Conferência Internacional M30 – Tudo viverá por onde quer que passe este Rio

Palavra ministrada pelo ir. Pedro Dong, transmitida em 25/12/2022 pelo Instituto Vida para Todos diretamente de Torres Vedras, Portugal, em 10/12/2022. Texto não revisado pelo autor.

 

  1. Temos falado que estamos vivendo em um momento muito especial: a era de Apocalipse, dos Sete Espíritos, o tempo em que Deus quer acelerar os seus passos, usar a Sua igreja para concluir o Seu plano e fazer a Sua vontade de encabeçar todas as coisas em Cristo por meio da igreja. Este é o momento de Salmos 110:3, onde Deus chama um exército de jovens santos, prontos para lutar pelo Senhor.

  1. Os jovens mais maduros devem ser o centro operacional da igreja, obedecendo aos mais velhos e à supervisão dos irmãos, além de cuidar dos mais novos. Estes são os que estarão na frente da batalha. Nossos adolescentes e crianças também estão se formando como parte deste exército. Que os irmãos mais velhos deem espaço para estes mais novos cumprirem a comissão que lhes foi confiada. Os jovens maduros devem acompanhar de perto a Palavra, amar reverentemente esta palavra e reconhecer que Cristo deve encabeçar todas as coisas. Não é nossa obra nem nossa maneira de fazer, mas é o Senhor que faz as coisas. Devem saber que o encabeçamento de Cristo vem por uma linha de irmãos até chegar a nós e aprender a nos submeter, ainda que tenhamos opinião diversa. Se houver atitude correta de submissão, a vida sobrepujará e limpará todo erro. Cabe a nós ter uma atitude correta.

  1. A porção de Ezequiel 47 é mais uma que fala sobre o caminho em que o rio passou. Mas é importante vermos todo o caminho deste rio, que se inicia em Gênesis.

Gn 2:10; Êx 17:6; Jo 19:33

  1. Por que os quatro braços do rio saiam do jardim mesmo após o homem ter sido expulso do Éden? Porque a intenção de Deus ainda era recuperar o homem, buscar o homem onde quer que ele estivesse. Este é o amor do Senhor. A rocha ferida em Êxodo representa Cristo e, desta rocha, saiu água. Quando Cristo morreu na cruz, do Seu lado saíram sangue, para a redenção, e água, para se tornar este rio da graça a fim de Deus alcançar o homem.

1  Co 10:4; Sl 36:8, 46.4; Zc 14:8-9; Jo 4:14, 7.37-39; Ap 21:1, 17

  1. Vejam que a água sempre acompanhou o povo de Deus. O Senhor sempre se preocupou em nos dar de beber da água da vida e quem beber desta água nunca mais terá sede. Todas as vezes em que o rio é citado, tenhamos certeza de que tem relação com o trono, para reinar. Este mesmo rio atravessa a Bíblia toda! O rio da graça é o rio da água da vida!

  1. Ezequiel 47 fala das águas que saíam da soleira da porta do templo. Estas águas precisavam ser aumentadas. Por isso veio aquele homem fazer as medições, para que a água pudesse aumentar em sua intensidade e volume. Porque Ezequiel descreve a necessidade de se aumentar o nível, a correnteza e o fluir da água? É porque nós chegamos no final dos tempos. Deus precisa fechar esta era fazendo cumprir todas as profecias. E a igreja é a encarregada de fazer isso restaurada pela vida, na condição da igreja em Filadelfia. Nós temos a responsabilidade de fechar esta era. Mas para fechar esta era, a água do rio precisa aumentar o volume e intensidade.

  1. Listei alguns motivos sobre a necessidade de Deus aumentar o fluir do rio da graça no fim dos tempos:

A) Deus precisa completar a edificação de Sua casa.

B) O povo de Deus alcança um viver segundo o padrão de Deus. Somente pela palavra profética, o fluir do rio, isso é possível. As leis e os estatutos da casa (Ez 43:10-11) revelam que Deus tem um modelo, um padrão. Mas a casa de Israel e o povo estão em meio a iniquidade e não alcançam o padrão imposto por Deus.

