- Na segunda carta de Pedro, descobrimos por que o apóstolo falava sobre os falsos mestres e os escarnecedores da palavra do Senhor, além de dar ênfase à presente verdade, à palavra profética, que traz segurança e direção por meio dos apóstolos. A partir de Atos 15, a igreja em Jerusalém perdeu o vigor e a operação do Espírito com milagres e sinais. Sua bela história foi interrompida, pois deixaram de perseverar no ensinamento dos apóstolos, por isso o Espírito deixou de ter liberdade entre eles. O partido dos fariseus na igreja em Jerusalém, os da circuncisão, quis impor como requisito para a salvação a observância da Lei de Moisés. A estratégia do inimigo de Deus era minar o verdadeiro evangelho por meio da tradição dos judeus. Não existem dois evangelhos, apenas um, uma só palavra, que o Senhor envia por meio dos apóstolos: o evangelho de Cristo (At 2:42; 15:1-21).
- A grande pressão exercida pelos judeus contra a igreja era por causa do abandono dos costumes da Lei de Moisés. Essa perseguição cruel prendia, castigava e punia os irmãos, culminando na morte de Estêvão. Nesse primeiro momento, a igreja seguia a direção do evangelho de Cristo, mas permanecia sob pressão para afirmar que não havia abandonado a Lei de Moisés. A intenção de Deus, ao pedir que Pedro comesse dos animais imundos, era quebrar seu conceito judaico e prepará-lo para pregar o evangelho aos gentios, a fim de introduzi-los no Corpo de Cristo. Contudo Pedro precisou dar explicações à seita dos fariseus sobre o episódio da casa de Cornélio. Após isso, quando o evangelho começou a se espalhar por toda aquela região, foi inicialmente apenas para os judeus, e depois para os gregos. Assim se levantou a primeira igreja entre os gentios na cidade de Antioquia, onde o Espírito encontrou espaço para trabalhar. Mais tarde, Paulo e Barnabé foram enviados para realizar a obra (At 6:8-15; 10:1-48; 22:4, 5, 18-21; 26:9-12; 13:1-2).
- Ao retornar à igreja em Antioquia, Paulo e Barnabé descobriram que alguns desciam da Judeia pregando outro evangelho, por isso foram a Jerusalém tratar desse assunto tão sério. Qual a diferença entre a Lei e a fé? Na fé, Deus concede o Espírito Santo, que traz a autoridade de Deus para governar a igreja. Esse governo vem por meio da palavra dos apóstolos. Na igreja não há diferença entre judeus e gentios, pois todos vivemos uma nova etapa. Nosso coração foi purificado porque cremos em Jesus, não por obras da Lei. Esse é o tema do livro de Gálatas (At 15:1-2; Gl 3:11, 23-28).
- Em Atos 15, começou uma anormalidade, pois Pedro era o principal líder da obra e deveria dar a conclusão final da comunhão. Contudo quem concluiu foi Tiago, irmão de Jesus, que, apesar de ser piedoso, não tinha clareza e buscava conciliar a Lei com a fé. Por isso Tiago se tornou o principal líder, enquanto Pedro, que tinha clareza, carecia de firmeza. Isso modificou a vida da igreja em Jerusalém, e, em Atos 21, oito anos depois, nenhum dos apóstolos é mencionado. Durante o ministério de Jesus na terra, Tiago não seguiu o Senhor de perto. Os líderes das igrejas devem seguir a palavra de perto! Caso contrário, ocorrerão distorções do que o Senhor está fazendo em nosso meio, tornando-nos vulneráveis à atuação do inimigo. Que nada se torne um método entre nós. Não seguimos métodos. Seguimos o Espírito, que deve ter liberdade em nosso meio. O Espírito vem por meio da palavra (At 15:13; 21:18-25; Jo 6:63).
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