CONFERÊNCIA NACIONAL NO CHILE – SAN BERNARDO – SANTIAGO
Notas da palavra ministrada pelo irmão Ezra Ma, na noite de 28/04/18. Texto não revisado. Pode conter erros de digitação, ortografia e semântica. Não revisado pelo preletor.
Mensagem 02 – O poder de Deus para a vida da igreja
Leitura Bíblica: Rm 1:16; At 2:46-47
Relacionamos o poder sempre às curas e milagres. O assunto da cura, espero um dia ter a oportunidade de compartilhar com vocês nossa visão. Não é a visão que muitos têm, dando ênfase a isso. Deus pode curar, mas Ele também tem Sua vontade e não cabe a nós questiona-Lo porque cura a uns e não a outros. A cura tem seu lugar no Novo Testamento. O poder do evangelho, contudo, não é somente para curar ou expulsar demônios ou fazer toda sorte de milagres.
O poder de que falamos hoje é o poder que muda uma vida. Esse é o grande poder. Curar é instantâneo, mas mudar uma vida não é tão fácil. Veja a sua vida. Estás há tantos anos na igreja. Deus mudou a sua vida? O verdadeiro poder não é somente para nossa experiência pessoal, mas na verdade é para a vida da igreja. Este é um conceito que precisamos ter nos dias atuais.
Para mudar nossas vidas e vencermos o pecado e nossa maneira de viver, requer poder. Ter a unanimidade dos líderes requer o poder de Deus. Às vezes, os líderes podem ser muito capazes, mas se lhes faltar unanimidade, não haverá poder para frutificar. Temos muita palavra, muita vida, mas nos falta poder.
Muitos líderes cristãos nos respeitam pela palavra que temos, mas nos questionam a falta de poder, porque o número de irmãos é tão pequeno nas igrejas. Temos de perguntar ao Senhor por que nos falta tanto poder. Temos algumas respostas: nos falta poder porque o eu é forte demais. Nos falta poder porque não somos obedientes. Estas coisas nos tiram o poder.
Rm 1:16 O problema que havia na época dos apóstolos, na era da igreja primitiva é que havia dois povos inimigos mortais entre si que entraram na igreja – os judeus e os gentios, chamados gregos. Todos tinham pontos de vista, crenças, tradições, dietas e culturas diferentes.
Cl 3:10-11 A igreja é o novo homem e nela não há judeu nem grego, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, escravo ou livre. Na igreja não há chileno ou brasileiro, chinês ou japonês, incultos e cultos, ricos e pobres. Este poder que se menciona em Rm 1:16 é para a salvação de ambos os povos. Judeus e gregos representam todas as divisões que há no mundo. No Brasil há uma grande polarização na política. Na igreja também há os que são a favor de algo os que são contra. Isso polariza a igreja. O evangelho é o poder de Deus que tira todas essas separações.
Em At 2 há muitos princípios preciosos que, por um lado, mostram a importância da unanimidade na igreja e por outro, a importância do poder na igreja. Até hoje não experimentamos o poder que une o povo de Deus. Qualquer ponto de vista e qualquer opinião divide a igreja. Nós temos a visão da igreja. Precisamos com frequência voltar às palavras sobre a visão da igreja. Não somos mais uma igreja, mas somos a igreja e somos os guardiões dessa visão em nossa era. Devemos agradecer a Deus por isso e ser fiéis em guardar essa visão e praticar. A melhor maneira de guardar é praticar.
Aqui estavam os que foram batizados no dia de Pentecostes, que era 50 dias depois da Páscoa. Entre os 12, eles passaram a falar nas várias línguas maternas daqueles que estavam na festa naquele dia. eles nunca tiveram instrução para falar em outra língua, mas experimentaram o poder de Deus para o evangelho.
