pelos homens, pois como Deus, ninguém tem o poder de julgá-Lo. Os judeus não tinham o poder de matar Jesus. Deus Pai que O entregou, porque estava dentro de Seu desígnio, de Sua presciência. Os romanos crucificaram a Jesus. Mas um dia, eles verão o Filho do Homem assentado à direita de Deus, o mesmo que está sendo julgado injustamente, voltará sobre as nuvens do céu para assumir o Seu governo sobre a terra, para sempre. Não havia temor no coração dos líderes judeus. O povo de Israel é um povo que aguardava a vinda do Messias. Jesus ameaçava o poder de quem estava no poder (stablishment), enriquecendo-se ilicitamente.

Mc 14:65

Jesus levou muitos murros e bofetadas e ainda cuspiram Nele. O sofrimento psicológico é muito maior que o físico. Cuspir não dói nada fisicamente, mas psicologicamente é uma humilhação e Jesus passou tudo isso por nossa causa.

Mt 26:69-75; Lc 22:60-62; Mc 16:6-7

Sabe por que as pessoas reconheciam Jesus e Pedro como galileu? Por causa do sotaque galileu. Foi denunciado pelo sotaque, mas Pedro O negou e, depois de três vezes, chorou amargamente. Pedro disse a Jesus que ainda que todos se escandalizem com Ele, jamais O negaria. Mas o galo cantou e ele negou Jesus. Pedro estava tão decepcionado consigo mesmo, que não seria capaz de olhar para seu Senhor outra vez. E, provavelmente, considerava consigo que seu Senhor nunca mais o perdoaria pelo que fez, não seria mais digno de confiança do Senhor. Pedro pode ter entrado em um profundo estado depressivo, não sabendo se o Senhor o usaria novamente. Mas no evangelho de Marcos, tem-se a menção de “e a Pedro”, Essa expressão do Senhor, encorajou muito a Pedro, mostrando que Jesus não o abandonou e lhe deu esperança de que Jesus ainda queria usá-lo.

No ano de 2020, vimos a diferença entre estágio e estado, o que nos encorajou muito. Ter um estado de vencedor é cuidar das pessoas, pregar o evangelho, fazer colportagem, edificar a igreja. Com essas atitudes, nossa vida muda, nosso lar muda, nosso casamento é fortalecido e somos mais felizes e encorajados. Não vivamos uma vida religiosa e burocrática. Vivamos uma vida cotidiana, alegre, contatando as pessoas, perguntando “Posso orar por você?”, e deixe um livro na mão delas. O Senhor o usará e dirá: “E a você”. Aleluia!

Mt 27:1-10; Sl 69:25; 109:8; At 1:16-20

No Antigo Testamento, trinta moedas de prata era a indenização que pagava a um escravo, caso morresse.. Jesus foi avaliado a um preço de escravo. Os homens usados por Satanás, ao fazerem o mal, são tomados de remorso. É triste ver que aquele que fez parte do ministério de Jesus, tê-Lo traído. Perdeu totalmente a bênção de ter participado do ministério do reino dos céus. Que não vendamos por nada nosso direito de participar do reino dos céus.

Mt 27:11-14; Jo 18:28-40

Se o sinédrio (palácio de Caifás) já tinha condenado Jesus à morte de cruz, por que, ao romper do dia os principais sacerdotes e anciãos do povo entraram outra vez em consenso para o matarem? Porque a decisão tomada durante à noite não tinha valor jurídico, por isso formaram outro conselho ao romper do dia para oficializar a acusação de traição perante a autoridade civil, com o fim de matar Jesus. Amarraram Jesus e O entregaram ao governador Pilatos. O governador O interrogou, dizendo: “És tu o rei dos judeus? Respondeu-lhe Jesus: Tu o dizes” (v.11). A acusação dos judeus contra Jesus à autoridade civil era de traição a César, que era muito incriminadora para os romanos, capaz de condenar qualquer cidadão à sentença de morte.

No relato, segundo João, há mais detalhes sobre a interrogação de Pilatos (Jo 18:28-40). Pretório era na fortaleza de Antônia, a residência oficial de onde Pilatos despachava. Ele morava em Cesareia, mas quando vinha até Jerusalém, ficava no pretório. Trouxeram Jesus como um bandido (v. 30). Jesus deixa claro que Seu reino não é deste mundo. Jesus nasceu, veio ao mundo para ser Rei e para dar testemunho da verdade. Pilatos não acha crime algum Nele.

Mt 27:24-26

Diante da pressão do povo, em preferir soltar um assaltante (Barrabás) em lugar de Jesus, o governador, covardemente, lavou as mãos. Os judeus precisavam de seu aval para matar Jesus. A crucificação era um tipo tão cruel de morte, que fora proibido aos cidadãos romanos, sob qualquer motivo. Apenas escravos e provincianos eram chicoteados como preparação para a crucificação. Os chicotes eram feitos de finas tiras de couro duro, trançados com pedaços de osso, chumbo e espinhos agudos e venenosos (Nota 7 – parcial – KJA). Quando se batia com o chicote, rasgava não só a pele, mas os músculos causando um rasgo profundo. Jesus passou isso por nós. Não sei o motivo de Deus ter escolhido esse tipo de morte, poderia ter sido morte de forca ou decapitação – mas foi a mais cruel: a crucificação. E, antes dela, o açoite, que é muito cruel. Era necessário que o Filho do Homem passasse por isso por nossa causa. Toda a descrição da morte de Jesus tem seu significado e era importante que do seu lado fosse ferido e fluísse sangue e água. O povo, fora de si, tomou para si e para os seus descendentes todo o ônus daquele julgamento injusto (v.25), como consequência de eles terem gritado: caia sobre nós o sangue desse homem (cf. Nota 6 – Parcial – KJA).