Por isso tenho repetido que o fluir do rio descrito no livro de Efésios visa suprir-nos com a graça, que faz com que os membros cresçam e amadureçam e aconteça a edificação do corpo de Cristo. O fluir da graça traz a verdade e preenche todos os nossos vazios. Não queremos continuar vivendo apenas de fachada. No tempo final nosso viver tem que ser condizente ao padrão da Palavra de Deus. Este rio tem que fluir mais forte nos enchendo de realidade em nosso viver. Por isso Cristo é aquele que enche tudo em todas as coisas. Ele é a verdade. Assim, vivemos nos enchendo do espírito, fazendo imersão, dia a dia o nosso viver, inconscientemente, é mudado e as pessoas a nossa volta percebem a consistência desse viver de graça, verdade, amor e luz por meio do espírito.

C) Restaurar o serviço sacerdotal (Ez 44). Isto é, durante 19 séculos de degradação da igreja o sistema clerical tem danificado a função sacerdotal de todos os membros do Corpo de Cristo. Cada um que resgatarmos na rua, temos de aperfeiçoá-lo e colocá-lo para servir na igreja para que ele perceba que é um membro que funciona. Apenas desta forma que a igreja pode ser edificada.

D) Normalização de todas as ofertas e festas (Ez 45-46).

O ministério da palavra precisa do ministério dos serviços e, para que os serviços funcionem de forma adequada, precisa do ministério das ofertas de riquezas materiais. Graças a Deus, hoje, quando falamos de ofertas, os irmãos respondem e correspondem.  E as festas são as nossas reuniões! Não podem ser funerais nem serviços religiosos cheios de rituais e tradições. Graças a Deus, nossas reuniões estão mudando! A festa verdadeira é justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm 14:17). A imersão, o louvor, o funcionamento do Corpo do Cristo são comida e bebida espiritual. Cada membro traz alguma coisa, falando entre nós há contribuição e, então, temos uma festa!

Ez 47:1, 43:1-2; 1 Ts 2:12; Ef 1:17-18; Cl 1:25-27; Rm 5:2; Jo 17:5; Rm 1:4

  1. Como a água sai do limiar do templo? É debaixo do vão da porta. Dali saíam as águas. A água saía para o oriente porque, como está em Ezequiel 43, do oriente vem a glória do Senhor! A água está indo em direção à glória de Deus! Isso se repete em 1 Tessalonicenses 2.12, com Deus nos chamando para seu reino e glória. Deus está nos levando para um padrão de viver de modo digno para sermos feitos a herança de Deus e termos Deus por herança. Nesta herança a riqueza da glória está reservada para nós. Nossa esperança é alcançarmos a glória de Deus e, assim, seremos um com o Pai. A glória é o próprio Pai, a fonte da glória. É por isso que Jesus pede para ser glorificado com o Pai como Filho primogênito, carregando a humanidade. Através da morte e ressurreição o homem Jesus foi glorificado no Pai. A partir daí, Ele se tornou O Espírito, que é um rio de água viva que flui de quem crê.

  1. E como isso foi feito? Jesus, como homem, foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito da santidade e pela ressurreição dos mortos, introduzindo Jesus para Sua glória.

Hb 2:7-9; Rm 8:17-23

  1. Nós fomos criados menores que os anjos em poder, mas fomos coroados de glória e de honra sobre as obras das mãos de Deus. Jesus, como homem, também foi feito menor que os anjos, mas por causa do sofrimento da morte foi coroado de glória e de honra para que pudesse conduzir os muitos filhos pelo rio da graça em direção ao oriente! Ele é o Autor, o precursor, e está nos levando para a glória. Nós, os demais homens, estamos seguindo nesta trilha para a glória! Somos herdeiros da glorificação. Nosso destino é a plena redenção do nosso corpo. Embora hoje estejamos no processo, na luta espiritual, mas nada pode se comparar com a glória que receberemos. Quando nos desconectamos da verdade, também desconectamos a criação. Quando alcançarmos a glória, a criação também será libertada de toda a corrupção e vaidade em que está sujeita.

  1. Através do fluir do rio da graça, Deus vai completar o que está proposto para esta era. Nós queremos dizer ao Senhor “eis-nos aqui, envia-nos a nós”. Estamos prontos para cooperar com o Senhor para cooperar com o plano de Deus para esta era. É por isso que o nível da água em Ezequiel 47 precisa crescer.