Lv 23:15-17 Pentecostes significa 50º dia. Nas casas eles deviam trazer dois pães cozidos com fermento. Parece que está errado e deveria ser sem fermento. Sem fermento é só na Pascoa, porque ali representa cristo. aqui são dois pães, um representando os judeus e outro os gentios, exatamente no dia em que surgiu a igreja. por isso, na festa de pentecostes deviam ser cozidos dois pães com fermento. A igreja é composta por dois povos com fermento. Somente Cristo é sem fermento. Todos precisamos viver a vida da igreja para que o Senhor tire o fermento de nossa vida. aqui há dois pães para a formação da igreja.
At 2:1; Aqui estavam os três mil que foram batizados no dia de Pentecostes. O Senhor pode fazer isso hoje? Você crê que é possível? A fé do evangelho, por um lado é toda a palavra que recebemos na Bíblia, é objetiva, o ensinamento dos apóstolos. Por outro lado, é nossa capacidade de crer. A fé ocorre quando ouvimos uma palavra de Deus e agimos baseados nela. Fé não é superstição. Não espere uma voz vinda dos céus, mas a Palavra está todos os dias na Bíblia. Quando depositamos a palavra em nosso interior e um dia ela brota como um rio quando reagimos. A fé é o portal que nos leva à dimensão em que Deus vive. Ela é contrária à lógica. É nela que experimentamos o milagre de mudar nossa vida e a de trazer 3 mil batizados hoje para a igreja.
Ef 3:20 O poder está em nós, mas não o temos experimentado. Por que não experimentamos? Porque não cremos. Deus é poderoso para fazer todas as coisas, muito mais do que pedimos ou pensamos. Todos pensamos, mas no que pensamos? Deus quer que peçamos e pensemos a mesma coisa. Os pais pedem pelos filhos. “Senhor, ajuda meu filho, porque é preguiçoso. Ele não quer servir ao Senhor”. Mas o que pensam de seus filhos? O que falam a eles? “Você não presta para nada, é preguiçoso e vai fracassar na sua vida”. Veja que o que está pedindo não corresponde ao que está pensando. Pedimos que Deus multiplique a igreja para que tenha 300 irmãos, mas sempre que pensa na igreja pensa nos 30 que já estão lá e tudo o que planeja é para os 30. Então, quero dar uma sugestão a vocês: pense grande. Ore por 300 e pense em 300. Mais tarde, quando tiver 300, pense em 3.000. Você deve aumentar sua capacidade interior. O céu é o limite para a benção de Deus, desde que creiamos. Vamos crer no Senhor, nos profetas e vamos pensar grande. Pensar ainda mais do que pedimos, pois temos essa promessa.
At 2:42 É necessário corrigir a tradução de acordo com o grego para: e perseveravam no ensinamento dos apóstolos e na comunhão ou pode ser também: perseveravam no ensinamento e na comunhão dos apóstolos. Essa é a primeira parte. A segunda é: e no partir do pão e nas orações. Aqui temos dois pares: o ensinamento dos apóstolos e a comunhão do ensinamento dos apóstolos. Tudo o que recebemos na conferência, que está no Alimento Diário, são parte do ensinamento dos apóstolos e a comunhão do ensinamento dos apóstolos é a comunhão em pequenos grupos, as reuniões ministeriais, etc.
O primeiro par é a economia neotestamentária de Deus, o nosso legado, que o irmão Dong nos transmitiu. Isso devemos guardar e jamais podemos negociar. O que está na Bíblia é a autoridade máxima de Deus no Novo Testamento. Isso jamais mudará. O que muda e o que precisamos renovar e atualizar é a maneira de transmitir esse ensinamento. A Bíblia é suficiente e tem todas as respostas para todas as coisas. Podemos ler os livros seculares para entender melhor a sociedade atual, os jovens, os adolescentes, etc, mas as respostas todas estão na Bíblia. Isso é inegociável e não há problema nenhum com esse assunto. Trata-se do que a Bíblia fala a respeito de Deus, Cristo, o Espírito, a Igreja, a vida, o reino. Todos esses itens são o ensinamento dos apóstolos. Na igreja que conhecemos em nossos dias nunca tivemos de lutar por causa desses pontos, pois são pacíficos. O problema está no segundo par, o segundo grupo, que dizem respeito às práticas.