Mt 27:27-36

Levaram Jesus para o pretório, fortaleza de Antônia, residência de Pilatos quando estava em Jerusalém. Dizia-se que uma “tropa” ou “coorte” era composta de um décimo dos soldados que formavam uma “legião”, algo entre 360 e 600 homens (Nota 8 – KJA).

Obrigaram a Simão de Cirene, cidade colonial grega no norte da África, a carregar a cruz (v.32). Simão é pai de Rufo (Mc 15:21), mencionado por Paulo na saudação da sua carta à igreja em Roma (Rm 16:13). “Gólgota” em hebraico (Jo 19:17) que significa caveira, um lugar fora de Jerusalém. “Calvarium” seria o equivalente em latim, daí Calvário em português.

A respeito da crucificação, vemos que os crucificados viviam em média cerca de doze horas. A febre que logo se manifestava causava um tipo de sede ardente. A crescente inflamação das feridas nas costas, mãos e pés, o ataque dos insetos e aves carniceiras que se aproximavam devido ao odor de sangue e dos excrementos, assim como a pressão do fluxo sanguíneo contra a cabeça, o pulmão e o coração, e o inchaço de todas as veias provocavam a mais horrível agonia e dor. Cícero dizia: “A crucificação é o mais cruel e terrível dos castigos”. A execução tinha de ocorrer fora da cidade (Lv 24:14), como um sinal da exclusão da sociedade humana (Hb 13:12) – (cf. Nota 9 – parcial – KJA).

Hb 13:11-14

O corpo dos animais cujo sangue é trazido para dentro do Santo dos Santos é queimado fora do acampamento. Jesus teve o Seu corpo crucificado fora de Jerusalém, da religião judaica, porém Seu sangue é introduzido no Santo dos Santos para santificar Seu povo. Jesus foi rejeitado, expulso e morto pela religião. Que sigamos esse princípio de tomar o mesmo caminho da cruz para seguir o Senhor, pois não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a que há de vir. Por isso não busquemos nenhuma glória para nós, nem reconhecimento ou posição.

Mt 27:45-46; 2 Co 5:21

Jesus foi crucificado a hora terceira (Mc 15:25), contado a partir do raiar do sol, isto é, às 9 horas da manhã. Das 9 até ao meio-dia, Ele foi escarnecido pelos homens. Da hora sexta até a hora nona houve trevas sobre toda a terra. Perto da hora nona, das três horas da tarde, Jesus clamou em alta voz: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”. Esse talvez seja o maior sofrimento de Jesus. Jesus nunca teve experiência da ausência do Pai e, agora, pela primeira vez, Deus o abandonou. Sabe por quê? Porque do meio-dia até as três da tarde, Jesus foi julgado por Deus para consumar a nossa redenção. Ele sofreu pelos nossos pecados (Is 53:4-11). Jesus, que sequer conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós.

Mt 27:51-54; Hb 9:11-14; 10:19-23

O véu foi rasgado pelo próprio Deus, porque foi do alto abaixo. Graças a Deus, hoje podemos entrar a qualquer hora no Santo dos Santos, algo que era permitido somente ao sumo sacerdote uma vez por ano, com o sangue da expiação pelo pecado do povo. Podemos viver e andar no espírito, que é o Santo dos Santos.

O objetivo de o Espírito de levar a descrever a dor, agonia e sofrimento do Senhor Jesus, não tem meramente sentido contemplativo, porque Ele fez tudo isso para cumprir a vontade do Pai, que é nos resgatar das ruas para edificar Sua igreja. Pagou todo o preço para tornar possível o que hoje estamos vivendo. Por que nós não devemos pagar esse preço? Devemos encher nosso coração de gratidão, assim como o Simão, o leproso, como Lázaro, como a Marta que O servia e como Maria que quebrou um perfume caro por amor ao Senhor.

Dia 12/06/22 precisa ser um marco em nossa vida: “e a Pedro”, “e a você”. Vamos acordar e consagrar o pouco que temos e somos ao Senhor! É difícil dizer: “Posso orar por você?”. Se for, então carregue um pouco a cruz que Jesus levou. Na verdade, sabemos que não é difícil. Faça a colportagem, não precisa ter medo. Vamos trazer contatos para as redes de cuidados, incluir os irmãos nos serviços da igreja, no ambiente de Betânia, paz (shalom). Que o Senhor tenha repouso nesse lugar. A paz impera entre nós, a edificação está acontecendo e estamos chegando ao final. Chegou a nossa vez de pagar o preço! Amém!

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