  1. O processo só será completo quando todas as partes do homem tripartido forem glorificadas: espírito, alma e corpo.

Ez 47:1, 3, 40:3; Ap 11:1; Zc 2:1-2; Sl 84:10; 2 Pe 3.8

  1. O rio da graça tem o efeito da cruz, que mortifica nosso velho homem e não o permite agir. O homem que saiu com o cordel de medir é Cristo (Ez 40:3; Ap 11:1) e aparece tanto em Ezequiel como em Apocalipse. Tudo o que Deus mede Ele toma posse. Sua aparência era de bronze, que tipifica Cristo, que passou pelo teste do julgamento de Deus. Aprovado, Ele está qualificado para medir, ou seja, julgar, para que, por meio do julgamento, Deus tome posse do que for medido. Deus só vai tomar posse quando algo for aprovado após o julgamento. O Senhor quer nos medir e possuir através do rio da graça que está passando. Mil significa uma unidade completa e um período em que Deus nos mede para ser aprovados (Sl 84:10). Deus não quer nos medir para reprovar, mas para aprovar. Então Ele aguarda que dependamos totalmente do Espírito.

Ez 47:3-5; 2 Rs 5:13

  1. De acordo com Ezequiel 47, a experiência completa de quem quer ser vencedor passa por quatro estágios, ou períodos, de medição. A primeira etapa são os primeiros mil côvados, que ainda permitem passar pelas águas, cujo nível estava nos tornozelos. Isso nos mostra que ainda não somos controlados pelo rio. Quando somos recém-convertidos esse é o primeiro período da nossa medição

  1. No segundo período, ainda passamos pelas águas, ainda há controle próprio. Neste momento, as águas estão sobre os joelhos. No terceiro período, a água dá pelos lombos, mas ainda era possível passar. Já no último período, não conseguimos passar. Por que passar se todo o benefício está no rio? É no rio que devemos estar! Temos que entender que nos render ao Senhor é a melhor escolha!

  1. Na experiencia de Naamã, ele se recusou a fazer algo simples que o profeta tinha falado. No momento em que ele fez isso, renunciou a seus recursos naturais e foi curado! Ele mergulhou no rio sete vezes. Esta palavra “mergulhar” significa imergir, afundar. Devemos furar as boias que não nos permitem mergulhar no rio, para que passemos a viver pelo novo homem!

 

Ez 47:7-11; Ap 3:15-19

  1. Estas águas atingem o Mar Morto, que era nossa experiência. Estávamos há tantos anos acumulando e recebendo a graça de Deus sem, contudo, levá-la a outros. Por isso, estávamos perdendo a vida. Mas, graças a Deus, até o Mar Morto ainda tem esperança! Quando as águas deste rio chegam até as águas do Mar Morto elas ganham vida! Isso deve acontecer no mundo todo! Não sejamos como os charcos e pântanos. Isso tem relação com a aparência – tem água, mas não é rio. Não há canal que flui. Por não fluir para lugar nenhum, não é saudável. Esta é a situação da igreja em Laodiceia (Ap 3:15-19). Vamos nos arrepender para sair dessa situação e o Senhor poder nos tornar um rio da graça saudável.

Ez 47:12; Ap 22:1-5, 12-14, 17

  1. Nós perdemos o acesso à árvore da vida no jardim do Éden, mas o rio da graça de Deus nos dá a esperança de termos acesso a ela novamente. Com o fluir deste rio chegamos a esta árvore, que dá fruto de mês em mês (Ez 47:12; Ap 22:1-5). Não podemos nos apegar ao que temos feito agora, porque talvez no próximo mês exista um fruto novo. Por isso, precisamos nos renovar sempre. Não nos acomodar naquilo que já ganhamos. Sempre abertos para o trabalhar e direção do Senhor. As folhas desta árvore podem nos curar e, para onde levarmos, pode curar as pessoas. No fim, isto está em Apocalipse 22, onde se conclui o fluir deste rio: brilhante como cristal, é vida e supre a vida de Deus. Este rio sai do trono de Deus e do Cordeiro e, por onde o rio passa, leva vida e autoridade de Deus para pôr todas as coisas em ordem! Onde há ordem e governo de Deus não há maldição, tudo é benção! Continuaremos servindo ao Senhor e não precisaremos mais de candeia ou palavra profética, porque Ele mesmo irá nos conduzir.

 

E quem quiser, receba de graça a água da vida.

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