O partir do pão e as orações não fazem parte do ensinamento dos apóstolos. Até o invocar o nome do Senhor não é a essência do ensinamento dos apóstolos. É uma prática preciosíssima. O partir do pão é uma prática, as orações são uma prática. Os problemas ocorrem quando vamos praticar. Sempre que temos uma prática saudável o inimigo usa para causar problemas entre os irmãos.
Alguns irmãos defendem que o partir do pão deve ser de manhã, outros à noite. Como deve ser? Se refere à ceia do Senhor, então é à noite. Mas fazer de manhã é melhor, mais conveniente. Então, não precisamos nos dividir por causa disso. Deve usar vinho ou suco de uva? Apenas o evangelho de João nos dá o detalhe de que Judas Iscariotes não participou da ceia do Senhor, mas apenas da última Páscoa. O Senhor não deixou claro se tomou vinho ou suco de uva ou qual foi o hino que cantaram após comerem a ceia. Também não deixou na Bíblia detalhadamente como deveriam ser as reuniões. Isso para que não tivéssemos divisões.
A questão de que as irmãs podem servir o pão e o cálice na reunião da mesa do Senhor também causou problemas. Alguns varões não queriam receber o pão de uma irmã. Após explicar que este é um serviço de diáconos e que a Bíblia menciona diaconisas, os irmãos tiveram paz. Veja, um assunto tão simples nos mostra como as coisas práticas trazem conflitos.
As orações também trazem conflitos. Devem ser de joelhos, sentados ou deitados? Se alguém ora, ainda que deitado na cama, pelo menos que ore. Claro, que talvez lhe falte reverência para com Deus, mas este é um assunto entre ele e Deus. Orar que horário? Orar no local com os irmãos ou nas casas? Sair para pregar o evangelho. Alguns não conseguirão sair, por medo de bater às portas.
O problema da liderança das igrejas, o problema entre os irmãos que não são líderes, todos os problemas são as coisas práticas sobre as quais temos nossas opiniões. Há grupos que se dividiram por causa de instrumentos musicais e outro que se dividiu por causa de irmãos que batiam palmas e outros que não batiam.
O batismo também é uma prática que trouxe muitos problemas. Se batizamos no mar, não pode ser em água salgada. Se na piscina, não pode ser porque tem de ser água corrente, de rio. Água quente, não pode porque tem de ser temperatura ambiente. O batismo por aspersão, vale ou não vale? Ele pode ser usado em certas ocasiões quando não há água, mas o que importa é a realidade.
A maneira de reunir também não foi detalhada. No passado eu era muito forte e tinha justiça própria e mandava os irmãos exercitar seu espírito à força. Em Lucas 4 e 7 vemos que o Senhor veio para salvar todos os fracos. Hoje mudei minha postura. Hoje digo aos irmãos que se estão cansados podem vir à reunião e dormir na reunião. O sono na reunião é o melhor que há e o sono dos irmãos na reunião me encoraja porque me mostra alguém que podia ter ficado em casa, mas ama ao Senhor e veio para reunião mesmo nessa condição. Por isso, precisamos do splagchnon que o irmão Pedro tem nos falado. Precisamos da compaixão pelos irmãos.
Então, há os dois grupos, o ensinamento dos apóstolos e comunhão e o outro grupo, que são as coisas práticas como o partir do pão e as orações.
v. 43 Hoje parece não haver muito temor em nós. Não podemos ser levianos e criticar os líderes. Na vida da igreja precisamos de temor.
vs. 44-45 Essa prática não se confirmou na sequência do livro de Atos, quando a impureza do coração do homem apareceu, como no caso de Ananias e Safira. Ela funcionou por pouco tempo. Depois daquele episódio já não tinham essa prática.
At 6 nos mostra que os apóstolos estavam envolvidos com a distribuição de alimentos para as viúvas. Foi aí que a igreja em Jerusalém inovou. Não foi Deus quem estabeleceu os diáconos, mas os lideres da igreja em Jerusalém.
v. 46 Por isso, é preciso unanimidade. Nas práticas, nunca devemos nos agarrar a algo. Precisamos estar abertos à comunhão uns dos outros. Eles comiam juntos. Isso nos traz muita alegria.
v. 47 O Senhor acrescentava cada dia à igreja os que iam sendo salvos. É como se existisse uma fila e a cada dia entravam na vida da igreja os que iam sendo salvos. Era algo contínuo.
Por fim, quero falar algo sobre as práticas que estão em meu coração.
Fp 3:4-6 Falo principalmente aos líderes das igrejas no Chile. Paulo conhecia a palavra e praticava exatamente o que a palavra dizia. Ele se ensoberbecia por seu conhecimento. No v. 7 temos uma mudança por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus. Quando recebemos a visão da igreja ficamos loucos, abandonando nosso futuro para viver a vida da igreja. Mas por termos essa experiencia, pensamos que isso nos faz melhores que os outros. Isso é justiça própria. Fazemos isso pela lei e não pela fé em Cristo. É preciso que a sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus deve nos levar a algo mais profundo, que é conhecer a Cristo subjetivamente. Isso nos leva a experimentar a ressurreição. Somente quem morre pode ressurreição. Assim, somente podemos experimentar o poder quando morremos. O problema é que nosso conhecimento é doutrinário. Somente aquele que realmente é conformado com Cristo em Sua morte, ou seja, morre em seu velho homem, pode experimentar o poder da ressurreição. Os sofrimentos de que fala nestes versículos não são por causa de nossos erros.
Cl 1:24 também não se referem aos sofrimentos por nossa salvação. Cristo já sofreu tudo por nós. Alguns se autoflagelam, outros sobem escadarias buscando ter o perdão dos pecados, mas isso ofende a Deus, é blasfêmia dizer que participo das aflições de cristo para meu perdão de pecados e redenção. Cristo fez tudo por nós como o Filho de Deus e está assentado à destra do Pai. Já não há nada que pode ser feito quanto à redenção. Mas os sofrimentos que fala aqui são para a edificação do Corpo de Cristo. Em relação ao Seu Corpo, Cristo está em pé, assim como estava quando Estevão estava sendo apedrejado. Ele está em pé e está andando entre os candelabros de ouro. Essas aflições de Cristo são por Seu Corpo e nelas nós temos parte. Quando você cuida de um casal, ou de um irmão e eles são atacados e já não querem reunir. São quando coordenamos com os irmãos e nossa opinião não é aceita e tomamos nossa cruz para levar à morte nosso velho homem.
Queremos que Deus exerça poder na vida da igreja? Só há um caminho para isso: o caminho da cruz. confirmo e cada vez mais entendo o que o irmão Dong nos queria transmitir quando nos falava de negar a vida da alma. A cruz tem o único objetivo de matar. Se queremos paz na igreja, precisamos morrer. No cemitério não há brigas.
Isso é um ciclo: quanto mais poder de ressurreição experimentamos, mais podemos participar de seus sofrimentos e sermos conformados ao Senhor em Sua morte e, então, poderemos experimentar mais poder de ressurreição para novamente participar de seus sofrimentos e ser conformados a Ele em Sua morte para experimentar mais poder de ressurreição.
Vamos ser um se o Senhor nos dá uma prática. Não permitamos que práticas ou opiniões nos dividam. Não temos mais 40 anos para perder no deserto brigando entre nós. Vamos cair no deserto e não ser arrebatados. Tomemos nossa cruz e neguemos nossa vida da alma. Não temos tempo a perder ou desperdiçar. renovemos nossa entrega para morrer cada vez mais e experimentar o poder da ressurreição.
Transcrição assim ordenada
é muito melhor para desfrutar das mensagens. Obrigado irmãos!!